Durante o período da “janela partidária”, que durou 30 dias, e foi de 7 de março a 5 de abril, 19 vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aproveitaram para mudar de legenda antes das eleições de 2024. A nova distribuição dos vereadores entre as siglas políticas mudou o tamanho das bancadas partidárias e dos blocos parlamentares, o quadro de lideranças e reduziu a fragmentação partidária dentro do Legislativo.
O partido que mais “ganhou” vereadores foi o PSD, que passou de 3 para 8, com a filiação de Mauro Ignácio, Sabino Picolo, Serginho do Posto, Toninho da Farmácia e Zezinho Sabará – todos vindos do União. Com isso, o PSD, que é o partido do prefeito Rafael Greca e do vice Eduardo Pimentel, se tornou a maior representação política da Câmara de Curitiba, além do maior bloco parlamentar, com nove membros, pois têm consigo Herivelto Oliveira, do Cidadania.
Antes sem representação na CMC, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, passará a ter dois vereadores em Curitiba, com a adesão à sigla de Eder Borges (vindo do PP) e Rodrigo Reis (antes no União). O Republicanos perdeu Osias Moraes para o PRTB, mas viu o retorno de Marciano Alves e a filiação de Hernani, antes do PSB. O Podemos também ganhou dois parlamentares, com a entrada da vereadora Sargento Tânia Guerreiro (vinda do União) e de Leonidas Dias (antes no Solidariedade). O MDB recebeu Tito Zeglin, vindo do PDT, e João da 5 Irmãos, antes no União.
As demais legendas ganharam um vereador cada uma, com a ida de Alexandre Leprevost do Solidariedade para o União, de Dalton Borba do PDT para o Solidariedade, de Ezequias Barros do PMB para o PRD, a migração de Salles do Fazendinha do DC para a Rede, além de Mauro Bobato que ingressou no PP após deixar o Podemos. Por as mudanças acontecerem no meio do ano, elas não repercutiram na composição das comissões temáticas, que seguem com os mesmos membros definidos no começo do ano.
Se o bloco PSD/Cidadania é o maior da nova configuração política da Câmara de Curitiba, com nove membros, tendo Márcio Barros (PSD) na sua liderança, logo atrás aparece o grupo composto pelos parlamentares do Pode/PP, com oito, que tem Nori Seto (PP) na liderança. As duas formações concentram praticamente a metade dos votos em plenário, somando 18 membros, logo, juntas, quase possuem o quórum para aprovar projetos que exigem maioria absoluta, que é de 20 votos – análise de veto, mudança de sede, convocação de extraordinária, destituição de membros da Mesa e outras situações previstas no Regimento Interno da CMC.
Além dos “blocões”, dois “bloquinhos” seguem funcionando na Câmara de Curitiba, com três membros cada, um formado pelo PRD/PDT e outro pelo Novo/Solidariedade. O tamanho da Federação Brasil da Esperança, formada pelo PT e pelo PV, não foi alterado, com o grupo mantendo seus quatros membros. Quando a atual legislatura da CMC foi formada, após as eleições de 2020, havia 20 partidos representados no plenário, e agora serão 16, ou seja, a fragmentação partidária foi reduzida em 20%.
Na linha do que vinha acontecendo na Câmara de Curitiba, quando os ex-vereadores do União Brasil anunciaram sua desfiliação em massa do partido ou o Podemos confirmou ter dobrado sua bancada na capital, parlamentares utilizaram a tribuna, nesta segunda-feira (8), para comentar o fim da janela partidária. “O PSD passa a ser o maior partido da Câmara de Curitiba, o que demonstra nossa visão, liderança, compromisso e dedicação em servir à comunidade, num sinal claro que estamos unidos e dispostos a fazer a diferença na cidade”, comentou Márcio Barros (PSD), citando que a sigla do atual governador do Paraná, Ratinho Júnior, tem 211 dos 339 prefeitos, 16 deputados estaduais e 7 federais.
Ao ir para o União, Alexandre Leprevost justificou que “enxergamos no partido um projeto alternativo ao das famílias tradicionais da cidade, que se perpetuam há muito tempo no Poder Executivo”. Ele confirmou a pré-candidatura de seu irmão, Ney Leprevost, à Prefeitura de Curitiba, “para acabar com as fake news”. “Acreditamos que a candidatura é viável e tem o apelo da população para se consolidar”, acrescentou. Já o vereador Tito Zeglin comemorou seu retorno ao MDB, pelo qual venceu sua primeira eleição, em 1982. “Estou bastante à vontade para voltar, conheço o estatuto do partido e sei que faremos uma grande caminhada neste ano”, disse.
Na semana passada, ao anunciar sua migração ao Partido Liberal, Eder Borges agradeceu pela “oportunidade de trabalhar com o deputado Ricardo Barros, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal”, enquanto esteve filiado ao PP. “Agora é inevitável, devo seguir meu caminho e ir para o partido do Bolsonaro. Recebi o convite de Paulo Martins, que é um pioneiro na direita nacional. O PL vem para ser o grande partido da direita brasileira e eu não poderia estar em outro lugar”, defendeu.
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| PARTIDOS |
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VEREADOR | ELEIÇÃO 2020 | PRÉ-JANELA PARTIDÁRIA | PÓS-JANELA PARTIDÁRIA |
Alexandre Leprevost | Solidariedade | Solidariedade | União |
Amália Tortato | Novo | Novo | Novo |
Angelo Vanhoni | PT | PT | PT |
Beto Moraes | PSD | PSD | PSD |
Bruno Pessuti | Podemos | Podemos | Podemos |
Dalton Borba | PDT | PDT | Solidariedade |
Eder Borges | PSD | PP | PL |
Ezequias Barros | PMB | PMB | PRD |
Giorgia Prates | PT | PT | PT |
Herivelto Oliveira | Cidadania | Cidadania | Cidadania |
Hernani | PSB | PSB | Republicanos |
Indiara Barbosa | Novo | Novo | Novo |
João da 5 Irmãos | PSL | União | MDB |
Jornalista Márcio Barros | PSD | PSD | PSD |
Leonidas Dias | Solidariedade | Solidariedade | Podemos |
Marcelo Fachinello | PSC | Podemos | Podemos |
Marcos Vieira | PDT | PDT | PDT |
Maria Leticia | PV | PV | PV |
Mauro Bobato | Podemos | Podemos | PP |
Mauro Ignácio | DEM | União | PSD |
Noemia Rocha | MDB | MDB | MDB |
Nori Seto | PP | PP | PP |
Oscalino do Povo | PP | PP | PP |
Osias Moraes | Republicanos | Republicanos | PRTB |
Pastor Marciano Alves | Republicanos | Solidariedade | Republicanos |
Pier Petruzziello | PTB | PP | PP |
Professor Euler | PSD | MDB | MDB |
Professora Josete | PT | PT | PT |
Rodrigo Reis | PSL | União | PL |
Sabino Picolo | DEM | União | PSD |
Salles do Fazendinha | DC | DC | Rede |
Sargento Tânia Guerreiro | PSL | União | Podemos |
Serginho do Posto | DEM | União | PSD |
Sidnei Toaldo | Patriota | PRD | PRD |
Tico Kuzma | Pros | PSD | PSD |
Tito Zeglin | PDT | PDT | MDB |
Toninho da Farmácia | DEM | União | PSD |
Zezinho Sabará | DEM | União | PSD |
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