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Saúde

Oftalmologistas atendem 1.000 crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, durante Congresso na capital

As ações sociais e o voluntariado são alguns dos destaques do 66º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO2022), que acontece em Curitiba (PR) entre os dias 7 e 10 de setembro de 2022, a começar pelo projeto desenvolvido dentro do próprio evento, o “Pequenos Olhares”, que oferece atendimento oftalmológico para cerca de mil crianças e adolescentes matriculados na rede pública de ensino do Paraná. Além dos atendimentos oftalmológicos, realizados em alunos indicados por instituições parceiras, há também previsão de entrega de óculos aos pequenos pacientes que precisaram de correção de erros refrativos.

Entusiasmado com o compromisso social incorporado à agenda do CBO2022, o presidente do Conselho, Cristiano Caixeta Umbelino, destaca o papel que a especialidade tem exercido ao longo dos anos em favor da qualificação da assistência social. Segundo ele, as ações sociais estão “no DNA do CBO”. “A oftalmologia brasileira avança na medida em que alcança e contribui para a saúde ocular de toda a população do País, sobretudo da camada mais vulnerável e carente de cuidados”, comentou.

O debate relacionado ao voluntariado e ações sociais se estendeu no decorrer das mesas de discussão e palestras do Congresso. No debate intitulado “Cidadania e Oftalmologia”, o presidente do CBO destacou o papel do conselho de classe na formação de lideranças, ressaltando que, ao entrar em um órgão desse porte, o profissional deve se questionar sobre o quer fazer ao ser inserido nele, e não o que o conselho pretende que ele execute

Gabriel Fernandes Cardoso, gerente executivo do Instituto Sabin, também destacou a importância das ações sociais, exemplificando com alguns projetos desenvolvidos no Instituto. Segundo ele, o instituto desenvolve mais de 60 iniciativas de impacto social em todo o País. Durante 2021, cerca de 1 milhão de vidas foram impactadas com os projetos. “Estamos em um País com muitos desafios sociais, então precisamos fazer algo dentro de nossas possibilidades”, completou.

Ele citou alguns projetos como a Ludoteca, que atende e acolhe crianças vítimas de violência – são 118 Ludotecas em todo o País; o Cuidando da Comunidade, que oferece exames a pessoas que não têm acesso; e a Plataforma de Empréstimo Coletivo, com mais de 500 investidores que aplicam seu capital em negócios sociais. “Esse programa é muito importante não só porque captamos recursos, mas porque as pessoas podem investir em negócios sociais”, comentou.

As discussões sobre a relação entre Cidadania e Oftalmologia trouxeram, ainda, a telessaúde como ferramenta de gestão, durante a apresentação de Fernando Malerbi, professor da Escola Paulista de Medicina. Ele destacou a experiência em projetos de prevenção da retinopatia diabética. A doença é muito comum e uma das principais causas da cegueira evitável – que pode ser prevenida com apenas um exame de retina por ano.

“A telemedicina pode ampliar bastante esse acesso, e todos ganham com isso”, afirma o médico. Além da quantidade insatisfatória de diagnósticos que resultam em muitos casos de cegueira e sofrimento dos pacientes, há de se levar em conta o custo econômico e social. “Precisamos sensibilizar ainda mais a sociedade”, ressaltou Fernando.

O painel sobre Oftalmologia e Cidadania trouxe também outras duas importantes discussões: a detecção de doenças oculares já na infância, com Celia Regina Nakanami, e o uso de inteligências artificiais (IA) na medicina, com o infectologista Hugo Manuel Morales. Para ele – que trabalhou no projeto Laura, ferramenta de IA especializada no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas.

 

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