Com maior polo industrial do interior do Paraná, Ponta Grossa traz diversas oportunidades a representantes comerciais
2023 começa com uma boa perspectiva para a economia do município de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do município chegou a R$ 17,27 bilhões, um aumento de 10,7% em relação ao ano anterior. Se tudo der certo – ou seja, se os projetos de doação de áreas para novas indústrias forem aprovados pela Câmara Municipal –, entre seis e oito empresas devem iniciar as obras de implantação de suas fábricas na cidade ao longo do ano.
“Os novos investimentos na região devem contribuir para tornar ainda mais diversa a produção local, além de criar empregos e fomentar a economia, o que se reflete em oportunidades para os representantes comerciais”, avalia Paulo Nauiack, presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Paraná (Core-PR).
Aliás, mesmo antes da implantação de novas fábricas, a região tem muito a oferecer aos profissionais de vendas. O polo industrial de Ponta Grossa, o maior do interior do Paraná, já conta com mais de 1.160 empresas de uma ampla gama de setores, entre os quais se destacam o metal mecânico, o agroindustrial e o madeireiro. Além de gigantes nacionais e internacionais conhecidas como Tetra Pak, Heineken, Ambev, Continental e Bunge, entre outras, há uma série de empresas que nasceram ou se instalaram ali justamente para atender às grandes indústrias e possibilitar que tudo estivesse ao alcance delas.
A prosperidade do parque industrial não é à toa. Além de ser muito bem provido de riquezas naturais, o município está numa localização estratégica. “Estamos a 200 km do Porto de Paranaguá e a menos de 100 km de Curitiba. Estamos também no caminho para Maringá, Londrina e Cascavel, com importantes rodovias ao nosso redor, além de sermos atravessados por uma malha ferroviária que desemboca tanto no Litoral quanto em outras regiões do estado”, avalia o secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, José Loureiro Neto.
Houve ainda um planejamento para possibilitar que o setor industrial se desenvolvesse na região. “Em 1970, o prefeito Ciro Martins foi visionário ao desenvolver o primeiro distrito industrial de Ponta Grossa. Ele retirou as indústrias do centro da cidade e as levou para uma área que, por meio de estudos sobre ventos, fornecimento de água etc., foi identificada como adequada. Isso contribuiu para trazer a indústria de transformação de sementes e grãos, a cervejeira, e essas chamaram outras”, diz o diretor de indústria da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Otto Ferreira Neto.
“Tem também a questão da mão de obra. Temos muitas faculdades aqui que formam pessoas capacitadas e, na agência do trabalhador, temos condições de promover cursos de qualificação de acordo com a necessidade das empresas”, completa Loureiro Neto.
Tudo isso criou um ambiente bastante atrativo para diversos negócios que viram as plantas instaladas ali assumirem papel estratégico, como fica claro pelo depoimento do diretor da fábrica da Tetra Pak em Ponta Grossa, Bernardino Brandão. “A fábrica de Ponta Grossa é reconhecida dentro da Tetra Pak como Centro de Excelência em Qualidade e integra o plano de contingência global da companhia. Isso significa que se trata de uma planta que dá suporte a fábricas de outros países que enfrentam desafios locais, o que acontece sobretudo em função de um amplo acesso a matéria-prima e pela capacidade de produzir muitos tipos de embalagem em diferentes tamanhos”, diz.
Ponta Grossa e a representação comercial
A quantidade de empresas, a variedade de segmentos e a prosperidade do setor industrial de Ponta Grossa fazem com que a região tenha inúmeras oportunidades para representantes comerciais. Com a previsão de instalação de novas empresas ali, a perspectiva é de que elas se ampliem ainda mais.
“Teremos uma nova fábrica de biscoitos que provavelmente vai querer vender para todo o país, além de uma fabricante de bicicletas e motocicletas, e outra de pré-moldados. Há perspectiva ainda de novos investimentos das empresas que já estão aqui”, enumera Loureiro Neto.
Mesmo sem falar em investimentos, a Tetra Pak, por exemplo, reconhece a possibilidade de ampliação da produção e dos negócios em Ponta Grossa. “A Tetra Pak possui na cidade de Ponta Grossa uma de suas principais fábricas no mundo, e existe uma tendência futura de que a planta ganhe importância estratégica ainda maior, passando a suportar outros mercados em crescimento na região. No mais, a Tetra Pak também tem realizado negócios estratégicos com parceiros que estão apostando no potencial da cidade”, relata Brandão. No primeiro trimestre deste ano, a empresa fechou acordo para equipar o novo laticínio da Unium, marca que representa a intercooperação entre as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal.
Além disso, os profissionais da área não precisam atuar exclusivamente no município. “O representante que começar a trabalhar em Ponta Grossa, atua não só aqui, mas em toda a região dos Campos Gerais, que é um mercado muito interessante”, diz Ferreira Neto. Para ter sucesso, conforme ele, é importante buscar conhecer o mercado e os setores mais interessantes para atuação, o que pode ser resolvido em uma consulta à própria ACIPG. Ele recomenda ainda a especialização em um segmento.
SOBRE O CORE-PR
As principais atribuições do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Paraná são promover o registro profissional, fiscalizar o exercício da profissão e zelar pelo cumprimento da Lei nº 4.886/65, esclarecendo aos representantes comerciais e às empresas representadas sobre os direitos e deveres inerentes à profissão.