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As piores cidades de saneamento básico no Brasil investem em média 340% a menos do que municípios com quase acesso total aos serviços

Para celebrar o Dia Mundial da Água (22 de março), o Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, publica a 14ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios brasileiros. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos cem maiores municípios brasileiros com base em população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país.

A ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem uma dificuldade com o tratamento do esgoto, do qual somente 50% do volume gerado são tratados — isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente. Outro ponto abordado é sobre os investimentos feitos em 2020, que atingiram R$ 13,7 bilhões, valor insuficiente para que seja cumprido as metas do Novo Marco Legal do Saneamento — Lei Federal 14.026/2020.

Os melhores x os piores municípios dentre os 100 maiores do país

Ao analisar as 20 melhores cidades contra as 20 piores cidades, observamos que há diferenças nos indicadores de acesso: enquanto 99,07% da população das 20 melhores tem acesso à redes de água potável, 82,52% da população dos 20 piores municípios têm o serviço. A porcentagem da população com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante: 95,52% da população nos 20 melhores municípios tem os serviços; e somente 31,78% da população nos 20 piores municípios são abastecidos com a coleta do esgoto, como é possível ver no quadro abaixo.

Quadro — 20 melhores x 20 piores

Indicador20 Melhores20 PioresΔΔ (%)
População Total (IBGE)25.341.63215.695.3169.646.31661%
Investimento Total dos Últimos Cinco Anos (R$ MM)17.135,563.837,8913.297,67346%
Investimento Anual Médio por Habitante (R$/hab.)135,2448,9086,33177%
Indicador de Atendimento Total de Água (%)99,0782,5216,56 pontos percentuais20%
Indicador de Atendimento Urbano de água (%)99,6384,0715,56 pontos percentuais19%
Indicador de Coleta Total de Esgoto (%)95,5231,7863,74 pontos percentuais201%
Indicador de Coleta Urbana de Esgoto (%)96,5232,3164,20 pontos percentuais199%
Indicador de Tratamento Total de Esgoto (%)81,1924,8356,36 pontos percentuais227%
Indicador de Perdas no Faturamento Total (%)26,0457,48-31,44 pontos percentuais-55%
Indicador de Perdas na Distribuição (%)30,2151,09-20,88 pontos percentuais-41%
Indicador de Perdas Volumétricas (L/ligação/dia)277809-532 L/ligação/dia-66%

FONTE: GO Associados | Instituto Trata Brasil

Quem são os 20 melhores e 20 piores municípios?

Historicamente, o que se observa nos Rankings publicados pelo Instituto Trata Brasil são uma predominância de municípios dos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais ocupando as primeiras posições. Por outro lado, entre os 20 piores municípios sempre estão municípios da região Norte, alguns do Nordeste e Rio de Janeiro. Na versão de 2022, não é diferente, com algumas exceções, como é possível ver na tabela abaixo:

Tabela – 20 melhores cidades

Fonte: GO Associados | Instituto Trata Brasil

Tabela – 20 piores cidades

Fonte: GO Associados | Instituto Trata Brasil

Mapa — 20 melhores x 10 piores

Fonte: GO Associados | Instituto Trata Brasil

A tabela completa com os 100 municípios está disponível no site do Instituto Trata Brasil.

Panorama dos 20 Piores nos últimos oito anos (2015 — 2022)

Nos últimos oito anos do Ranking, 30 municípios distintos chegaram a ocupar as 20 piores posições . Desses, 16 estiveram nas últimas colocações em pelo menos sete edições. Observou-se ainda que 13 municípios se mantiveram desde 2015 dentre os últimos colocados, sendo três localizados no Pará, e três no estado do Rio de Janeiro. Além disso, Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Santarém (PA) e Macapá (AP) estiveram sempre nas 10 últimas colocações dentre as 100 maiores cidades do país.

Por outro lado, alguns municípios apresentaram relativos avanços ao longo dos anos e já não pertencem mais ao grupo dos 20 piores nas duas edições mais recentes do Ranking. Alguns exemplos são: Natal (RN) ocupando a 72ª posição de 2022, Olinda (PE) ocupando a 65ª posição de 2022, Paulista (PE) ocupando a 64ª posição de 2022, e Aparecida de Goiânia (GO), que vem apresentando uma sólida melhora de seus indicadores nos últimos dois anos, tendo saltado 36 posições nesse período e alcançado a 47ª posição de 2022, firmando seu lugar entre os 50 primeiros colocados do Ranking 2022.
Tabela — As 20 piores cidades em oito anos

MunicípioUF2022
SNIS 2020
2021
SNIS 2019
2020
SNIS 2018
2019
SNIS 2017
2018
SNIS 2016
2017
SNIS 2015
2016
SNIS 2014
2015
SNIS 2013
Anos Entre os 20 Piores
Porto VelhoRO99999810010097991008
AnanindeuaPA95981009999100100988
MacapáAP1001009996959698968
SantarémPA98959797979896998
ManausAM89899698969597928
BelémPA96969590989087938
Jaboatão dos GuararapesPE88868894859994978
GravataíRS92889487919488948
São GonçaloRJ94948792948689908
Várzea GrandeMT93909386899386958
Duque de CaxiasRJ90938991929191888
São João de MeritiRJ87979289888293918
TeresinaPI84839085848885898
Rio BrancoAC97928493907490847
Belford RoxoRJ82919195868377827
CariacicaES86878688878579837
Nova IguaçuRJ74477282939292875
São LuísMA85808283767983784
CanoasRS81827874828480804
MaceióAL91858073748776773
OlindaPE65656771808184813
Juazeiro do NorteCEN/AN/AN/AN/AN/A8995863
JoinvilleSC78798575817378752
NatalRN727274

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