Um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), animal em risco de extinção, também chamado de jurumi, foi avistado por empregados da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu na quarta-feira (26), em uma das áreas de conservação da Binacional, que compreendem cerca de cem mil hectares de Mata Atlântica no Brasil e no Paraguai.
O mamífero é mais registrado no cerrado, mas, apesar de também viver na Mata Atlântica, ele é pouco avistado nesse bioma, no qual se inserem as áreas protegidas da Itaipu.
“Isso torna o avistamento um bom indicador de qualidade do ambiente”, explica o médico veterinário Pedro Henrique Ferreira Teles (MARP.CD).
Segundo ele, “encontrar um animal desse porte numa área protegida de Itaipu demonstra que as florestas da usina proporcionam alimento, segurança e abrigo para espécies ameaçadas, promovendo vida silvestre nos refúgios”.
Ainda segundo o veterinário, o avistamento dessa espécie é de grande importância para a Itaipu, exatamente por tratar-se de um animal classificado como vulnerável. “Isso demonstra que a biodiversidade dos nossos refúgios está em expansão suficiente para comportar animais sensíveis às alterações ambientais”, diz Teles.
O tamanduá-bandeira é um mamífero conhecido pelo seu porte imponente e por sua cauda com pelos longos que lembram uma bandeira. Em um ecossistema, ele é importante por sua capacidade de ingerir 60 mil cupins por dia, sendo um excelente controlador de pragas, e por abrir caminhos e trilhas que podem ser, posteriormente, usados por outros animais. Além de destruir troncos em decomposição, ao buscarem larvas, os tamanduás-bandeira contribuem para a limpeza e decomposição do material lenhoso nas florestas.
A sobrevivência dessa espécie é constantemente colocada em risco tanto pela perda e degradação de seu habitat natural como pela caça ilegal, incêndios florestais e atropelamentos, entre outros. Esses fatores contribuem para que o tamanduá-bandeira esteja presente na Lista Vermelha (Red List) da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), com um grau de risco de extinção e perigo de desaparecer da natureza.
A Itaipu Binacional optou por não divulgar o nome da área protegida em que o animal foi avistado, como forma de protegê-lo de possíveis caçadores.
Itaipu e as ações ambientais
A usina contribui de duas formas principais para a proteção da fauna. Uma delas é a conservação ex-situ, que é feita sob os cuidados diretos do Refúgio Biológico Bela Vista, com a reprodução de animais quase extintos na vida livre da região, como é o caso de onças, harpias, jacutingas e mutuns, entre outros. Essas espécies são cuidadas para que no futuro possam ser devolvidas a seus habitats naturais.
A outra é a conservação do tipo in-situ, um trabalho no ambiente nativo, como a restauração florestal. A floresta é reconstruída de forma que os animais tenham capacidade de sobreviver e se reproduzir, contribuindo com o retorno de espécies raras e com o aumento da biodiversidade da região.
Reconhecimento
A contribuição da Itaipu para a conservação da biodiversidade na região de fronteira é reconhecida por diversos organismos nacionais e internacionais. As áreas protegidas pela binacional têm o status de Reserva da Biosfera, chancelada pelo Programa “O Homem e a Biosfera” (MaB, em inglês) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Já a Fundação SOS Mata Atlântica aponta que a empresa é a principal responsável pela regeneração desse bioma no Paraná, chegando a quase 30% da recuperação observada no estado ao longo dos últimos 30 anos.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai.”
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