Cultura

Blocos Afoxé e Rancho das Flores se destacam na abertura do carnaval

Carnaval é para sair de casa, soltar ‘a franga’, liberar energia”, definiu a moradora do Bairro Alto Angela Foliatti, 67 anos. Palavra de quem sabe: a dona de casa conta que, só em Curitiba, já soma 22 anos de folia e festa.

Assim como ela, milhares de pessoas escolheram a Rua Marechal Deodoro, no Centro, para fazer a folia na noite do sábado de Carnaval (1/3). Fechada para o trânsito, a via ficou liberada para o público brincar, dançar, cantar e se divertir com o desfile dos blocos carnavalescos Afoxé, Púrpura, Boêmios e Madames, e o tradicional Rancho das Flores.

Os blocos colocaram o público no clima da alegria que, na sequência, iria tomar conta do desfile das cinco escolas de samba do Grupo Especial – Leões da Mocidade, Enamorados do Samba, Deixa Falar, Mocidade Azul e Acadêmicos da Realeza.

“Os blocos são o ponto de partida dos desfiles do nosso Carnaval em Curitiba. Eles dão o pontapé inicial e sempre trazem muita diversidade, muitos temas novos. É sempre um prazer acompanhá-los porque é a partir deles que a gente tem o esquenta do carnaval”, destacou o presidente da FCC, Marino Junior.

A noite encalorada e de céu aberto fez o ambiente perfeito para famílias inteiras, grupos de amigos de diferentes faixas etárias se juntarem à beira da Rua Marechal Floriano, muitos com adereços e fantasias, com muito tule, plumas e glitter.

Angela optou por uma tiara com penas negras para assistir aos desfiles e destacou o ambiente de diversão em família do carnaval na passarela do samba curitibana.

“O carnaval de Curitiba vem evoluindo bastante, muito organizado, as escolas se destacando, os pais trazendo os filhos, tudo muito bom”, elogiou Angela.

fotos Cido Marques- FCC

Diversão e segurança

Assim como os foliões se prepararam para a folia, a Prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) também investiram nos preparativos: com a montagem das arquibancadas para 3 mil pessoas, que ficaram repletas, com reforço na segurança e pontos de entrega de água aos foliões, para evitar o risco de desidratação, aumentado pela onda de calor pela qual passa pela cidade. A médica Ana Paula Gomes, 42 anos, aprovou o ambiente da festa.

“Hoje é só o primeiro dia de festa. Vamos pular todos os dias do Carnaval de Curitiba, sair nos bloquinhos. Está tudo muito bonito, organizado, seguro”, disse a médica, moradora do Seminário.

Ela foi para a Marechal com um grupo de amigos, que criaram uma fantasia coletiva, de “Jogo do Bicho”, com um dos amigos no papel do bicheiro – com direito a um maço de notas de dinheiro de brincadeira – e os demais, cada um representando um dos animais das apostas.

Coube a uma das integrantes representar a Borboleta 13, em homenagem à comerciante Teresinha Santos, personalidade do Centro de Curitiba conhecida por vender bilhetes da loteria no Calçadão da XV aos gritos de “Borboleta 13”, e que morreu em 2022.

Pedindo passagem

Entre os blocos que desfilaram na Marechal, o Afoxé mais uma vez abriu o desfile com seu cortejo abençoando a avenida.

Em seguida, foi a vez do Bloco Púrpura, que neste ano, levou pro desfile uma homenagem a uma das principais ativistas pelos direitos das pessoas trans no Brasil, Marcela Prado, com um desfile repleto de cor, alegria, representatividade e muita música

Na sequência, o grupo Boêmios e Madames, criado em 2018 como uma “sucursal” do bloco carnavalesco paulista, com a mesma missão: unir e preservar as raízes do samba. Com uma marcha dedicada a Oxum, ressaltou a força feminina.

Fechando o desfile dos blocos e entregando a passarela às escolas de samba, o tradicional Rancho das Flores contou com mais de 300 idosos acima dos 60 anos, muitos deles atendidos nos serviços de convivência e também em unidades de acolhimento da Fundação de Ação Social (FAS).

Como tema da marcha “Se eu cheguei até aqui é para me divertir”, os foliões sexagenários deixaram muito novinho com inveja de tanta disposição.

A fundadora do bloco, Leonir Lucinda dos Santos, 89 anos, abriu o desfile do Rancho das Flores, celebrando os 36 anos do grupo, altiva, com um vestido de lantejoula azul royal e adereços dourados. “Sempre bonito desfilar aqui, no carnaval para o pobre, para o rico”, disse.

Mesmo sem força nas pernas para sambar este ano, a aposentada Adélia Otília da Conceição, não deixou de ir para a avenida: a solução foi contar com uma cadeira de rodas e com a animação, que contagiou o público.

“Estou meio paradinha este ano, por causa das pernas, mas desfilo há quase 30 anos no Rancho e vejo que o Carnaval de Curitiba está melhorando cada vez mais. Que beleza esse pessoal que vem assistir”, falou Adélia, já na dispersão, recebida por filhos e netos.

Redação JBA Notícias

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