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Brasil é o 7º país que mais recebe visto americano defendido por Musk

H-1B é destinado a profissionais com alto nível de especialização e é a principal forma que empresas do Vale do Silício utilizam para contratar trabalhadores estrangeiros

Uma polêmica envolvendo Elon Musk e apoiadores de Donald Trump tem gerado um debate acirrado nos Estados Unidos sobre a necessidade do país de atrair profissionais altamente qualificados. O foco da discussão é o visto H-1B, que permite a contratação de trabalhadores estrangeiros em áreas que exigem alto nível de especialização, como tecnologia, engenharia e ciências.

É um tema que impacta diretamente o Brasil: os brasileiros são a 7º nacionalidade que mais recebe vistos H-1B. Nos dez primeiros meses de 2024, por exemplo, já foram 1.366 vistos emitidos para cidadãos do país. A lista é liderada por Índia (118 mil), China (24,5 mil) e Filipinas (2,8 mil), segundo um levantamento realizado pelo escritório de advocacia imigratória AG Immigration com base em relatórios do Departamento de Estado americano.

Musk, em particular, tem defendido que os EUA emitam mais vistos H-1B para garantir a competitividade do setor tecnológico, enquanto críticos entendem que isso pode gerar impactos sobre os empregos e os salários dos americanos.

A legislação americana estabelece que o governo pode emitir um limite de 85 mil vistos H-1B por ano, sendo 65 mil destinados a profissionais com formação superior e outros 20 mil reservados para aqueles com mestrado ou doutorado obtidos em uma universidade dos EUA.

No entanto, a demanda ultrapassa significativamente esse número: em 2024, por exemplo, mais de 780 mil pedidos de empresas por H-1B foram registrados pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), tornando o processo altamente competitivo e baseado em sorteio.

“Nos últimos anos, o setor empresarial tem defendido mudanças na legislação para acabar com essa cota anual ou pelo menos expandi-la significativamente. O Vale do Silício e outros polos de inovação dos EUA são totalmente dependentes de talentos internacionais”, comenta Leda Oliveira, CEO da AG Immigration.

A polêmica em torno do visto H-1B – que não é o único usado por profissionais estrangeiros – surge em um momento de alta demanda por mão de obra nos EUA. Os dados mais recentes do Departamento de Trabalho mostram que, enquanto existem 7,7 milhões de vagas abertas nas empresas estadunidenses, há apenas 7,1 milhões de desempregados.

O Visto H-1B

O visto H-1B é uma autorização de trabalho temporária destinada a profissionais estrangeiros com habilidades especializadas. Em geral, exige que a pessoa tenha diploma de nível superior ou equivalente.

O visto é particularmente popular entre empresas de tecnologia, como Google, Microsoft, Amazon e Apple, que dependem de talentos internacionais para preencher lacunas em áreas como inteligência artificial, programação, arquitetura da informação, cibersegurança, engenharia e ciências de dados. Centros de pesquisa e empresas da área da saúde também recorrem ao H-1B para contratar médicos e dentistas, dada a escassez dessa mão de obra no país.

O Brasil, em particular, tem experimentado um fenômeno de fuga de cérebros, com muitos profissionais altamente qualificados buscando oportunidades no exterior. Em 2023, por exemplo, mais de 28 mil brasileiros receberam o green card – documento de residência permanente. É o maior volume já registrado. O Brasil também é o 5º país com mais alunos estrangeiros matriculados nas escolas e universidades americanas e o 4º com mais pesquisadores intercambistas atuando em instituições de ensino superior.

“É um movimento impulsionado por remunerações mais altas, melhor qualidade de vida e acesso a mercados mais desenvolvidos. Reflete também uma carência de incentivo à inovação e à pesquisa no Brasil, além da instabilidade política e econômica dos últimos dez anos, que tem levado muitos a buscar novas oportunidades no exterior”, analisa Leda.

Países que mais recebem o visto H-1B (jan-out 2024)

1. Índia: 118.358

2. China: 24.574

3. Filipinas: 2.838

4. Coreia do Sul: 1.810

5. México: 1.616

6. Paquistão: 1.389

7. Brasil: 1.366

8. Taiwan: 1.285

9. Grã-Bretanha e Irlanda do Norte: 1.119

10. França: 791

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