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Câmara Municipal homenageia Dulcineia de Novaes por 40 anos de jornalismo

Aproveitando que a jornalista Dulcineia Novaes, da RPC, fazia a cobertura da aprovação do inédito Plano Municipal de Igualdade Étnico Racial pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (22), os vereadores da cidade a homenagearam pelos 40 anos de trabalho na afiliada da Rede Globo na capital do Paraná.

Jornalista negra, que começou na Folha de Londrina e depois se mudou para Curitiba, ela recebeu um voto de congratulações e aplausos pela trajetória profissional.

“É uma homenagem à mulher, aos negros e aos trabalhadores, pois uma pessoa completar 40 anos de trabalho na mesma empresa, e com a bola lá em cima, não é fácil”, brincou Herivelto Oliveira (Cidadania), autor da homenagem à colega de profissão.

“Coincidiu da homenagem acontecer no Mês da Consciência Negra”, comentou o vereador, acrescentando que, para além desse debate, “a Dulcineia merece o reconhecimento da cidade pela  profissional que é”.

Com Herivelto Oliveira, como co-autores, assinam Alexandre Leprevost (Solidariedade), Dalton Borba (PDT), Hernani (PSB), João da 5 Irmãos (PSL), Márcio Barros (PSD), Leonidas Dias (Solidariedade), Marcos Vieira (PDT), Mauro Bobato (Pode), Noemia Rocha (MDB), Marciano Alves (Republicanos), Pier Petruzziello (PTB), Tico Kuzma (Pros), Toninho da Farmácia (DEM) e Serginho do Posto (DEM).

“Ser negro no Brasil”
“É um reconhecimento pela luta, porque não é fácil”, elogiou o presidente da CMC, Kuzma, que suspendeu a sessão para que Dulcineia Novaes pudesse se dirigir aos parlamentares.

Na tribuna da Câmara de Curitiba, a jornalista disse estar emocionada, que era uma honra estar no Legislativo e poder falar, ainda mais no dia da aprovação do primeiro Plano de Igualdade Étnico-Racial da capital do Paraná.

 “Ser negro no Brasil é resistir, é persistir, é insistir todos os dias”, testemunhou.

“E a gente sabe que, apesar das mudanças, a jornada ainda é longa, pois todo dia é dia de lutar contra o preconceito. Todo dia é lutar contra o racismo, que é considerado crime, sim, mas nem sempre a lei é cumprida como deve ser cumprida, pois buscam atalhos para amenizar o crime de racismo. Na jornada, o que fazemos é tentar sobreviver”, afirmou Dulcineia Novaes, que antes havia apresentado uma pensata sua, sobre o Dia da Consciência Negra, enviada ao Tribunal de Justiça do Paraná.

“Ser negro no Brasil é disputar acirradamente uma vaga no mercado de trabalho, porque as oportunidades são desiguais, e da mesma forma acontece no mundo corporativo, nas funções e nas promoções. Ser negro no Brasil é as pessoas olharem para você e dizerem ‘nossa, como  você é inteligente’, como se os negros não pudessem ser dotados de inteligência”, disse, antes, elencando diversas situações em que o racismo e o racismo estrutural se manifestam na sociedade.

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