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Cidadania

Campanha em memória das vítimas de feminicídio

A Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa organizou a 1a. Caminhada do Meio-dia, em memória das vítimas do feminicídio. O evento integra a Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio, realizado em parceria com a Prefeitura de Curitiba e com a presença de Luiza Brunet, ativista, atriz e ex-modelo.
No Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, milhares de pessoas participaram da  1ª Caminhada do Meio-Dia, realizada  pela Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi).

Parentes, amigos, autoridades, representantes da sociedade civil organizada e lideranças religiosas se reuniram em memória das vítimas de feminicídio, em todo o Paraná. Durante todo o trajeto foram exibidos cartazes, balões e faixas, pedindo a conscientização da população na luta.

Marcha contra FeminicídioVestida de branco, em uma alusão à paz, a ex-modelo e ativista no combate à violência contra as mulheres, Luiza Brunet, participou da caminhada e se emocionou com a iniciativa.  “Esse movimento representa a conscientização da luta contra o feminicídio no Brasil e no mundo. O aumento  gradativo no número de casos é assustador e a única forma de pararmos com isso é levando essa conscientização real para as pessoas”, afirmou Brunet. “A sociedade precisa se mobilizar e se orientar no sentido de observar as mulheres que estão em sofrimento, se posicionando, denunciando e motivando essas mulheres a buscarem ajuda”, completou.

Leandre Dal Ponte, secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, reafirmou que há uma determinação firme do Paraná em criar recursos e políticas públicas para acabar com a violência contra a mulher e reduzir o número de óbitos pelo crime de feminicídio. “São milhões de mulheres vivendo em ambientes violentos, vítimas de violência e  assédio, moral, emocional e sexual. Isso tem que acabar e precisamos de uma grande mudança cultural. Por isso, o governo do Estado lançou a campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio,  pelo fim da violência contra a mulher. Vamos construir um Estado que as mulheres possam se sentir protegidas e respeitadas”, afirmou a secretária.

Marcha contra Feminicídio
Marcha contra Feminicídio

DATA – O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi  criado após uma lei sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.

O dia 22 de julho foi escolhido em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava.

Spitzner foi morta pelo marido em 2018, ao ser jogada da sacada do apartamento onde o casal morava. Luiz Felipe Manvailer foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo crime.

Em Guarapuava, parentes e amigos da advogada estiveram presentes na caminhada.

Cartazes, faixas e dezenas de cruzes foram expostas em memória das vítimas. Bruna Spitzner, prima de Tatiane e procuradora da Mulher na Câmara de Vereadores de Guarapuava, esteve na caminhada e falou pela família.

“Todo ano vai doer, é uma data que não tem como passar em branco, não tem como não lembrar. Por que não transformar isso em uma luta? Não foi só a Tati, ela não foi a primeira e não foi a última. A data é importantíssima para que a gente olhe para o problema de fato. Essas são mortes evitáveis!”, lamentou.

FEMINICÍDIOS – O crime de feminicídio foi tipificado em 2015, quando o Código Penal foi alterado para incluí-lo como um crime cometido pela condição de mulher, seja no contexto de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição da mulher. As motivações são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da ideia de que as mulheres são sua propriedade. Segundo dados do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em 2022 foram registrados 274 casos de feminicídio ou tentativa de feminicídio no Estado. De 2019 a 2022, foram 314 feminicídios e 911 homicídios dolosos contra mulheres.

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