Candidata do PSOL quer serviços públicos eficientes e diminuição dos cargos comissionados

A Associação Comercial do Paraná (ACP) deu continuidade às sabatinas com os candidatos à Prefeitura de Curitiba nas eleições de 2024.com  Andréa Caldas, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

O presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone,  ressaltou a importância do debate e do conhecimento das propostas dos candidatos.

“É uma curiosidade nossa também conhecer suas propostas. É um jogo democrático legítimo que aprovamos pela Casa. Temos a iniciativa de dar oportunidade a todos os candidatos e conhecer seus planos. Curitiba tem uma história de grandes feitos, mas também enfrenta problemas que precisam ser resolvidos”, afirmou.

Andréa Caldas, que é professora na Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 1993 e já atuou na rede municipal e estadual de ensino, agradeceu a oportunidade de expor suas ideias.

“Tivemos muitos avanços no processo democrático, mas ainda há uma desigualdade na propaganda eleitoral. Esses espaços são fundamentais para apresentarmos nossas propostas. Nossa chapa, composta por duas mulheres, traz um programa construído coletivamente, como acreditamos que deve ser feito. A eleição não é sobre gostar ou não de uma pessoa, mas sim sobre escolher um programa de governo”, explicou, referindo-se à sua vice, Letícia Faria.

Andréa destacou que sua decisão de se candidatar foi motivada por coragem e um desejo de mudança.

“Não tenho carreira política. Sou pesquisadora e professora de política educacional. Sempre atuei nos bastidores e acredito que Curitiba, com o orçamento que tem, poderia oferecer um serviço público de melhor qualidade. Há gargalos que são incompreensíveis para uma cidade rica como a nossa”, pontuou.

Em relação à falta de vagas em creches, a candidata criticou a falta de planejamento.

“A curva de natalidade é previsível e os dados do IBGE nos permitem planejar a oferta de vagas com antecedência. Nossa proposta é garantir a universalização dos serviços públicos, priorizando a oferta de vagas públicas e mantendo os convênios existentes, mas com foco em novas construções”, explicou, acrescentando que é importante ajustar custos individuais para funcionamento dos convênios.

Outra proposta central de sua campanha é a reformulação do sistema de transporte público.

“Curitiba tem um sistema de interligação interessante, mas que não acompanha o crescimento da cidade, que já se configura como uma metrópole. Nossa proposta inclui a abertura do passe livre para estudantes no primeiro ano e a implantação progressiva da tarifa zero, financiada pelo município, estado e governo federal, além da contribuição de empresários para um fundo público”, detalhou. Ela também defendeu que uma obra de metrô só faz sentido se integrada à Região Metropolitana.

Sobre a questão das pessoas em situação de rua, ela defendeu uma política de assistência social mais robusta.

“A caridade tem seu valor, mas o papel do poder público deve ir além. Precisamos de servidores concursados e de espaços adequados para garantir dignidade a essas pessoas. É uma situação complexa que demanda ação integrada”, afirmou.

A candidata também ressaltou a necessidade de mais servidores concursados na administração municipal, defendendo o investimento em pessoas, em detrimento de cargos comissionados.

Sobre o déficit habitacional e o aumento do IPTU, ela propôs a transformação da Cohab em uma secretaria de habitação e a criação de incentivos para a ocupação de imóveis desocupados.

“Curitiba tem 100 mil imóveis vazios e, ao mesmo tempo, enfrenta um déficit habitacional. Vamos fazer um diagnóstico dos imóveis abandonados, procurar os proprietários e propor soluções, como o aluguel social, não apenas para moradores de rua, mas também para estudantes e trabalhadores”, sugeriu.

A revitalização do centro da cidade também está entre suas propostas, com a criação de um corredor cultural para manter a área central ativa. Ela defendeu, ainda, a independência dos bairros com vocação específica, através de um planejamento estratégico que envolva tanto o setor público quanto o privado.

O vice-presidente e coordenador do Conselho Político da ACP, Ricardo Cansian, encerrou a sabatina agradecendo a participação de Andréa Caldas.