A formação do Consórcio Sul-Sudeste–COSUD, defendida pelo governador mineiro Romeu Zema em entrevista ao Estadão, provoca reações de críticas de políticos do Nordeste e do ministro da Justiça, Flavio Dino, que classificou a proposta como “traidor da Pátria“.
Na verdade, os governadores do Sul e Sudeste estão articulando a formação do consórcio para defesa dos interesses políticos de seus estados e atração de recursos destinados ao desenvolvimento das regiões mais pobres, com unidade de atuação na reforma tributária.
O governador Ratinho Júnior é o atual coordenador do Cosud e as propostas foram debatidas durante palestra de Romeu Zema na Associação Comercial do Paraná, 40 dias atrás. Na ocasião, Romeu Zema impressionou os empresários e políticos presentes com o relatório da situação “catastrófica” da administração estadual quando foi eleito governador>
“Nenhuma obra, nenhuma parede de escola reformada ou pintada, déficit de 11 bilhões de reais, estradas com dez anos de deterioração, salários atrasados, fornecedores sem receber, prefeitos sem repasses constitucionais, alguns renunciaram aos cargos e outros se suicidaram pela incapacidade de resolver os problemas de atendimento à população”.
Os Estados do Su-Sudeste tem bancada de deputados forte, 263, e são responsáveis por 70 por cento da riqueza brasileira.
“Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, afirmou Zema.
