Após um dia inteiro de discussões, a reunião para finalizar o pacote de corte de gastos foi interrompida.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomará as conversas com os ministros às 14h desta sexta-feira (8), no Palácio do Planalto.
O ministro Carlos Luppi, da Previdência Social, anunciou que pedirá demissão caso sua pasta sofra cortes, segundo revelou a Revista Oeste. Ele defende a taxação de grandes fortunas.
As despesas previdenciárias somam déficit de 260 bilhões de reais.
Um dos cortes defendido é na concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, já que a despesa com o programa tem registrado uma elevação expressiva.
O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, negou cortes nas áreas sociais, Bolsa Família ou BPC.
Segundo a assessoria do Ministério da Fazenda, o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem para São Paulo prevista para a noite desta quinta (7).
Ele permanecerá em Brasília nesta sexta, conduzindo as discussões.
É a segunda viagem cancelada por causa da decisão dos cortes, a primeira era para a Europa.
A reunião desta quinta começou por volta das 9h30 e foi suspensa para o almoço.
O presidente e os ministros retomaram o encontro por volta das 16h45 e interromperam as discussões por volta das 18h.
Inicialmente, o pacote de corte de gastos obrigatórios estava previsto para ser concluído nesta quinta-feira.
O ministro Haddad tinha informado que as medidas poderiam ser anunciadas hoje, após uma reunião de Lula com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar as medidas a serem enviadas ao Congresso.
Segundo Haddad, o fechamento do pacote depende de dois “detalhes “a serem decididos pelo presidente Lula.
“Eu creio que a reunião de amanhã [esta quinta-feira] é uma reunião que pelo nível de decisão que vai ter que ser tomada por ele [presidente Lula], são coisas realmente muito singelas para decidir”, disse o ministro.
Haddad ressaltou que a equipe econômica e o presidente Lula reuniram-se com todos os ministérios envolvidos nas medidas: Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação.
O ministro explicou que o pacote será composto de uma proposta de emenda à Constituição e de um projeto de lei complementar.
Na tarde desta quinta, o Ministério da Fazenda negou informações sobre a suposta análise de duas medidas fiscais, uma de R$ 15 bilhões, relacionada às áreas de saúde e transporte, e outra de R$ 10 bilhões.
Segundo a pasta, tal informação não corresponde ao que vem sendo debatido entre a equipe econômica, demais ministérios e a Presidência da República.
Após o desmentido oficial da Fazenda, o dólar, que vinha subindo durante a tarde, anulou a alta.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (7) vendido a R$ 5,675, estável, com pequena alta de 0,02%. Por volta das 15h30, a cotação tinha chegado a R$ 5,71, na máxima do dia.
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