Empreendedorismo

CWBUS debate mobilidade urbana no final da Smart Cities Curitiba

 

Detentora dos naming rights do primeiro Tomorrow Mobility, evento global de discussões sobre o assunto, a CWBUS levou ao palco representantes de empresas líderes em seus setores e especialistas para compartilhar com o público as inovações que podem transformar o modo de ir e vir nas cidades e, por consequência, melhorar a qualidade de vida da população.

No último dia do Smart City Expo Curitiba 2023, o maior evento de cidades inteligentes do Brasil, a CWBUS promoveu três  painéis para o debate da mobilidade urbana.

O primeiro painel, mediado pelo presidente executivo da CWBUS, Luiz Alberto Lenz César, levantou a questão sobre os desafios para a implantação de ônibus elétricos nas cidades.

A CEO da Eletra, Milena Romano, disse que é preciso planejamento no intuito de adaptar a infraestrutura de garagens, hoje voltadas aos veículos a diesel, para ônibus elétricos.

“Precisamos virar essa chave”, afirmou ela.

Milena também destacou a importância de se treinar os motoristas a fim de que os veículos tenham o desempenho almejado, em especial no que se refere à autonomia das baterias.

O diretor de grandes projetos e negócios estratégicos da Volvo Bus Latin America, Alexandre Selski, disse que a inovação vai acontecer porque isso já está no radar das montadoras.

Ele ressaltou, porém, que é necessário um esforço conjunto entre poder público, operadores, indústria e população para dar nova vida ao transporte coletivo.

“Ao longo dos últimos anos, o transporte coletivo vem perdendo passageiros. Temos de promover o resgate desse meio de transporte, a fim de que a população volte a ter orgulho de utilizá-lo”, afirmou.

Mike Munhato, gerente de eMobility da Mercedes-Benz, lembrou da questão financeira, ainda uma incógnita para a realidade de muitas cidades.

“O ônibus elétrico é mais barato para operar, mas muito mais caro de ser adquirido, cerca de três vezes mais caro que um similar a diesel”, pontuou. Segundo ele, essa transição de tecnologia é um caminho sem volta. “Porém deve ser bem planejada porque não pode haver erros em um sistema que roda 24 horas por dia, sete dias por semana”.

O superintendente de Gás, Biomassa e Inovação da Copel, Carlos Diego do Valle Pedroso, disse que a empresa, concessionária de energia do Paraná, está pronta para prover a infraestrutura de recarga dos veículos elétricos. “Foco da Copel é a eletromobilidade”, afirmou. Para ele, a questão-chave é integrar todos os atores desse processo. “A Copel pode ajudar a adequar o modelo à melhor relação entre custo e benefício”.

Novas tecnologias

O segundo painel, mediado pelo gestor técnico da CWBUS, Gelson Forlin, apresentou as novas tecnologias presentes na mobilidade urbana.

O diretor comercial da Vibra Energia, Iran Carlo Gomes dos Santos, disse que testou, recentemente, na Auto Viação Redentor, operadora do transporte coletivo de Curitiba, o R5, combustível com 5% de diesel renovável.

Ele informou que o processo teve resultado positivo. “Não houve impacto na manutenção dos veículos e ocorreu de maneira tranquila o processo de mistura com o diesel mineral”.

Santos disse que o diesel R5 está disponível para comercialização e consumo e que deve, em breve, entrar em escala de produção.

Ele ressaltou a importância de que exista responsabilidade nas inovações para que se consiga um equilíbrio entre o combustível renovável e aquilo que é economicamente viável.

Celso Mendonça, gerente de vendas Brasil da Scania, disse que a empresa está investindo R$ 1,4 bilhão no desenvolvimento de novas tecnologias, cada vez mais sustentáveis.

Hoje, de acordo com ele, a Scania oferece oito tipos de combustíveis.

“Não acreditamos em apenas uma solução”. Mendonça disse que a empresa trabalha para oferecer soluções que tenham maturidade comercial do combustível disponível (constância do preço) e capilaridade de distribuição em todo território.

A Scania aposta em ônibus a gás pela grande oferta no país e pelo alto grau de tecnologia.

Já Anderson Muniz Calhabeu, coordenador de inovação aberta e simulações da Prometeon, iniciou sua fala explicando o nascimento da empresa, após a cisão do Grupo Pirelli, em 2016.

A marca Pirelli ficou com a chamada linha leve – pneus de carros e motos – e a Prometeon, os demais, principalmente no setor agrícola.

O desafio da equipe de Calhabeu é transformar um pneu, até então um elemento passivo, em um elemento ativo.

“Por que ele não pode ser sensorizado e conectado?”, questionou.

A Prometeon trabalha para que sensores obtenham dados da pressão, temperatura e vibração do pneu com o objetivo de prever a vida útil do produto e interagir com as condições do terreno para trazer mais segurança ao motorista.

“Imagine um pneu que leia todas essas informações e em um dia de chuva, por exemplo, alerte o motorista de que a velocidade atual é inadequada para a realização de determinada curva acentuada”

Integração modal

O terceiro painel, mediado pelo consultor de inovação da CWBUS, Gustavo Comeli, levou questionamentos sobre como as informações podem ser melhor aproveitadas para o fornecimento de serviços à população.

O Head do Google, André Pinterich, citou a ferramenta Waze for cities. “O gestor público pode firmar uma parceria e começar a usá-la para receber informações de usuários do Waze”.

Segundo ele, com o Waze for Cities, os órgãos municipais de controle de trânsito podem entender melhor a velocidade média das vias, os pontos de lentidão e os locais de acidentes.

Além disso, essa ferramenta é colaborativa, ou seja, o município pode acoplar seus dados para enriquecer as informações.

“Então, se um prédio de grande porte for construído em determinada quadra e se sabe que isso vai causar mais trânsito, que obras poderiam ser feitas para mitigar esse problema?”

João Falcão, CTO da iCarros, ressaltou que houve um avanço significativo na geração de dados, porém ainda falta saber digeri-los. Para ele, a informação ainda é muito desorganizada.

“A quantidade de informação é tão grande que não conseguimos converter em benefício. E, se no setor privado esse é um desafio gigante, imagine para o setor público”.

Já Felipe Gulin, CEO da Embarca.ai, destacou o serviço Embarca Pricing, a fim de que as operadoras de ônibus sejam mais competitivas nos preços.

“O objetivo é oferecer uma ferramenta para as companhias serem mais competitivas em sua estratégia de precificação dentro de um setor bastante competitivo, além de ajudar o consumidor a encontrar os melhores preços”.

Dependendo do horário, disponibilidade de assentos, sazonalidade, a plataforma, usando inteligência artificial, estabelece o melhor valor de tarifa.

Felipe também afirmou que a Embarca quer oferecer uma integração completa na jornada de um passageiro, desde a saída dele de casa até a rodoviária (first mile), a viagem em si (middle) e o trajeto da rodoviária final até o destino (last mile). “Não vamos cumprir nossa missão enquanto não fornecermos uma solução completa aos nossos clientes”, disse ele.

Redação JBA Notícias

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