Do folclore à COP30: Curupira vira símbolo da Amazônia e do clima
No fundo da mata, bem longe das cidades e dos campos, um pequeno ser de cabelos vermelhos e pés virados para trás trata os visitantes conforme estes tratam a floresta. Ele pode ser um demônio da floresta para quem a derruba ou caça além da necessidade de alimentação, fazendo com que se perca ou mesmo desapareça. Ou pode ser um gênio da floresta, que protege quem ajuda a natureza.
O ser atrai as vítimas com gritos que parecem pessoas em perigo e as engana com os rastros ao contrário deixados no chão. Este é o Curupira, um dos guardiões das florestas mais conhecidos da cultura popular brasileira, escolhido pela organização da COP30 como símbolo em sua identidade visual.
A Conferência do Clima da ONU ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém, no Pará. E nos dias 6 e 7 será a Cúpula dos Chefes de Estado.
Entidade protetora das florestas, o Curupira está presente de norte a sul do Brasil e em outros países da América do Sul, com outros nomes. Também chamado de Curupi, Curipira, Currupira ou Coropira, o nome vem do tupi-guarani, de curumim, que significa menino, e pira, que é corpo.
De acordo com o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, a primeira menção escrita sobre o Curupira foi feita pelo padre jesuíta José de Anchieta, em uma carta de 1560.
“É coisa sabida e pela boca de todos corre, que já certos demônios e que os brasis chamam coropira, que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe de açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles.”
A identidade visual da COP30 com o Curupira foi divulgada em julho, com a justificativa da escolha pelo compromisso brasileiro com as florestas e em solidificar as ações para redução das emissões de gases do efeito estufa.
Mas em setembro ocorreu uma novidade: o Curupira apareceu como mascote do evento no desfile da Independência em Brasília, em 7 de setembro. Esta é a primeira vez que a Conferência do Clima do ONU tem um mascote.
Todas as COPs, desde a ECO92, que ocorreu no Rio de Janeiro e deu início aos grandes eventos sobre clima, lançam uma identidade visual, com uma logomarca com referências à sustentabilidade e elementos do país sede.
Na COP29, a de 2024 no Azerbaijão, o ícone foi inspirado no motivo buta. O desenho traz cinco folhas estilizadas interconectadas como pétalas de uma flor, representando a ligação entre a humanidade e a natureza com os elementos flora e fauna; ar e vento; água; energia; e o universo.
No quinto episódio da nossa série, vamos explicar como funciona a dinâmica dos debates e acordos das Conferências do Clima.
*Com sonoplastia de Jailton Sodré e locução de Guilherme Strozi.
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