Empreendedorismo

Em evento da Aneel, Copel apresenta experiência no enfrentamento a eventos climáticos

Workshop contou com a participação de empresas e órgãos do setor elétrico, além de institutos meteorológicos

Mobilização prévia baseada em dados consistentes para detecção de temporais, foco no manejo da vegetação sob a rede de energia e investimentos em novas tecnologias. Estes foram os três pilares apresentados pelo superintendente de Projetos Especiais da Copel, Julio Omori, como fundamentais para enfrentar os temporais cada vez mais fortes e sucessivos.

O engenheiro eletricista foi palestrante no wokshop Resiliência das Redes e Eventos Climáticos Extremos, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica na última quinta-feira, dia 22. A Copel foi uma das distribuidoras convidadas a apresentar suas práticas. Além das distribuidoras, participaram do evento órgãos e entidades do setor elétrico, como o ONS, institutos de pesquisas meteorológicas e representantes da sociedade civil.

A iniciativa da Aneel, que também pretende abrir consulta pública sobre o tema, teve o objetivo de compartilhar conhecimento e discutir aprimoramentos na regulação existente, visando aperfeiçoar o processo de detecção de eventos, prevenção de seus efeitos e respostas mais efetivas quando acontecerem estas ocorrências nos segmentos de distribuição e transmissão de energia.

“O ano de 2023 foi marcado como o ano mais quente da história. Fruto disso, tivemos registros, em todo mundo, de tempestades, ventos acima da média, chuvas, tornados, furacões. Esta é uma realidade com a qual vamos ter que nos adaptar daqui para frente.”, afirmou o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.

Mobilização prévia 

“Prevenção é a alma do negócio. Para enfrentar os temporais fortes e cada vez mais recorrentes é preciso mobilização prévia de equipes, que conseguimos com uma previsão mais certeira, cuidados prévios com a vegetação que fica próxima às redes de energia e investimentos”, afirmou Omori. O superintendente da Copel lembrou que só em 2024, o Paraná enfrentou 24 temporais de grandes proporções, sendo 20 somente no segundo semestre do ano e mostrou que estes eventos estão se intensificando com o passar dos anos. Em 2022, foram 16 temporais de grande porte e, em 2021, 11 eventos.

Omori contou sobre um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento que está sendo tocado há alguns pela Copel para aprimorar cada vez mais a previsão dos grandes eventos climáticos. “Analisamos os impactos que estes eventos causam na rede de energia e alimentamos o sistema com estas informações.

Com estes inputs a gente “treina” o sistema, que, então, nos traz uma avaliação das regiões onde os temporais podem causar mais danos. Isso nos auxilia no deslocamento prévio de equipes, diminuindo o tempo dos desligamentos”, explicou. Além disso, o engenheiro ressaltou a parceria da Copel com o Instituto de Meteorologia do Paraná (Simepar) para previsões cada vez mais precisas.

Manejo de vegetação  

Outro ponto abordado por Omori foi a vegetação. O engenheiro vê esta questão como um ponto crítico, “algo extremamente difícil de equacionar em uma situação de grandes eventos climáticos”. “A Copel trabalha com georreferenciamento de árvores em todo o Estado. Temos 1,6 milhão de árvores cadastradas no Paraná. Este sistema dá apoio à manutenção, gestão de ativos e operação do sistema”, afirmou. O engenheiro contou, ainda, sobre o Programa Florestas Urbanas da Copel. A companhia produz mudas de árvores adequadas à convivência com a rede elétrica e doa para as prefeituras. Desde 2009, foram cultivadas e fornecidas mais de 85 mil mudas em tamanho padrão para plantio embaixo na rede elétrica.

Novas tecnologias 

Fechando o tripé para o melhor enfrentamento dos eventos climáticos, Omori ressaltou a necessidade de investimentos preventivos em novas tecnologias. Garantir mais robustez das redes, como cabos protegidos que estão sendo usados pela Copel no programa Paraná Trifásico, que está modernizando as redes rurais do Estado, utilizar redes compactas nas áreas urbanas e estudar novos materiais para que postes tenham maior resistência mecânica foram exemplos usados pelo engenheiro.

Complementarmente, uso de automação nas redes de energia, segundo Omori, está cada vez mais fundamental para o enfrentamento destes eventos. “Estes equipamentos liberam operações massivas, pois ele faz o isolamento necessário onde estão os problemas para que a Copel possa atuar de forma pontual nos defeitos”. Além disto, Omori destacou o papel importante dos medidores inteligentes, que levam informações da unidade consumidora ao centro de operações da Copel, ajudando que o problema seja solucionado por meio de automação. A Copel já tem 650 mil medidores instalados. Outros 670 mil serão instalados até o ano que vem.

Redação JBA Notícias

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