EPR vence leilão pelo Lote 6 do Paraná: concessão de maior investimento dos últimos 2 anos garante R$ 20 bi para modernização do sistema rodoviário
Projeto desenvolvido pelo Ministério dos Transportes inclui conjunto de obras com duplicação de 462,47 quilômetros de rodovia, implantação de 31,4 quilômetros de faixa adicional, áreas de escape e três Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros
O grupo EPR vai assumir a administração do Lote 6 do Paraná. O trecho inclui, entre as estradas, a BR-277/PR, no trecho que liga Foz do Iguaçu a Guarapuava. A abertura do envelope com a proposta única da empresa aconteceu nesta quinta-feira (19): a futura concessionária ofereceu 0,08% de desconto sobre a Tarifa Básica de Pedágio. Esse foi o último leilão de rodovias realizado pelo Ministério dos Transportes neste ano e assegura R$ 20,11 bilhões em aportes para o conjunto de rodovias que integram o lote: são R$ 12,67 bilhões de Capex Reidi e R$ 7,44 bilhões Opex.
“O maior investimento em uma concessão rodoviária federal dos últimos dois anos será no Lote 6 do Paraná”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho, ao bater o martelo durante a sessão pública realizada na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. “A região que tinha menos investimentos que outras agora vai ficar à altura do seu potencial, com tarifas 34% menores às que eram cobradas, com muito mais investimentos, quase 500 quilômetros de duplicação”, ressaltou.
Também conhecida como “Grande Estrada“, a BR-277 é a principal rodovia do Paraná. Ela conecta o extremo oeste do estado ao Porto de Paranaguá, o segundo maior do país. Caracteriza-se, deste modo, por um alto tráfego de caminhões de grande porte e containers que escoam produção do interior paranaense, estados vizinhos como Mato Grosso do Sul e São Paulo, e mesmo do exterior, em especial Paraguai e Argentina. As outras estradas que integram o Lote 6 são as federais BR-163/PR e BR-469/PR e as estaduais PR-158/180/182/280/483, que se interligam com a BR-277.
De acordo com o governador do Paraná, Ratinho Junior, a rodovia corta a região na qual está previsto o maior crescimento do estado até 2050. “A ligação com Paraguai e Foz do Iguaçu são estratégicas para a produção e transporte de alimentos e tem a maior movimentação fronteiriça com a América do Sul”, afirmou.
Conforme o diretor presidente do grupo EPR, José Carlos Cassaniga, ocorre no Brasil uma relevante etapa de modernização rodoviária. “A concessão é um marco para o desenvolvimento econômico do estado e as conexões regionais, nacionais e internacionais, com segurança viária, conforto e agilidade”, destacou.
Mediante a concessão, a EPR ficará responsável por executar um conjunto de obras que inclui a duplicação de 462,47 quilômetros de rodovia, implantação de 31,4 quilômetros de faixa adicional, áreas de escape e três Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros.
Confira as melhorias previstas:
Estradas em boas condições
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) mantém os serviços de manutenção do Lote 6 desde 2021, quando o contrato anterior de administração das rodovias foi encerrado. A partir de 2023, o órgão aumentou o volume de recursos investidos na região e intensificou os trabalhos de recuperação, sinalização, pavimento e manutenção da faixa do meio. Um trabalho que se traduziu em 97% das rodovias deste lote consideradas boas, segundo o Índice de Condição da Manutenção (ICM) apurado em outubro deste ano.
O critério da menor tarifa associada à curva de aporte foi uma das inovações deste projeto de concessão. Ele também traz tarifa diferenciada para pista dupla e pista simples; desconto de 5% para usuários de dispositivos de pagamento eletrônico, além de descontos progressivos de acordo com a frequência de uso da rodovia; e determinação de aporte de ao menos 1% da receita bruta em infraestrutura resiliente.
Recorde
A atual gestão tem como prioridade a melhoria da malha rodoviária do Brasil. Neste sentido, mantém, junto ao aumento de investimentos públicos, uma das maiores e mais arrojadas carteiras de concessões rodoviárias do mundo voltada à atração de investimentos privados.
Somente neste ano, o Ministério dos Transportes promoveu nove certames, que juntos vão injetar R$ 111,83 bilhões para ampliação da infraestrutura viária do país. Somente em duplicações serão 1644,96 quilômetros, além de ações de melhoria das estradas e, consequentemente, da segurança, para motoristas e pedestres.
Para 2025, estão previstos 15 leilões, entre eles de otimizações de contratos considerados “estressados” – com valores defasados e performance insatisfatória, especialmente com obras atrasadas. “Estamos fazendo melhor as coisas novas, as novas concessões, e ao mesmo tempo resolvendo os problemas do passado, com as otimizações”, concluiu o ministro Renan Filho.