Empreendedorismo

Evento em Curitiba capacita empresários para mercado pet friendly

Gato, cachorro, coelho e até arara. Vânia Krekniski, proprietária do restaurante Limoeiro, no bairro Cristo Rei, em Curitiba, já recebeu tutores e animais de vários tipos em seu estabelecimento.

“É um segmento que atrai e fideliza clientes. É um nicho interessante. Tem cachorrinhos que vêm desde filhotinhos. Eles sempre voltam, porque se sentem seguros. O cliente sempre retorna”, comentou a empresária.

Nesta terça-feira (2), Vânia, outros proprietários de estabelecimentos e gestores comerciais participaram na sede do Sebrae/PR, em Curitiba, do evento “Pet Friendly: este mercado te espera”, realizado por meio de uma parceria com o Senac PR.  A expressão estrangeira, traduzida na prática, identifica um estabelecimento “amigo dos animais domésticos”, um local onde os animais (pets) podem frequentar e são bem-vindos.

Durante o evento, Eduardo Laynes, sócio-fundador da Pet Viagens Mania, compartilhou conhecimentos e deu dicas práticas sobre como para preparar um ambiente amigável para animais. Laynes foi um dos autores do Projeto de Lei que regulamenta a convivência pet no município de Curitiba.

“Cada vez mais, o mercado se adapta para que os pets convivam com seus tutores. Hoje, já se fala em famílias multiespécies, que incluem tanto pets exóticos quanto silvestres. Isso é importante para aqueles que desejam receber seus pets em diferentes ambientes. A diferença está no preparo. Existem aqueles que simplesmente recebem os pets e aqueles que se preparam adequadamente para isso”, detalhou Eduardo.

Não só os empresários interessados no universo pet da Capital e Região Metropolitana de Curitiba (RMC) podem aprender mais sobre o assunto. Nesta quinta-feira (4), o mesmo evento acontecerá em Foz do Iguaçu. Na região Oeste, está programado para às 16h, no Restaurante-escola do Senac Cataratas, localizado na Rua João Rouver, 160.

Patrícia Albanez, coordenadora de Turismo do Sebrae/PR, destacou a importância de não apenas aceitar pets nos estabelecimentos, mas também de adequar o local para recebê-los, com outros clientes. Ela enfatizou a necessidade de preparar as empresas para ampliar o mercado de forma profissional, compreendendo melhor as responsabilidades e os benefícios envolvidos.

Camille Proença Vieira, do Senac PR, e Patrícia Albanez, do Sebrae/PR, durante o encontro. (Foto: Bruno Tadashi)

“A gente observa um consumo muito grande das pessoas com seus pets, tanto de produtos voltados para animais domesticados, que vão além de cães e gatos, quanto da convivência desses animais em espaços como restaurantes, hotéis e comércios”, sublinhou.

Camille Proença Vieira, coordenadora de educação e tecnologia do Senac PR, destacou a parceria com o Sebrae/PR em diversas ações, incluindo o crescente mercado pet. Ela enfatizou a importância de preparar empresas para receber animais de estimação, além de simplesmente colocar uma placa com o aviso de que os pets são bem-vindos.

“Entendemos que é uma oportunidade para trazer essas informações ao público de hotéis e outros estabelecimentos”, disse.

Marissa Magalhães, educadora pet, destaca a importância de uma convivência harmoniosa entre tutores e animais em ambientes pet friendly, durante o evento “Pet Friendly: este mercado te espera” em Curitiba. (Foto: Arquivo Pessoal)

Tutores responsáveis; animais seguros

Marissa Magalhães, de Curitiba, é educadora pet e trabalha na empresa Jeito Animal. Ela descobriu a vocação para ensinar outras pessoas a terem melhor convívio com seus bichinhos de estimação quando adotou a cachorrinha Pankeca, há oito anos.

No início, Marissa começou a ensinar alguns truques simples para a “keca”, como chama carinhosamente a cachorrinha. Mas, como a pet tinha algumas restrições em convivência com outros animais — e até algumas pessoas —, Marissa se especializou em comportamento canino e viu que o segredo para melhorar a vida dos tutores e seus pets é uma comunicação eficaz.

Mais do que os estabelecimentos estarem preparados para receber animais de estimação, de acordo com Marissa, é fundamental que os tutores também saibam o que fazer para uma boa convivência dos animaizinhos nos estabelecimentos pet friendly.

Ela destaca que, antes de levar o cão a esses lugares, é importante avaliar se o animal também terá um benefício, considerando sua personalidade e habilidades para estar em ambientes como shoppings e restaurantes. Um cão tranquilo, que não pula nas pessoas e não apresenta reatividade, por exemplo, é mais adequado para este tipo de ambientes.

“Também acho fundamental que o animalzinho tenha todas as vacinas em dia. Porque um cão que não está saudável, é melhor não ir, né?”, diz.

Marissa recomenda levar itens essenciais como sacos para coletar fezes e lenços umedecidos. É importante respeitar as regras dos estabelecimentos e o espaço das pessoas, não permitindo que o cão fique solto (manter com peitoral e guia) ou incomode outros clientes. Os tutores devem prestar atenção constante no comportamento do cão e levar petiscos para recompensar comportamentos corretos.

“Entenda o comportamento do seu próprio cão, identifique qualquer interação ruim que ele possa ter com alguém ou com outro cão, previna essas situações. Se tiver brinquedo ou petisco e houver outro cachorro, use o bom senso, comunique-se com o outro tutor, veja se dá para dividir, se não dá. Observe durante as brincadeiras, se for um lugar que permita brincar, para garantir que o cão não esteja sendo inconveniente”, completou Marissa, que chama a atenção, também, para a importância de uma educação prévia para o animalzinho.

Normas sanitárias

Eduardo Laynes acentua que Curitiba foi a primeira cidade do Brasil a aprovar uma lei que regulamenta a convivência de tutores e pets em estabelecimentos comerciais. No entanto, nem todas as cidades brasileiras possuem legislação específica que trate sobre o assunto.

“Então, as normas sanitárias no Brasil são baseadas em uma lei de 2004, uma legislação de 20 anos que já está bastante ultrapassada. As pessoas, quando buscam a vigilância sanitária e órgãos reguladores para essa convivência, acabam ficando meio órfãs de um preparo maior para ser devidamente orientadas. Existe a intenção da Anvisa em atualizar essa lei, mas depende de um colegiado diretor para que haja essa atualização”, completou.

Redação JBA Notícias

Recent Posts

Exposição de cerâmica artística encerra temporada de mostras da Academia Alfredo Andersen

Mostra “TERRATECIDA” abre nesta terça-feira (09), a partir das 19h. Em cartaz até o dia…

7 horas ago

Ciclone extratropical no Rio Grande do Sul traz tempestades ao Paraná nesta semana

De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), mesmo não…

7 horas ago

Com ingressos esgotados, “O Quebra-Nozes” chega ao Teatro Guaíra nesta semana

A tradicional produção natalina do Centro Cultural Teatro Guaíra reúne quase 150 artistas, envolvendo os…

7 horas ago

Paraná tem melhor Indicador Previdenciário do Brasil pelo quarto ano consecutivo

A classificação, a melhor na graduação do Indicador de Situação Previdenciária (ISP) dos Regimes Próprios…

7 horas ago

Primeira casa erguida pelo Estado já está na fase de acabamento em Rio Bonito do Iguaçu

As obras foram iniciadas na última quarta-feira (3) com a fundação rasa, momento em que…

7 horas ago

Moradora de Laranjeiras do Sul é a ganhadora de R$ 1 milhão do Nota Paraná

O segundo prêmio, de R$ 100 mil, foi para uma residente do bairro Campo Comprido,…

7 horas ago