Empreendedorismo

Evento técnico apresenta novas tecnologias em trigo

Em dia de campo realizado no Paraná, mais de 300 pessoas puderam conferir novidades em trigo para as próximas safras

Em meio às previsões de uma safra recorde de trigo no Paraná, algumas regiões do estado, como a norte, já deram início aos trabalhos de colheita. E apesar das demais regiões paranaenses estarem em momentos diferentes de safra, a condição das lavouras de trigo no estado, de forma geral, é muito positiva. De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/PR), o estado deve colher cerca de 4,5 milhões de toneladas, valor 30% superior ao ciclo passado. Já a área está estimada em cerca de 1,4 milhão de hectares.

E com os olhares voltados para o desenvolvimento desta safra de trigo, bem como ao planejamento das próximas, mais de 300 pessoas, incluindo multiplicadores de sementes, cooperativas, assistentes técnicos, representantes da indústria moageira e agricultores do Paraná, São Paulo, Cerrado e Paraguai participaram do Dia de Campo Biotrigo 2023 – Regional Norte. O evento ocorreu nesta quarta-feira (16), em Luiziana (PR), município localizado na região central do Paraná.

Os dias de campo representam a primeira oportunidade para a cadeia tritícola olhar a campo os novos lançamentos da Biotrigo no ano. Mas, mais do que isso, eles também oferecem a oportunidade desses elos da cadeia se atualizarem com conteúdos técnicos sobre a cultura do trigo. Conforme o gerente comercial para a América Latina da Biotrigo, Fernando Michel Wagner, o agro é dinâmico e, por força do melhoramento genético constantemente trazendo novas soluções, bem como por razões climáticas, essa dinamicidade aumenta ano após ano. “Existe uma pressão positiva por mudança – pra melhor – no campo. Então, há espaço, tanto em cultivares, quanto em manejo, para se colher mais. E isso só será possível se tornarmos a nossa agricultura ainda mais eficiente”, destaca.

Segundo Fernando, a genética não se sustenta sozinha e, desta forma, é preciso que as técnicas e processos de manejo acompanhem a necessidade gerada por ela. “A genética carrega um potencial embarcado na semente. Ou seja, se trazemos uma cultivar de trigo com maior potencial produtivo, haverá uma demanda maior por fertilidade, por exemplo, pois se mais grãos são produzidos, a exigência nutricional também aumenta”, indica. E pensando em gerar conhecimento para uma cadeia tritícola cada vez mais tecnificada, o Dia de Campo Biotrigo 2023 apresentou três estações tecnológicas, que visaram fornecer informações técnicas sobre plantabilidade, extração e exportação de nutrientes em trigo e manejo de doenças da cultura, com enfoque em oídio, doença prevalente nos últimos anos no estado.

A evolução de TBIO Audaz

Além das estações tecnológicas, o evento apresentou os três novos lançamentos da empresa em 2023, que passarão pelo processo de multiplicação a partir da próxima safra. Biotrigo Talismã, cultivar de ciclo precoce, possui características muito similares a TBIO Audaz, um dos trigos mais semeados do Brasil. “Em áreas que Audaz performa bem, Talismã tende a seguir esse padrão. Mas com ganhos, uma vez que esse lançamento traz maior potencial produtivo que Audaz e ainda melhora a resistência a campo para doenças como oídio, mancha amarela e, principalmente, giberela”, comenta o gerente regional norte da Biotrigo, Luiz Henrique Michelon.

Por ser classificado como trigo Melhorador, Talismã conta com ótima performance industrial, fator internacionalmente reconhecido em Audaz. “Outra característica similar de Talismã em relação à sua antecessora é a segurança em chuva em pré-colheita, fator crucial no processo de seleção de novas cultivares da Biotrigo”, aponta Luiz.

Alto rendimento e estabilidade de produção

Outro lançamento que os presentes no dia de campo puderam conferir foi Biotrigo Titan. A cultivar se caracteriza por uma versatilidade de semeadura, proporcionada por seu ciclo médio, e por um excepcional potencial de rendimento. Ainda, em termos de sanidade, o material traz grande equilíbrio. “Pelo o que entrega no campo, junto a essa flexibilidade que o ciclo oferece, projetamos que Biotrigo Titan tem tudo para ser a cultivar mais semeada do país dentro de alguns anos”, cita Luiz. Na indústria, o material vem apresentando uma cor de farinha clara e destacada força de glúten (W).

Benefícios ao sistema de produção

Com um olhar especial ao sistema produtivo, o evento também exibiu Biotrigo Sentinela, cultivar que representa a introdução dos ciclos largos no Brasil. O ciclo oferece ao produtor um período vegetativo ainda mais longo, permitindo a antecipação de semeadura sem riscos de geada. No caso de Sentinela, a variedade oferece, em média, dez dias a mais que TBIO Ponteiro, cultivar de ciclo médio/tardio. “Esses dias a mais no campo resultam em uma maior proteção de solo, gerando mais ciclagem de nutrientes, proteção contra ervas daninhas, dentre outros benefícios agronômicos”, aponta Luiz.

No campo, a alta produção de biomassa é um dos fatores que destacam Biotrigo Sentinela dentro de sua proposta. “E em termos de potencial produtivo, Sentinela vem apresentando rendimento equivalente a Ponteiro”, destaca.

Novidades disponíveis na próxima safra

Lançados em 2022, TBIO Motriz e Capaz também foram exibidos no evento. Essas cultivares, que estão passando pelo processo de multiplicação nesta safra, estarão disponíveis aos agricultores a partir de 2024. De acordo com o supervisor comercial da Biotrigo, Johny Brito, Motriz vem gerando expectativas aos agricultores pela condição de campo apresentada até aqui. E segundo dados do setor de experimentação da Biotrigo, Motriz apresentou, nos últimos três anos e em mais de 80 localidades do país, um rendimento 8% acima de TBIO Toruk, cultivar já reconhecida pela sua produtividade. “Em diferentes realidades, conseguimos verificar que seu vigor de planta está forte e seu desenvolvimento está sendo muito bom, mesmo em regiões que tiveram um período quente e passaram por falta de água”, relata. A cultivar possui ciclo médio/tardio.

Já TBIO Capaz, cultivar superprecoce, tende a ser altamente requisitada em regiões específicas, tanto pelo seu ciclo, novidade entre trigos branqueadores, quanto pela demanda por trigos desse segmento. “Visualmente, as lavouras de Capaz tem gerado boas expectativas quanto à produtividade do material, pois seu desenvolvimento tem sido destacado. É um material que deve agregar bastante ao produtor que busca precocidade, alto rendimento e a remuneração diferenciada que geralmente é paga a trigos branqueadores”, afirma Johny.

Redação JBA Notícias

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