Nesta terça-feira (28), os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram, por 17 a 3 votos, uma moção de protesto repudiando falas do deputado estadual Renato Freitas (PT) e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a Polícia Militar. O autor, Osias Moraes (Republicanos), defendeu que ambos generalizaram situações excepcionais, “jogando a população contra a corporação” (413.00001.2023).
“O repúdio vem no sentido de dizer que a PM faz um papel fundamental na sociedade. Se a gente se desfazer dela, o que será de nós? É fácil criticar no microfone, difícil é combater a criminalidade”, afirmou Osias Moraes. Ele destacou trecho da fala de Renato Freitas do dia 7 de março, no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, quando o político comentava os números da letalidade policial em 2022, apurados pelo Ministério Público do Paraná.
Teor da moção
“Abro aspas [para repetir o que ele disse]: ‘covardes’, ‘assassinos’, ‘serviçal do Mal’, ‘a corporação torna o seu integrante embrutecido por um treinamento desumano como um animal que a qualquer momento e ordem pode atacar outro animal, esse treinamento produz seres bestiais’. Uma semana depois, o presidente Lula rebaixou a condição de vida deles [policiais]. Abro aspas: ‘não é o soldado mal remunerado, que mal e porcamente ganha para comer, que vai resolver o problema da violência nesse país, até porque ele sai de casa deixando a mulher com fome, os filhos com fome, e já sai até violento’.
“Não é para criticar o deputado ou o presidente. Há problema na fala deles, pois não é atacando a polícia que vamos formar uma polícia cidadã. A crítica tem que ser feita de uma forma que não jogue a polícia contra a população”, insistiu Osias Moraes, respondendo a Angelo Vanhoni (PT), que foi contra a moção de protesto repudiando as falas. “Essa moção tem um problema maior, que é ideológico, e que não está posto às claras aqui, que é vincular o presidente Lula. Ele está se referindo às más condições de vida dos policiais militares, nunca estimulou a violência contra a Polícia Militar”, tinha dito o petista.
Mauro Bobato (Pode), Dalton Borba (PDT) e Professor Euler (MDB) se manifestaram contra a generalização das falas para apoiar a aprovação da moção de portesto. “Não quero entrar na questão política. Acompanhei a Câmara Municipal de Fazendo Rio Grande ontem e foi homenageado um policial que salvou uma criança que estava se afogando. Há mais virtude [na corporação] que problemas”, disse Bobato. “Independente da pessoa que faz a crítica generalizada, os bons profissionais não merecem ser comparados a quem não cumpre bem sua atividade”, concordou Euler.
“Não podemos confundir a conduta de maus policiais com a instituição da polícia. Acho isso muito perigoso. Ao chefe do Poder Executivo não cabe deflagrar crises institucionais, mas resolvê-las, através de instrumentos que ele tem em suas mãos: investigação, capacitação, a questão salarial. Não é conduta adequada. Quanto ao deputado, podia oferecer melhoramentos às condutas [que critica]”, opinou Dalton Borba. Vanhoni discorda, defendendo o direito à crítica ao treinamento da Polícia Militar. “O poder de fazer crítica é inerente à democracia, à liberdade”, rebateu o parlamentar.
Debate político
“Eu não cito o nome desse deputado que falou sobre a Polícia Militar, porque é justamente o que ele quer. Temos que evitar ao máximo citá-lo, podemos falar da situação, mas evitar falar o nome dele. Primeiro, que ele é uma vergonha para o movimento negro, já disse que defende bandidos, ladrões, sem-vergonhas, vagabundos. Foi construído pela mídia, em cima de uma parte da população ignorante, que não sabe a importância dessa grande corporação, da PM-PR, de quem temos orgulho”, disse Rodrigo Reis (União).
Respondendo ao parlamentar, Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) classificou a discussão de “show de horrores”. “O que é que o senhor sabe sobre o movimento negro [vereador Rodrigo Reis]? O racismo não é uma questão criada por nós, pessoas pretas, e sim pelas pessoas brancas, logo nada mais justo que as pessoas brancas procurem entender sobre o próprio racismo, até que a gente possa realmente construir uma sociedade com mais equidade”, disse a vereadora, que acusou a moção de descontextualizar as declarações de Lula e de Freitas, “o contexto de um homem preto periférico”.
“Quem não gosta de polícia é marginal”, disse Eder Borges (PP), que preferiu centrar suas críticas ao presidente Lula, que acusou de ser filiado a um partido com relações com facções criminosas. “O que vejo hoje é essa cultura de inversão de valores, que visa colocar a polícia como errada. Culto à marginalidade, de tratar bandido como vítima da sociedade. Não podemos aceitar a normalização desse tipo de cultura. Democracia até qual ponto? O Brasil está à beira de ser um narcoestado. Precisamos ser resistência à inversão de valores”, encerrou.
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