Foto: Guto Pimentel
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) aguarda a publicação oficial dos decretos e seus detalhamentos para se aprofundar na análise dos impactos que as novas taxações sobre importações de produtos brasileiros, confirmadas pelo governo dos Estados Unidos nesta quarta-feira (2 de abril), podem causar à indústria paranaense.
Além disso, a Fiep intensifica as articulações que já vem fazendo junto a diferentes órgãos do governo federal e associações nacionais para que sejam ampliadas as negociações com a administração norte-americana. Uma das principais preocupações está relacionada ao setor da madeira do estado, que tem os EUA como principal destino de suas exportações.
“A atuação da Fiep reflete a preocupação do setor industrial paranaense com os desafios impostos pelo novo cenário internacional e reforça a necessidade de medidas estratégicas para manter a competitividade da indústria local”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos. “A Fiep continuará acompanhando as negociações e promovendo ações que garantam o crescimento do setor de base florestal e de toda a indústria do Paraná”, completa.
Ações prévias
Nas últimas semanas, em reuniões realizadas em Brasília, representantes do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep já expuseram suas preocupações a gestores dos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), ressaltando a importância estratégica da madeira para a economia paranaense. O setor representa uma fatia significativa das exportações do estado para os EUA, o que torna a medida especialmente prejudicial às indústrias locais.
Além disso, em conjunto com as Federações das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e do Rio Grande do Sul (Fiergs), o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, participou de reunião junto ao MDIC em que reforçou o pedido para que o governo intensifique as negociações sobre as taxações. As entidades solicitaram, também, que o governo brasileiro interceda para descaracterizar as exportações de madeira do Brasil como uma suposta ameaça à segurança nacional dos EUA. Esse é um dos principais argumentos utilizados pelos norte-americanos na investigação conduzida sob a Seção 232 da Trade Expansion Act, que aumenta o risco de aplicação de novas medidas protecionistas.
Relevância econômica
De acordo com dados das Federações das Indústrias da região Sul, em 2024 os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul exportaram juntos US$ 1,37 bilhões em produtos de madeira para os EUA. O Paraná lidera esse ranking, com 38,69% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano, seguido por Santa Catarina, com 37,27%, e o Rio Grande do Sul, com 5,68%.
Os dados indicam, ainda, que nos anos de 2020 a 2024 o total de exportações dos três estados passou de U$ 7,5 bilhões. “A perda de mercado decorrente das taxações ou sanções previstas pode comprometer a continuidade de diversas empresas diretas deste segmento, mas também irá afetar gravemente a geração de empregos e toda a cadeia envolvida, desde a logística até a de produtos e serviços indiretos”, ressaltam as entidades.
As Federações do Sul também participam de articulações junto à Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A CEB reúne empresas e entidades de setores da agricultura, indústria e serviços com o objetivo de acompanhar e influenciar as negociações de acordos comerciais. A participação da Fiep nesse grupo fortalece a interlocução do setor produtivo com o governo brasileiro e amplia as possibilidades de negociação para minimizar os impactos das novas tarifas norte-americanas.
Novos mercados
Paralelamente às negociações, a Fiep também vem desenvolvendo ações para ampliar o market share de toda a indústria paranaense em novos mercados. A entidade tem promovido iniciativas para diversificar os destinos dos produtos paranaenses, explorando mercados na Europa e na Ásia, além de incentivar a industrialização de produtos derivados, agregando maior valor à produção local.
Além disso, buscando novos caminhos no mercado norte-americano, a Fiep realizará uma Missão Internacional para Washington DC, no mês de maio, na qual se reunirá com lideranças do governo americano e de instituições de relevância para o comércio entre os dois países.
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