Governo Federal anunciou, recentemente, uma série de medidas fiscais para estimular o setor produtivo automobilístico. Em caráter temporário, um dos objetivos principais das medidas é baratear o custo de automóveis aos compradores, na tentativa de ‘reacender’ o mercado automobilístico brasileiro.
A ideia do Governo Federal é que esses estímulos fiscais, como a desoneração de impostos como PIS, Cofins e IPI, por exemplo, faça com que veículos populares possam chegar ao consumidor final a valores próximos de 50, 60 mil reais. Atualmente, os veículos 0km mais baratos do mercado, na versão mais básica, custam no mínimo 69 mil – uma redução considerável que, segundo o vice-presidente e também Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), poderá causar um aumento na procura por veículos desta categoria.
Apontado como um dos setores que mais sofreram alterações na dinâmica logística, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), a indústria automobilística, de maneira geral, enxerga, nessas ações de incentivo do Governo Federal, que não são novidades nas gestões do PT, uma expectativa de melhorias em toda a cadeia de distribuição.
“Tais ações do governo vêm de encontro com a mudança de perfil do consumidor que deseja veículos com maior tecnologia embarcada e segurança para os condutores e passageiros. O desafio a ser superado eleva a complexidade das cadeias de suprimentos e estabelece um novo degrau de integração entre os agentes da cadeia e seus respectivos 3PLs para atendimento aos consumidores, e portanto o aumento das demandas de novas rotas de transporte e novas áreas de armazenamento”, pontua Jazeel Santos, diretor da Loghis/Grupo GPS.
Os processos logísticos regem, de maneira geral, o fluxo de produção de um veículo, seja na entrega de peças para a montagem, seja no armazenamento e movimentação necessárias, durante e após a montagem do veículo em si.
Já nos primeiros meses de 2023, com uma expectativa melhor a respeito do setor produtivo automobilístico, as operadoras logísticas já vinham realizando novos investimentos em mão de obra e tecnologia de distribuição e gestão de estoques, conforme apontou estudo do Instituto Paulista de Transporte de Cargas (IPTC).
Jazeel aponta, ainda, que “Novas estratégias de atendimento ao abastecimento das linhas de montagem serão necessárias e as parcerias com 3PLs confiáveis serão de fundamental importância para garantir a qualidade e eficiência dos processos logísticos internos e externos. O uso de tecnologias integradoras é fundamental para criação de diferencial competitivo e também para proporcionar um caminho rápido e confiável para as novas estratégias de atendimento.”
Segundo o executivo, assim como os incentivos fiscais, o aumento de emprego de tecnologia nos processos logísticos pode causar também uma importante redução nos custos operacionais do processo logístico das montadoras, o que impacta também diretamente no custo final do produto que será entregue ao consumidor. Além disso, a tecnologia também representa um importante salto na gestão de riscos e diminuição de falhas, gerando menor prejuízo às montadoras e, portanto, também uma expressiva redução, em termos financeiros, que deverá ser refletido no preço final.
Jazeel esclarece que não somente em termos de preço o cliente será impactado positivamente, mas também na experiência de compra. Segundo o diretor da Loghis, a digitalização globalizada que vivenciamos, quase que forçadamente, nos últimos anos, faz com que todos os processos, inclusive os logísticos, tenham de ser muito mais ágeis e com menos falhas – daí a importância do emprego de tecnologias.
Entender, monitorar e mensurar os resultados de toda a cadeia logística, incluindo aspectos relacionados à armazenagem e, principalmente, o transporte de peças, está diretamente relacionado à velocidade com que a montadora poderá produzir um veículo e, consequentemente, disponibilizá-lo no mercado. A digitalização de tudo fez com que o consumidor tivesse pressa, e o emprego de tecnologias na logística automobilística tem se tornado, portanto, cada vez mais indispensável.
“O uso da tecnologia está cada vez mais presente em nosso cotidiano e isso não pode ser diferente nos processos envolvendo as cadeias de suprimentos, sendo que tecnologias como blockchain, smart cities entre outras são portas que devem ser melhores exploradas em nossas cadeias de suprimentos e portos.”, finaliza o executivo da Loghis/Grupo GPS, Jazeel Santos.
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