O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, e o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, lançaram nesta segunda-feira (9), em Curitiba, o Observatório Nacional de Direitos Humanos (ObservaDH). A cerimônia de lançamento lotou o Teatro da Reitoria da UFPR.
Durante o evento, foi assinado também um acordo de cooperação entre a UFPR e o MDHC. As parcerias têm como objetivo formular o intercâmbio de conhecimentos, informações e experiências na produção de indicadores e evidências em direitos humanos e de soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento do ObservaDH.
A plataforma será desenvolvida com a ajuda do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), mantido pela binacional. Já a cooperação técnico-científica também servirá para o aprimoramento de políticas públicas de direitos humanos e a realização de ações na área de educação e cultura.
Para o ministro Silvio Almeida, as perspectivas que se abrem a partir desse evento são enormes. “Trata-se não só da assinatura de alguns documentos, mas da abertura de novos caminhos. Eu quero agradecer imensamente ao PTI por garantir o recurso para a parceria.”
O ministro explicou que a construção do observatório só pode ser feita com a participação da comunidade, da sociedade e de movimentos sociais. O observatório vai funcionar coma uma rede para identificar, avaliar informações e criar indicadores para planejar as políticas públicas de direitos humanos no Brasil. A UFPR passa a ser a primeira instituição dessa rede.
Novo papel de Itaipu
Enio Verri ressaltou que esse é um momento muito importante para a empresa binacional. “O papel de Itaipu volta a ser recuperado. Somos referência em produção de energia, mas, por nossas características, podemos fazer muito mais pela população.”
Ele lembrou que, em 2005, a missão de Itaipu foi alterada por iniciativa do ex-diretor-geral brasileiro Jorge Samek e da então diretora financeira executiva, Gleisi Hoffmann.
“A empresa passou a ter preocupação com as políticas públicas social e ambiental. O que estamos fazendo, desde março, é cumprir exatamente isso, seguindo as orientações do governo Lula”, afirmou.
Segundo o diretor-geral brasileiro, “o comprometimento dessa atual gestão e do governo federal é com aqueles que precisam de inclusão e com a melhoria da vida dessa população para termos um país mais justo”.
Verri destacou ainda que a ciência é fundamental para que isso ocorra. “Precisamos ter dados sistematizados para apoiar esse trabalho de promoção de uma democracia justa e um país igualitário. Essa é a política que queremos e que está acontecendo no nosso país.”
Para a diretora administradora financeira da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), Clerione Herther, a parceria é muito importante. “O PTI é um ecossistema vivo, que pulsa empreendedorismo e inovação. Trazemos um amplo portfólio de competência, por meio de equipes multifacetárias, para ajudar nesse projeto.” E finalizou: “A ferramenta deve auxiliar gestores públicos, organizações da sociedade civil e apoiar o trabalho de jornalistas, pesquisadores e estudantes”.
Acordo da UFPR e MDHC
O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, disse que “o convênio vai se desdobrar em uma série de ações que já vêm sendo feitas e em outras novas na área de direitos humanos, que é a casa natural de uma universidade pública brasileira”.
Ele lembrou que, no passado, as universidades foram muitos atacadas, mas vislumbra a partir de agora um novo cenário. “Estamos entusiasmados com esse novo horizonte de desafios. Podemos, inclusive, adotar políticas de acessibilidade, o que antes era impensável”, afirmou.
Presenças
Além das autoridades citadas, estiveram presentes a vice-reitora da UFPR, Graciela Inês Bolzón de Muniz, a secretária-executiva do MDHC, Rita Cristina de Oliveira, as assistentes do diretor-geral brasileiro Silvana Vitorassi e Gisele Ricobom, além da assessora de Responsabilidade Social, Fiorinda Pezzatto. O evento reuniu autoridades políticas, acadêmicos, servidores públicos e vários representantes do governo do Estado.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai.”
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