Cultura

Grande Rio traz folclore para a avenida no Carnaval 2025

“Quatro contas me protegem”, diz a letra da canção da compositora paraense Dona Onete, que vai guiar todo o samba-enredo da Grande Rio no Carnaval 2025. A escola chega à Marquês de Sapucaí com o enredo “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, falando sobre as entidades encantadas que habitam o encontro do rio com o mar, também conhecido como pororoca.

Assinado por Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer, o desfile é uma incursão aos meandros do Carimbó e conta a história das quatro entidades — as quatro contas — mencionadas pela poeta em sua música. Mariana, Jarina, Herondina e a Cabocla Jurema. “O enredo propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, Encantarias e terreiros de Tambor de Mina. Tudo isso perfumado com ervas e conduzido pelo ritmo e pelas letras do Carimbó”, diz a agremiação em uma publicação no Instagram.

Para o professor de História do Ensino Médio do Colégio Positivo, Thiago Reis, a homenagem da escola ao Pará e à cultura paraense é importante para que mais pessoas conheçam uma faceta rica da cultura brasileira: o folclore dos povos amazônicos. “Os personagens do folclore brasileiro são apaixonantes e merecem ser conhecidos para além das comunidades ribeirinhas e rurais. É preciso trazê-los para o conhecimento do grande público e permitir que todos, inclusive nossas crianças, tenham mais contato com esses seres fantásticos que habitam o imaginário popular no norte do país”, ressalta.

Nas escolas, lendas, parlendas, cantigas e outros elementos do folclore costumam ser abordados, principalmente em datas especiais, como o Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto. “O folclore tem suas origens diretamente ligadas à tradição oral, com histórias que vão passando de geração em geração e que são contadas em frente a fogueiras, à beira dos rios e em outros espaços de convivência comunitária. A ideia dessas narrativas é estimular a imaginação, contar as origens de tantos povos brasileiros e unir as pessoas em torno de uma cultura comum”, pontua Reis.

O professor diz que, quando esses pequenos excertos da vida cotidiana ganham espaços mais amplos, como o Carnaval, o país todo pode experimentar a sensação de pertencimento. “É muito importante que nos reconheçamos como uma nação com uma cultura tão diversificada, que tem personagens tão ou até mais instigantes que aqueles encontrados na literatura fantástica estrangeira”, finaliza.

Redação JBA Notícias

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