Num cenário marcado pela instabilidade do Ibovespa, na esteira da desvalorização de ações, principalmente, do varejo, procurar alternativas de investimento é uma boa estratégia. Em Curitiba, uma dessas possibilidades se refere a imóveis residenciais com foco em locação ou futura revenda.
“O país passa por um momento de transição política, o que acaba sempre refletindo na economia e causando uma sensação de insegurança nos investidores. Costumeiramente, diz-se que os imóveis são uma moeda forte e o que temos visto no dia a dia nos últimos meses é que essa máxima se mantém atual”, comenta Luciano Tomazini, presidente do Instituto Paranaense de Pesquisa do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar).
Segundo a pesquisa mais recente da entidade, que é integrante do Sistema Secovi-PR, sobre o setor, o ticket médio dos imóveis residenciais na capital paranaense chegou a R$ 373.970,00 em janeiro de 2023, 7,4% a mais do que se teve no primeiro mês do ano passado (R$ 348.234,00). O valor ficou bastante próximo do levantado em dezembro, quando o ticket médio chegou a R$ 376.079,00 – queda de 0,6%, somente. Bom sinal para quem adquire um imóvel tendo uma revenda futura em mente.
“O início de ano é um período tradicionalmente delicado para o mercado imobiliário, muito por conta das festas de fim de ano e das férias, quando as famílias optam por ficar fora da cidade. O momento não costuma ser de busca pela casa nova. O fato, contudo, de o ticket médio ter se mantido praticamente o mesmo de dezembro e ter registrado um aumento considerável em comparação com janeiro de 2022 é um indicativo de que os imóveis são uma modalidade de investimento a ser considerada”, acrescenta Josué de Souza, vice-presidente de Comercialização Imobiliária do Secovi-PR.
O que também subiu foi o ticket médio dos aluguéis de imóveis residenciais em Curitiba, que ficou em R$ 1.584,00 em janeiro, crescimento de 19,3% em comparação com o início do ano passado (R$ 1.328,00), indicativo interessante também para quem deseja comprar uma casa ou apartamento com o objetivo de disponibilizá-lo para locação.
Vendas – Em janeiro, o índice de Vendas de Usado Sobre Oferta (VUSO) ficou em 3,4% na capital paranaense. Na comparação com janeiro de 2022 e o primeiro mês de 2021, houve redução de 1,1 ponto percentual (p.p.) e de 0,6 p.p., respectivamente. Deve-se ter em mente, entretanto, que os inícios de 2022 e 2021 foram considerados atípicos para o mercado imobiliário e entre 2016 e 2020 a média do VUSO residencial dos meses de janeiro foi de 2,1%, o que faz do índice de 2023, portanto, o terceiro maior dos últimos sete anos.
Outro dado interessante se refere ao fato de que, mesmo com as taxas de juros mais altas – a Selic está em 13,75% ao ano (a.a.) –, o financiamento segue como a modalidade de pagamento utilizada na maioria esmagadora das transações. Em janeiro agora, a taxa foi de 68,1%, 0,3 p.p. a mais da registrada em dezembro do ano passado.
Bairros mais buscados – Os bairros que se destacaram nas negociações de imóveis residenciais em Curitiba em janeiro de 2023 foram: Centro (11,9% das transações), Água Verde (5,6%), CIC (5,6%), Cristo Rei (5,6%), Bigorrilho (4,9%), Campo Comprido (4,9%) e Boqueirão (4,2%).
