Empreendedorismo

Investimentos em transportes precisam se transformar em serviços para atender as demandas da população brasileira

Os investimentos na área de transporte devem se transformar em serviços de infraesturutra para atender as demandas por deslocamentos da população, o que vai proporcionar um dia a dia com mais qualidade para as pessoas. Para isso, é necessário planejamento, integração entre os modais, governança, financiabilidade, monitoramento e engenharia. Essa avaliação foi apresentada pelos especialistas do  Fórum de Infraestrutura Grandes Construções, promovido Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 24 de agosto, e que teve como tema central “Modais de Transporte: Novos Caminhos”.

“Quando as pessoas pensam em transporte, elas querem sair de um lugar e chegar em outro com as melhores condições, conforto, segurança e um preço adequado. Daí a importância de se preocupar com os resultados dos investimentos. Esse recursos também vão trazer demandas a curto prazo em novos serviços, enquanto os efeitos de longo prazo são a potencialização de outras atividades econômicas e o aumento de produtividade dos trabalhadores pela melhor qualidade de vida”, explicou Rafael Martins de Souza, pesquisador da Fundação Getulio Vargas, que trouxe um panorama da infraestrutura no país.

Na avaliação de Adalberto Febeliano, vice-presidente de Operações Aéreas da Modern Logistics, a governança é fundamental para uma boa administração do transporte público. “É preciso pensar no desenvolvimento global da infraestrutura de transportes no país, o que significa o governo federal sentar com o poder estadual para definir as prioridades e trazer soluções e resultados”, afirmou. A seu ver, seria importante ter uma autoridade metropolina unificada para um transporte público eficiente, planejando a malha de maneira integrada. Ele ainda contextualizou o setor aeroportuário nacional, enfatizando seu potencial de crescimento para os próximos anos.

Acrescentando a análise de Fabeliano, Danniel Zveiter, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), salientou que a governança começa desde a contratação. “Quando se contrata bem, há a sinalização de uma boa administração de contrato; que é importante para se ter um aprimoramento constante e para evitar situações de desequilíbrios econômico-financeiros”, ponderou. Afirmou ainda que outro foco da governança está na execução das obras, além de a necessidade de se ter um olhar a financiabilidade dos projetos de infraestrutura.  Em sua apresentação, tratou do cenário do modal rodoviário e sobre uma proposta da entidade para um novo modelo de concessões para operação de manutenção em rodovias.

Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), concordou com Zveiter sobre a financiabilidade dos projetos, pois o setor de infraestrutura tem períodos com maior número de projetos e outros momentos com menor movimentação de obras. Mas, lembrou que existem diversos mecanismos de financiamentos públicos e privados. “A previsibilidade também é importante nos contextos de planejamento, execução e investimentos. Além disso, precisamos cobrar do governo para que o que foi prometido seja cumprido e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da iniciativa privada para as oportunidades do setor”, frisou. Abate traçou ainda um cenário do setor ferroviário brasileiro e ressaltou a força das associações setoriais para ajudar o desenvolvimento da infraestrutura.

Nesse contexto, José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura (Brasinfra), ressaltou o entrosamento entre todos os modais de transporte e das regulações, que se modernizaram ao longo do tempo, salientando o papel da Brasinfra ao reunir os players desses segmentos. Ele comentou sobre como a inovação é empolgante porque ajuda a ganhar  tempo e a reduzir custos e preços. “Podemos aliar essa integração entre setores, com inovação e experiências passadas”, pontuou. Fez ainda uma avaliação sobre o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que na área de transporte eficiente sustentável terá recursos de R$ 349 bilhões, em relação aos dois programas anteriores. “Temos uma realidade diferente, com novos parâmetros e regulamentações, além da intermodalidade que é relevante atualmente. Mas, podemos usar a modelagem que foi bem sucedida à época e deletar o que não funcionou”, disse.

O Fórum de Infraestrutura Grandes Construções ainda tratou de mão de obra e da capacitação de profissionais no setor, do uso de hidrogênio verde e os biocombustíveis, de compliance e agenda ESG. Mediado por Vagner Barbosa, teve a saudação do engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema, seguida pela mensagem de Rolf Pickert, presidente da Messe Muenchen do Brasil, e contou com o patrocínio da VRental.

Redação JBA Notícias

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