Equipes da Itaipu Binacional e do Consórcio Modernização de Itaipu (CMI) participaram, na primeira semana de novembro, em Curitiba, do primeiro teste em fábrica dos sistemas associados à Rede de Tecnologia de Automação (RTA) que será implementada na usina em decorrência do Plano de Atualização Tecnológica (PAT).
Participaram da atividade o inspetor responsável Luiz Fernando Lima, da Divisão de Inspeção de Itaipu, e os especialistas pelo tema na Superintendência de Engenharia Igor Vinicius Mussoi de Lima e Victor Rodrigo Ruiz Garay, ambos da Divisão de Engenharia Eletrônica e Sistemas de Controle.
A RTA é parte da infraestrutura dedicada a atender sistemas que serão instalados na área industrial e será utilizada para hospedagem e integração de sistemas de Tecnologia de Automação (TA) que serão fornecidos no projeto. A infraestrutura da RTA prevê a construção de duas salas seguras no interior da Casa de Força (com a finalidade de abrigar o núcleo de processamento do controle centralizado da usina), além de uma rede de comunicação versátil e de alta performance, que tanto conecta os sistemas industriais quanto trata de sua interface com a rede e demais sistemas corporativos.
A RTA irá oferecer serviços importantes a diversos sistemas em produção no ambiente de tecnologia da usina hidrelétrica de Itaipu, como sincronismo de tempo PTP (Precision Time Protocol), telefonia da área industrial, monitoramento operativo e o historiador de eventos industriais PI Service (Plant Information System). Também hospedará sistemas de apoio, monitoramento e diagnóstico importantes ao processo de produção de energia, como o Sistema de Telemetria Hidrometereológica, Oscilografia e Medição Fasorial, Sensoriamento das Unidades Geradoras, além de camadas e recursos específicos para segurança física e cibernética, gestão de serviços, conectividade de rede sem fio, acesso remoto, atualização de sistemas, entre outros.
O desenvolvimento da RTA foi dividido em quatro lotes, sendo o primeiro deles correspondente a cabeamento estruturado e alimentação elétrica. Os primeiros projetos já estão sendo concebidos e a etapa de testes e inspeções iniciais da solução foi realizada durante a primeira semana de novembro, na fábrica do fornecedor localizada em Curitiba.
A Divisão de Inspeção, da Diretoria Financeira, é responsável pela inspeção em fábrica e de recebimento de materiais, equipamentos e sistemas adquiridos e aplicados na Central Hidrelétrica de Itaipu que, por meio do seu grupo de engenheiros e técnicos, garante qualidade e atendimento às especificações e normas técnicas. Para o PAT, a Divisão adequou e implementou seus processos em sistemas dedicados ao projeto, com o objetivo de proporcionar uma pronta disponibilidade da informação gerada durante a inspeção, com os Boletins de Inspeção, a emissão do Certificado de Liberação de Embarque e a rastreabilidade da solução por meio dos Relatórios de Não Conformidades.
Nesta primeira inspeção, as equipes de Itaipu, do CMI e do fabricante testaram os cabos ópticos e metálicos, acessórios de montagem, racks e outros elementos de camada física para o futuro datacenter e para a rede de campo da RTA, os quais foram inspecionados quanto a suas características construtivas, atendimento às normas técnicas, regulações específicas e, principalmente, os critérios e especificações técnicas vinculadas ao contrato de fornecimento do sistema. O objetivo principal desta fase foi de garantir a qualidade das entregas, validando que os materiais empregados sejam totalmente aderentes às necessidades do projeto, antes mesmo da entrega efetiva nos almoxarifados de Itaipu.
Segundo Luiz Fernando Lima, “A primeira inspeção de um importante projeto como o PAT sempre é acompanhada de uma grande expectativa de ambas as partes. O trabalho realizado durante esta inspeção cumpriu com o objetivo do controle de qualidade do material fornecido à Itaipu e foi uma ótima oportunidade para colocarmos em prática os novos processos dedicados ao projeto”.
Para Igor Mussoi de Lima, “o acompanhamento minucioso das definições de projeto e a validação paralela do nível de qualidade das entregas diminui consideravelmente a possibilidade de erros e imprevistos durante o processo de implementação”. Victor Garay conclui: “Com a integração das equipes de Itaipu e CMI diretamente com fabricantes, é possível tomar decisões mais rápidas e alinhadas com as tendências de mercado”.
Sobre o PAT
O PAT é o mais abrangente plano de atualização tecnológica da central hidrelétrica de Itaipu desde sua entrada em operação. Começou a ser executado em maio de 2022 e prevê 14 anos de serviços, com cerca de US$ 670 milhões em investimentos já contratados.
O plano contempla a substituição de diversos sistemas de controle e proteção da usina, dentre eles, os das 20 unidades geradoras de Itaipu, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem. Contempla ainda a substituição de toda a fiação de força e controle desses dispositivos, bem como do sistema de medição e faturamento da usina, além da modernização da Subestação da Margem Direita.
Também estão previstos a elaboração do projeto executivo, o fornecimento de todos os equipamentos e sistemas, os serviços de desmontagem e montagem eletromecânica, a realização dos treinamentos e a execução de obras que sejam eventualmente necessárias.
O PAT não inclui a substituição de equipamentos eletromecânicos pesados, como turbina, rotor, estator e transformador principal, porque ainda estão em excelentes condições e longe do final da vida útil típica para este tipo de componentes.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por 8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai.”
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