Empreendedorismo

Jornada Exportadora: novo programa da ApexBrasil estreia na Colômbia

Com estreia em Bogotá, na Colômbia, a expectativa é realizar este ano 12 missões e 200 atendimentos com foco em micro e pequenas empresas

A primeira edição do novo programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jornada Exportadora, ocorreu nesta quinta-feira (18) em Bogotá, na Colômbia. A iniciativa reúne empresas que estão prontas para iniciar ou aprimorar sua jornada exportadora – com prioridade para aquelas que já foram capacitadas pelo Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da Agência – e lhes propicia uma imersão em outros países, com objetivos comerciais.

Nesse sentido, aproveitando a participação no Fórum Empresarial Colômbia-Brasil, a ApexBrasil levou ao país vizinho uma delegação de 13 empresas brasileiras do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para participarem de uma série de atividades focadas em promover oportunidades de negócios. A diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, lembra que o setor de TIC desempenha um papel vital na economia colombiana, impulsionando o crescimento e a competitividade. “Bogotá mantém conexões internacionais sólidas e uma demanda crescente por soluções digitais. Por isso, consideramos ser um destino estratégico para empresas interessadas em tecnologia na América Latina. Temos certeza de que a Jornada Exportadora na Colômbia fortalecerá ainda mais as relações comerciais entre Brasil e Colômbia”, explica.

Clarissa Furtado, gerente de Competitividade da ApexBrasil, destaca que a Jornada Exportadora é uma iniciativa que vem para auxiliar especialmente as micro e pequenas empresas que estão iniciando o processo de entrada no comércio exterior. “A ideia é organizar missões para mercados em que essas empresas têm potencial de negócios. Então, selecionamos um setor que já foi treinado, com empresas que já sabem o que devem fazer para exportar, e traz essas empresas para participarem de missões”. De acordo com Clarissa, a expectativa é fazer 12 missões internacionais em 2024, atendendo cerca de 200 micro e pequenas empresas.

A empresa baiana SoftLine Sistemas foi uma das selecionadas para integrar a primeira edição da Jornada Exportadora. Após receber capacitação por meio do PEIEX, Sandro Lisboa, sócio-proprietário da empresa, acredita que a participação no programa em Bogotá deve render bons negócios. “Esperamos, com essa visita, fechar negócios que rendam até um milhão de reais ao longo de 12 meses”, compartilha. As expectativas também foram superadas para Ravi Gama, da empresa RSA Partners. “Só na parte da manhã do primeiro dia, tivemos duas propostas avançadas e com grande potencial”, revela Ravi, que levou para Colômbia o conceito da nova indústria 5.0.

Marcello Martins, gerente do Escritório da ApexBrasil da América do Sul, revela que a o mercado selecionado foi um grande acerto para a estreia do programa. “Escolhemos a Colômbia porque é um dos mercados mais promissores na América do sul, com acordos comerciais dos quais podemos nos beneficiar, além de muitas empresas de tecnologia que podem e precisam de nossos serviços. É um mercado que serve de trampolim para que a gente possa acessar outros lugares”, destacou.

Adriana Riberio é diretora-geral da UniHealth Colômbia, empresa liderada por mulheres especializada em logística hospitalar. “Temos o enfoque no fortalecimento da mulher nesse setor de tecnologia que é tão pouco povoado por mulheres˜, relatou. Adriana participou da rodada de negócios realizada durante a Jornada Exportadora.

Após Bogotá, o Programa Jornada Exportadora da ApexBrasil segue para Medellín, cidade conhecida como por ser um centro de inovação e empreendedorismo na Colômbia.

Micro e empresas no comércio exterior

Empresas que exportam são mais longevas e pagam maiores salários. Assim, o comércio exterior é um motor do desenvolvimento, e, por isso, a Apex busca incluir, cada vez mais, micro e pequenas empresas no comércio exterior.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, conta que o Brasil tem hoje 95% de seus CNPJs originários das micro e pequenas empresas, com um perfil econômico bastante semelhante ao da Colômbia. Para ele, é preciso integrar as pequenas economias dos dois países, facilitando um processo de globalização econômica, da construção de novos mercados e de novas relações. “Isso é um conjunto que impacta a vida do povo brasileiro, principalmente porque os pequenos negócios garantem uma essência fundamental, uma divisão melhor da riqueza, fazendo com que nós possamos alcançar rapidamente um país sem fome e sem miséria”.

A ApexBrasil e o Sebrae estão em conversas avançadas para aprimorar sua cooperação para que as empresas brasileiras se desenvolvam interna e externamente. “Estamos discutindo com o Sebrae modos de oferecer melhores serviços às empresas, para que o empreendedorismo brasileiro ganhe o mundo. Acreditamos que assim teremos maior capilaridade pelo país ”, comentou Clarissa Furtado.

O Setor TIC na Colômbia

Considerado prioritário pelo governo colombiano, o setor de TIC no país está florescendo, com investimentos significativos em infraestrutura, software e serviços. As oportunidades são vastas, desde soluções de segurança cibernética até aplicativos móveis inovadores. Na última década, a Colômbia tem atraído empresas de tecnologia de diferentes setores, que não apenas prestam seus serviços no mercado colombiano, mas também o utilizam como base para prestar serviços para outros países da região. Essa tendência foi favorecida por fatores como o próprio tamanho do mercado colombiano, a expansão da mão-de-obra capacitada e incentivos governamentais para o desenvolvimento do setor.

Segundo dados do Itamaraty, em 2021, o setor de TIC na Colômbia produziu US$ 6,8 bilhões (R$ 34,2 bilhões), com um valor agregado de US$ 3,73 bilhões (R$ 18,7 bilhões).

O Setor TIC no Brasil

O macrossetor de TIC do Brasil registrou, em 2023, produção setorial de R$ 707,7 bilhões (ou US$ 141,7 bilhões), o que representou 6,5% do produto interno bruto (PIB) do Brasil. O setor abrange diversos subsetores relacionados à tecnologia, como criação de software, telecomunicações, serviços de internet, produção de hardware e outros segmentos que compõem a indústria. Nos últimos três anos, o setor cresceu 11,9% ao ano, e o Brasil é o 10º maior país do mundo em produção de TIC e telecom, sendo o único país da América Latina no ‘top 10’. O país responde por cerca de 30% da América Latina.

Redação JBA Notícias

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