O juiz Paulo Assed Estefan avaliou que a varejista atende a todos os requisitos para o processo de recuperação judicial.
A companhia continua de portas abertas e segue com os negócios, incluindo negociação com fornecedores e com instituições financeiras.
Neste dia a bolsa brasileira anunciou a exclusão dos títulos da Americanas ( AMER-3) de todos os seus índices, a partir desta sexta-feira..
O juiz Estefan determina que sejam suspensas quaisquer ordens de arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição sobre os bens, oriundas de demandas judiciais ou extrajudiciais, o que deverá ser previamente submetido à Justiça.
Acrescenta: “sobretudo se puderem prejudicar ou inviabilizar o processo de recuperação judicial das requerentes”, e que seja confirmada a proibição de compensação de quaisquer valores, com a imediata restituição de todo e qualquer valor que os credores eventualmente tiverem compensado.
O juiz faz uma ressalva em relação ao Banco BTG, afirmando que a decisão judicial obtida pelo banco para não devolver R$ 1,2 bilhão à varejista, pode ser revista.
Além do BTG, os principais credores são Bradesco, Safra, Banco do Brasil, entre outros.
Em sua decisão, o juiz alega que “trata-se de uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país, não só por conta do seu passivo, mas por toda a repercussão de mercado que a situação de crise das requerentes vem provocando e, por todo o aspecto social envolvido, dado o vultoso número de credores, de empregados diretos e indiretos dependentes da atividade empresarial ora tutelada, bem como o relevante volume de riqueza e tributos gerados.”
A decisão ainda destaca que o grupo informou que, em decorrência dos fatos noticiados, a companhia perdeu em uma semana quase 80% do seu valor de mercado, além de ter sofrido rebaixamentos consecutivos das agências de classificação de risco.
Segundo o juiz, a eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o “colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos”. Esse foi um dos pontuados inseridos no requerimento de recuperação judicial da empresa.
A companhia divulgou fato relevante na noite desta quinta-feira comunicando aos acionistas e ao mercado em geral o aceite da Justiça de seu pedido de recuperação judicial.
O grupo lembra que, a decisão, entre outras medidas, confirma integralmente a liminar concedida cautelarmente pelo Juízo, e ressalta o pedido de recuperação judicial será submetido à ratificação da assembleia geral dos acionistas da companhia, “a ser oportunamente convocada”, diz o documento.
No fato relevante, a Americanas diz que “reafirma a confiança que tem em sua capacidade operacional e comercial para que seja bem-sucedida na proposição e aprovação de um plano de recuperação que permita ganho de valor para a Companhia e seus stakeholders e mantenha o alto nível de experiência de seus consumidores e parceiros.”
A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões que envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. A recuperação judicial é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar. O único credor que ficou de fora foi o banco BTG, porque obteve uma liminar na Justiça.
Depois do pedido de recuperação judicial, a Americanas vai precisar apresentar um plano de recuperação dos seus negócios, que geralmente envolve venda de ativos e um pesado desconto na dívida.
Os bancos vão ter que provisionar as perdas em seus balanços, o que vai afetar a lucratividade.
Além do BTG, os principais credores são Bradesco, Safra, Banco do Brasil, entre outros.
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