Aos 23 anos, Tota Magalhães já é o maior nome do ciclismo de estrada feminino do Brasil. Depois de representar o país nos Jogos Olímpicos de 2024, a atleta dará, na próxima temporada, mais um salto importantíssimo em sua promissora carreira: defenderá uma das maiores equipes do mundo em sua modalidade: a espanhola Movistar Team. Empolgada com o desafio, essa carioca, que está a apenas dois anos disputando na categoria adulta, acredita em muita evolução e aprendizado. Tudo para chegar ‘voando’ em Los Angeles 2028.
Tota está há dois anos defendendo equipes europeias. Chegou ao velho continente, grande palco do ciclismo de estrada mundial, para correr pela Bizkaia-Durango, da Espanha, e este ano se transferiu para a italiana Bepink-Bongioanni. Agora, estará em um time ‘world tour’, um dos maiores do mundo e quer aproveitar muito essa oportunidade.
“No ciclismo existem níveis, assim como no futebol, por exemplo, que tem a série A, série B. As equipes world tour são do nível mais alto. Até então eu estava em equipes continental. E o que define isso é o ranking mundial e o investimento. Até porque é preciso investimento para se ter a melhor estrutura necessária. Ter todo esse apoio por trás será um diferencial absurdo para o meu desenvolvimento como ciclista e, quem sabe, dar mais alegrias para a gente no futuro”, explicou Tota.
Com a 74ª colocação entre as 93 atletas de 57 países que participaram da disputa dos 158km do ciclismo de estrada em Paris 2024, Tota não ficou nem um pouco satisfeita com seu resultado. No entanto, prefere olhar para trás e tirar o aprendizado que sua primeira participação em Jogos Olímpicos proporcionou.
“Paris realmente não foi o que eu esperava. Não fiquei satisfeita com a minha corrida de forma alguma. Não foi um dia que eu estava bem em cima da bicicleta e acho que, enfim, isso faz parte do esporte de alto rendimento. Tenho que olhar para trás, entender quais os pontos que, de repente, não deram certo. Mas, enfim, não foi um dia bom em cima da bicicleta. E isso fica entalado na garganta. Acho que em 2028 eu estarei lá de novo para dar o melhor resultado para o Brasil”, previu a ciclista.
Com grandes resultados na temporada, como a conquista da líderança geral da classificação de montanha no Giro d’Italia, entre outros, Tota não tem pressa para brigar entre as melhores do mundo. No entanto, ao mesmo tempo, sobra vontade e animação para ‘curtir o percurso’.
“A carreira de um atleta profissional é uma construção muito gradual. E acho que eu posso dizer que eu estou seguindo gradualmente meu desenvolvimento. Olhando para o meu ano, dei uma boa evoluída e vejo muitos pontos positivos. Este é apenas o meu segundo ano na Europa e estou muito animada com os compromissos que virão. Ainda tenho algumas provas com a BePink, como o Tour De L’Ardeche, semana que vem, depois uma corrida chamada Pioneira Race, na Espanha, Campeonato Mundial… Sou super grata ao meu time, que teve um papel importantíssimo no meu desenvolvimento como ciclista. Desde as meninas, o staff, diretor, os patrocinadores, todo mundo. Sou muito grata pela oportunidade que eles me deram lá dentro. E sobre o ano que vem, pela Movistar, ainda não temos definição de calendário”, finalizou Tota.
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