Com o agravamento da crise climática, o mundo enfrenta o desafio de suprir a demanda por matéria-prima, como a madeira, e ao mesmo tempo garantir uma produção que evite os efeitos causados no meio ambiente. Diante deste cenário, parte da indústria madeireira do Brasil tem encontrado meios sustentáveis de atender a demanda mundial e espera crescimento do mercado nos próximos anos. O relatório da Food and Agriculture Organizations of the United Nations (FAO), estima aumento de 37% no consumo de produto primário de madeira processada de 2020 até 2050.
Ao voltar para a história da madeira, é possível observar que o material é usado desde os tempos antigos. Relevante na história da civilização, ela foi usada na construção de casas, barcos, móveis, ferramentas, e acompanhou a evolução da humanidade. Hoje, a madeira representa grande parte da economia, sendo que apenas o mercado da madeira serrada em nível global é estimado em US$ 757,33 milhões em 2024, de acordo com o Relatório da Indústria da Madeira Serrada da Mordor Intelligence Industry Reports.
Empresas do mercado da madeira entrevistadas pela reportagem afirmam que há expectativa de crescimento natural do setor, e explicam que fatores como a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia influenciaram o segmento nos últimos anos.
Higino Aquino, Fundador e CEO do Instituto Brasileiro de Florestas, explica que a produção de florestas plantadas diminui a pressão sobre as florestas nativas, e que ao longo do ciclo de crescimento das árvores, há o processo de sequestro de dióxido de carbono. “A produção de madeira por meio da silvicultura traz vantagens não só para o mercado financeiro, mas também para o meio ambiente, e essa é uma tendência para os próximos anos, e que o Brasil tem se destacado, tendo em vista que a participação do setor de florestas plantas atingiu o maior número em 11 anos no Produto Interno Bruto no ano de 2022”.
Para Ricardo Rossini, dirigente da Madeireira Rozene Rossini, e presidente da SindiMadeFloema, “Quando olhamos para o futuro nada é mais sustentável que o processo de florestas plantadas. É um ciclo muito interessante. Em termos de sustentabilidade, nada se compara a madeira”. O empresário ainda explica que o período da pandemia da Covid-19 provocou uma convulsão ocasionando grande demanda por madeira, e que após a normalização, o mercado passa por uma transição e período de ajuste.
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores, os 9 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil são capazes de absorver 88 bilhão de toneladas de CO2eq¹ da atmosfera.
Em 2023, a área dedicada ao plantio de árvores ultrapassou pela primeira vez os 10 milhões de hectares, tendo o Eucalipto como 76% da área plantada. Pinus fica em segundo lugar com relação a maior extensão no plantio.
Segundo Felipe Macedo, diretor da M.M Wood Brazil, “nos últimos anos o grande diferencial é que os produtores têm aproveitado ao máximo a floresta e a matéria-prima oriunda da madeira”. Isso ocorre devido ao modelo de corte adotado pelas empresas de florestas plantadas, com equipamentos que permitem aproveitar a maior parte da árvore. “Com isso, colhem a árvore inteira e aproveitam quase 99% da área” – completou Macedo.
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