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Messem: incertezas sobre arcabouço fiscal e pressão inflacionária global fazem BC manter Selic em 13,75%

Economista-chefe da casa, Gustavo Bertotti avaliou que a autoridade tem atuado de forma técnica e os balanços de riscos continuam iguais

O Banco Central (BC) avaliou que os balanços de riscos continuam os mesmos apontados na ata anterior do Comitê de Política Monetária (Copom) e, por isso, optou pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano nesta quarta-feira (dia 3). A opinião é do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti. “Ainda existem incertezas em relação ao arcabouço fiscal que, nossa avaliação, é permissivo com o aumento de gastos, o que causa uma preocupação sobre a deterioração da trajetória da dívida pública”, disse.

“Além disso, há o crescimento do risco político no Brasil. Um exemplo são as críticas do governo federal sobre a condução política monetária, o que traz uma aversão a risco ao nosso mercado”, complementou.

Segundo Bertotti, o comunicado do BC após a divulgação da decisão sobre a Selic tem um tom menos “hawkish” (política mais austera e contracionista), mas que o afrouxamento monetário deverá ocorrer somente a partir do segundo semestre.

O economista ressaltou que autoridade monetária também considerou nesses balanços de riscos uma pressão inflacionária no âmbito global, com um aperto monetário que continua nas grandes economias, como Estados Unidos e Europa. Conforme decisão desta quarta-feira, o Federal Open Market Committee (Fomc), comitê do Federal Reserve (Fed), elevou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para uma banda entre 5% e 5,25% ao ano.

Segundo Bertotti, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, declarou que o arcabouço fiscal reduz os “riscos de cauda” (fortes rupturas nos mercados), mas acredito que eles ainda existem, embora improváveis. “O mercado internacional ainda enfrenta uma crise no setor bancário e existe uma preocupação com a questão fiscal no Brasil”, ressaltou.

“O BC tem sido muito técnico e está sendo correto em cima de suas decisões diante de um cenário de tantas incertezas. Na minha visão, a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação continuam”, diz. Bertotti acrescenta que os últimos dados do CAGED e do IBC-BR — mostrando aquecimento no mercado de trabalho e alta bem acima das expectativas do proxy do PIB — abrem espaço para que o BC mantenha os juros no mesmo patamar.

Redação JBA Notícias

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