Microplástico presente em 16 praias do Complexo Estuarino de Paranaguá, litoral do Paraná
Formados por microesferas, os microplásticos – partículas de plástico com tamanho entre 0,001 e 5 mm – estão presentes em fios de roupas sintéticas, cosméticos e até nas pastas dentais. Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apontam que pelo menos 51 trilhões de partículas de microplásticos estão espalhadas pelos oceanos.
Um estudo publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin identificou microplásticos em praias estuarinas do litoral paranaense. Os pesquisadores do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná investigaram praias localizadas às margens das Baias de Antonina, Paranaguá e Laranjeiras, incluindo as localizadas dentro da Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (APA de Guaraqueçaba).
Os microplásticos foram encontrados em 16 das 19 praias estudadas. No total foram registrados 389 itens – 63% eram espumas, como o isopor por exemplo, e 14% fragmentos de produtos feitos de plástico.
As coletas foram realizadas ao longo de duas semanas no final de 2020 e todas as análises laboratoriais ocorreram no primeiro semestre de 2021. De acordo com o grupo, a presença e caracterização de microplásticos é inédita nas praias do Complexo Estuarino de Paranaguá (PR), uma das mais importantes baías do Brasil.
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O pequeno tamanho dos microplásticos – varia entre 0,001 e 5 mm – traz preocupações para a comunidade científica. “Isso dificulta a retirada do meio ambiente e também favorece sua interação com uma gama muito maior de organismos marinhos, o que tem um efeito cascata na fauna marinha, via processos de bioacumulação e biomagnificação. Por isso, a investigação de microplásticos cresceu exponencialmente na última década”, aponta Mateus.