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Empreendedorismo

Empresas têm dificuldade para implementar programas de diversidade e inclusão

Pesquisa mostra que tema, antes prioridade, ficou em segundo plano; especialistas da Div.A -- Diversidade Agora explicam como trabalhar uma cultura de inclusão

A preocupação das empresas com a diversidade e a inclusão vem aumentando com o passar dos anos, mas a implementação de ações que estimulem essas práticas ainda são deficitárias e sofreram um desvio de atenção no último ano. Segundo o relatório Tendências de Gestão de Pessoas, da consultoria global GPTW (Great Place to Work), 24% das empresas entrevistadas tinham como prioridade trabalhar a diversidade e a inclusão em 2019, número que subiu para 32% em 2020 e 37% em 2021. No entanto, o levantamento mais recente, de 2022, mostra que esta prioridade caiu para 17,9%.

A implementação de uma cultura mais inclusiva e diversa em uma empresa é um processo, exigindo que a atenção ao assunto deva ser constante, conforme relata Renata Torresco-founder da Div.A — Diversidade Agora e especialista em diversidade e inclusão. “É uma jornada, não é uma mudança que acontece da noite para o dia. É preciso muita resiliência e muita insistência para conseguir o apoio das pessoas e, principalmente, para demonstrar os comportamentos que são esperados pela sociedade no dia a dia”, explica.

Uma organização que se propõe a trazer a diversidade para suas equipes está estendendo a mão a diversos segmentos de construção social, seja orientação sexual, idade, gênero, raça, posição social ou nacionalidade. No entanto, é necessário que essa empresa adote uma cultura inclusiva, e então esta reunião de talentos, culturas e experiências diferentes vão contribuir com o sucesso da empresa, de acordo com Kaká Rodrigues, também co-founder da Div.A — Diversidade Agora e especialista em diversidade e inclusão. “As organizações exercem um papel social ao fazer esse trabalho de educação das pessoas colaboradoras e das suas lideranças. Isso é a inclusão”, destaca.

Renata e Kaká explicam que muitas empresas já têm uma tendência à diversidade e buscam a pluralidade em suas equipes, mas uma orientação profissional para implantar uma cultura de inclusão, muitas vezes, é necessária. É o caso da Santa Helena Indústria de Alimentos, que trabalha diversos aspectos sobre diversidade e inclusão junto à Div.A desde 2021.

Segundo Elaine Ribeiro, diretora de Gente e Cultura da Santa Helena, toda a equipe tem aprendido muito e reforçado que este é um tema que precisa ser constantemente falado e discutido. “Uma grande conquista foi o lançamento do nosso novo programa de diversidade, o ‘Plural’, no início do ano, que tem como um dos objetivos a tolerância zero a qualquer relato de assédio, preconceito ou incivilidade”, relata a gestora da indústria de alimentos.

Elaine explica ainda que a experiência com a consultoria da Div.A mostrou que as práticas para a criação da cultura inclusiva vêm da vivência. “Nós fizemos um evento em março, o ‘AproximAção’, com toda a área administrativa, e a Kaká e a Renata tiveram a oportunidade, inclusive, de fazer uma palestra sobre esse tema, para esclarecer mais sobre assédio e preconceito para que os colaboradores pudessem se envolver com o tema”, diz.

A gestora relata que o evento incluiu uma dinâmica com grupos de pessoas colaboradoras que se dividiram para falar de alguns temas e situações de preconceito, assédio e questões relacionadas à diversidade, trazendo conceitos e experiências do dia a dia, culminando com a produção de um vídeo. “Isso fez com que todos se envolvessem, estudassem sobre o assunto, pesquisassem e trouxessem esse conteúdo para ser discutido e debatido”, conta Elaine, que observou não só o envolvimento das pessoas colaboradoras, mas como isso refletiu na liderança. “Eles passam a ter um cuidado maior com a postura, na forma de tratar o outro. Nós vemos as pessoas mais preocupadas com o impacto que suas atitudes têm no próximo, o que nos ajuda a trabalhar esse tema de maneira mais leve e o que considero muito importante”, conclui.

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