Política

Na CELAC, Lula exalta potencial de latino-americanos e caribenhos como bloco integrado

Um chamamento pela união dos países da América Latina e do Caribe para que atuem em conjunto nos fóruns de debate e negociações internacionais. Um pedido para que essas nações tenham olhar atento ao desenvolvimento social sustentável e à transição energética. E um apelo por uma moção de cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e o Hamas.

Tendo essas três mensagens como fio condutor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta sexta-feira, 1º de março, em Kingstown (São Vicente e Granadinas), durante a VIII Cúpula da CELAC, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. O evento conta com a presença de 33 chefes de Estado e de Governo e altos representantes dos países da América Latina e do Caribe, bem como de integrantes de organismos internacionais e parceiros extrarregionais da Comunidade.

“Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento”, resumiu Lula.

Segundo o presidente brasileiro, nos últimos anos as nações da CELAC se distanciaram, o que abriu portas a conflitos e disputas. “Deixamos de cultivar nossa vocação de cooperação e permitimos que conflitos e disputas, muitas delas alheias à região, se imponham. Defender o fim do bloqueio a Cuba e a soberania argentina nas Malvinas interessa a todos nós. Todas as formas de sanções unilaterais, sem amparo no Direito Internacional, são contraproducentes e penalizam os mais vulneráveis”.

Ao frisar que os países da CELAC devem refletir sobre seus lugares no plano internacional, Lula destacou o papel do protagonismo do Brasil e da região neste contexto em 2024 e nos próximos anos em relação a alguns dos maiores fóruns de debate multilaterais. “Isso é particularmente relevante no momento atual, em que a nossa região se converterá no centro de gravidade da diplomacia global, ao receber as cúpulas do G20, da APEC, do BRICS e a COP30”, declarou.
FOME – O presidente brasileiro trouxe dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL para ressaltar que o problema da fome ainda aflige dezenas de milhões de pessoas nos países da CELAC. De acordo com a comissão, dos 660 milhões de latino-americanos e caribenhos, 180 milhões não possuem renda suficiente para suas necessidades básicas e 70 milhões ainda passam fome. “Esse é um paradoxo para uma região que abriga grandes e diversificados provedores de alimentos. As três prioridades da presidência brasileira do G20 dialogam com nossos desafios históricos. Nossa proposta da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pode se beneficiar do Plano de Segurança Alimentar e Erradicação da Pobreza da CELAC”, afirmou Lula.

GAZA – Lula lembrou a guerra entre Rússia e Ucrânia, o caos social experimentado no Haiti, e fez um pedido por uma moção da CELAC pelo fim imediato do conflito entre Israel e o Hamas. “A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino”, disse Lula.

“As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante. Quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, para propor uma moção da CELAC pelo fim imediato desse genocídio. O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional”, prosseguiu.

“Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho de Segurança a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência. Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança. Já são mais de 30 mil mortos. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo. É preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade”, encerrou o presidente.

Redação JBA Notícias

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