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“Não existe país próspero sem uma indústria forte”, afirma presidente da ABDI no 2º Seminário Nacional de Política Industrial

Nesta quarta-feira, 4, o Salão Nobre da Câmara dos Deputados sediou as discussões sobre inovação e sustentabilidade do 2º Seminário Nacional de Política Industrial. Promovido pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços (CICS) da Câmara, com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Frente Parlamentar ESG do Congresso Nacional, o evento reuniu líderes e especialistas para debater como a indústria pode se reinventar e enfrentar os desafios globais, como as mudanças climáticas e as vulnerabilidades nas cadeias de suprimentos.

Com um foco temático na “Indústria Verde: Inovação e Sustentabilidade”, o seminário propôs um diálogo sobre o futuro da indústria brasileira, ressaltando a conexão entre desenvolvimento econômico, social e ambiental.

“O Brasil é o grande protagonista dos três debates planetários. Segurança alimentar, segurança energética e clima”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Segundo ele, o país tem o potencial de “uma avenida para crescer” na indústria verde.

Na direção do desenvolvimento econômico, Alckmin enfatizou a relevância da indústria de transformação, que, segundo ele, “puxou esse crescimento” econômico, com um aumento de 1,3% no setor. “A indústria de transformação é que empurrou esse crescimento do PIB. Isso não deve nos levar à acomodação, mas não há dúvida de que no cenário mundial é um avanço significativo. Vamos agregar valor, vamos industrializar o que nós pudermos para gerar mais empregos, salários maiores e poder avançar mais”, destacou.

Ele também mencionou as seis missões que guiarão a política industrial, destacando a agroindústria e a necessidade de fortalecer o complexo industrial da saúde. O vice-presidente também citou iniciativas como o programa Nova Indústria Brasil (NIB), que tem R$ 507 bilhões em financiamentos previstos para o setor até 2026 pelo Plano Mais Produção, principal braço financiador da política industrial. Desse total, R$ 200 bilhões já foram injetados.

Sobre os desafios para o crescimento, destacou a alta carga tributária em comparação a outros países, como Índia e México. “Quem são os nossos concorrentes? Índia, China, América Latina, México. A Índia, 20% de carga tributária. O México, 18%. A China, 22%. O Brasil, 33%. Como é que você vai competir? Então é preciso agir nas causas do custo, reduzir custo”, apontou.

Ao concluir, o ministro do MDIC fez um apelo ao Congresso para a aprovação de dois projetos de lei que visam apoiar pequenas empresas na exportação. “Nós queremos que a pequena empresa exporte, ou que este mercado cresça. A Itália é um bom exemplo de pequenas empresas que exportam muito. A China também é outro exemplo de pequenas empresas que exportam muito”, finalizou.

Investimento para um futuro sustentável

Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, afirmou que “não existe país próspero, desenvolvido e soberano sem uma indústria forte”. Ele elogiou o trabalho do Congresso Nacional na aprovação de matérias essenciais para o setor industrial, como os programas “Mover” e “Combustível do Futuro”. “O desenvolvimento da indústria está ligado diretamente ao destino do Brasil. Falta discutir, debater a indústria, como o Congresso Nacional tem feito, de forma tão comprometida e eficiente, aprovando uma série de matérias”, declarou.

Cappelli destacou o crescimento de mais de 10% na formação bruta de capital fixo – ativos de longo prazo que visam aumentar a capacidade produtiva de uma empresa ou economia, como bens duráveis – nos últimos 12 meses, o que indica uma taxa de investimento em ascensão, embora ainda necessite de melhorias. “Isso é estratégico, porque a taxa de investimento no patamar que está, significa que são investimentos em capital fixo que projetam investimentos para frente”, explicou.

O presidente da Agência também alertou para os desafios relacionados ao custo do capital, enfatizando a importância de um debate sobre como reduzir juros e democratizar o mercado de capitais para impulsionar o desenvolvimento industrial no Brasil. “Há um descolamento grave entre as percepções da economia real e a economia projetada pelo mercado financeiro”, observou. Ele enfatizou que ” esse debate sobre o custo de capital, de como o debate de baixar os juros e democratizar o mercado de capital no Brasil é estratégico para o desenvolvimento da indústria no Brasil”, disse.

Sustentabilidade: um legado para o futuro

Flávio Nogueira, presidente da Frente Parlamentar ESG na prática do Congresso Nacional, enfatizou a importância do seminário, voltado para a gestão de sustentabilidade.

“Uma sustentabilidade que não é só para agora, mas também para a próxima geração, para o futuro. Vemos que a própria indústria que passou, nos últimos anos, uma desaceleração, passou também agora para uma indústria que procura inovação, que procura também acompanhar o desenvolvimento do país”, expôs.

O deputado Josenildo, presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços (CICS) afirmou que somente por meio de parcerias e estratégias será possível estruturar um debate eficaz sobre a situação da indústria no Brasil. “Apenas através desse diálogo constante e dessa troca de ideias que conseguimos construir um caminho certo para a formação do país como uma indústria forte e bem desenvolvida”, apontou.

O parlamentar também abordou a importância de criar um modelo equilibrado que una o desenvolvimento econômico à preservação da natureza, destacando que esse objetivo só pode ser alcançado por meio do incentivo a inovações científicas e tecnológicas que superem os paradigmas de crescimento atuais.

Por sua vez, Tadeu Alencar, ministro em exercício do Ministério do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (MEMP), destacou que o Brasil vive um momento particularmente significativo em sua história, retomando um protagonismo global na agenda climática.

“Todos os indicadores macroeconômicos do crescimento, do crescimento real do salário-mínimo, dos investimentos na educação, na saúde, na assistência social, da balança comercial, enfim, todos os indicadores econômicos revelam essa grande responsabilidade, uma condução exemplar na gestão socioeconômica do país”, assinalou. Alencar enfatizou a importância de acompanhar as transformações na política industrial do país, ressaltando o amplo diálogo promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.

Entre as autoridades presentes na cerimônia também estavam Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, e Carina Mendonça Pimenta, Secretária Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

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