Empreendedorismo

Open Finance no Brasil: a visão do Banco Central e o impacto no dia a dia do consumidor

Hugo Garbe, professor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

O Open Finance, promovido pelo Banco Central (BC), promete transformar o sistema financeiro brasileiro ao oferecer mais liberdade e controle sobre informações financeiras. Inspirado no Open Banking, o Open Finance amplia essa troca de dados para diferentes setores, como investimentos, seguros, câmbio e previdência. A ideia central da autarquia é empoderar o consumidor e ampliar a competição, o que resulta em produtos e serviços financeiros mais adaptados às necessidades de cada um.

A Visão do Banco Central

O Banco Central enxerga o Open Finance como uma ferramenta essencial para democratizar o acesso a serviços financeiros e incentivar a inovação no setor. A proposta é colocar o consumidor no centro do mercado, fazendo com que ele se torne o verdadeiro dono dos seus dados financeiros. Ao possibilitar que bancos e fintechs acessem essas informações (sempre com o consentimento do usuário), o BC espera uma concorrência saudável, em que instituições financeiras terão que competir para oferecer melhores taxas e serviços personalizados.

A expectativa é que o Open Finance crie um ecossistema mais inclusivo e dinâmico. Para o Banco Central, a expansão do Open Finance se alinha com a meta de um mercado financeiro mais transparente, acessível e seguro, onde empresas de diferentes tamanhos possam competir igualmente, favorecendo uma maior diversidade de ofertas.

Benefícios na Prática

Para o consumidor, o Open Finance traz benefícios palpáveis que vão muito além da escolha de uma conta bancária:

  1. Taxas de Crédito Mais Baixas e Justas: Com dados financeiros mais acessíveis a diferentes instituições, bancos e fintechs poderão avaliar o histórico de crédito de forma mais abrangente, o que deve resultar em ofertas de crédito mais justas e acessíveis, especialmente para quem tem um bom histórico. Se antes o consumidor estava limitado às opções de um único banco, agora ele pode buscar a melhor oferta no mercado;
  2. Gestão Financeira Simplificada e Centralizada: Com o Open Finance, o consumidor poderá consolidar dados de diferentes produtos financeiros, como contas bancárias, cartões de crédito, investimentos e seguros, em uma única plataforma. Essa visão integrada facilita a organização e a gestão financeira, permitindo ao usuário visualizar e planejar suas finanças de maneira mais eficiente;
  3. Personalização Real de Produtos e Serviços: Bancos e fintechs poderão entender o perfil financeiro de cada cliente e, assim, oferecer produtos personalizados, como seguros com coberturas mais adequadas, cartões com benefícios específicos e investimentos que correspondem ao apetite de risco de cada usuário. O cliente não receberá mais produtos genéricos, mas soluções alinhadas aos seus interesses;
  4. Inclusão Financeira Ampliada: Com mais instituições oferecendo serviços a diferentes perfis de consumidores, aqueles que antes eram negligenciados pelos grandes bancos, como microempreendedores e trabalhadores informais, terão novas oportunidades de crédito e acesso a outros produtos financeiros.

Proteção e Segurança dos Dados

O Banco Central tem como uma de suas prioridades garantir que o compartilhamento de dados aconteça de forma segura e transparente. Para isso, as instituições participantes devem seguir os padrões de segurança estabelecidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O Open Finance só pode funcionar se o usuário consentir explicitamente com o compartilhamento de seus dados, e ele pode revogar esse consentimento a qualquer momento. Isso garante que o consumidor mantenha controle total sobre quem tem acesso às suas informações financeiras.

O Futuro do Open Finance no Brasil

Ao adotar o Open Finance, o Brasil dá um passo importante para se posicionar na vanguarda da inovação financeira global. Mais do que abrir dados, o Open Finance abre portas para um sistema financeiro mais inclusivo e competitivo. No longo prazo, o impacto pode ser um mercado financeiro mais justo, com os consumidores, grandes ou pequenos, encontrando mais alternativas e poder de escolha.

Essa transformação coloca o Brasil em um cenário promissor de desenvolvimento econômico e social, mais que isso: os serviços financeiros passam a ser um direito mais acessível e diversificado. Em resumo, o Open Finance traz um novo modelo financeiro em que o consumidor realmente é o protagonista e as instituições financeiras precisam inovar e competir para conquistar sua confiança.

*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie    

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi eleita como a melhor instituição de educação privada do Estado de São Paulo em 2023, de acordo com o Ranking Universitário Folha 2023 (RUF). Segundo o ranking QS Latin America & The Caribbean Ranking, o Guia da Faculdade Quero Educação e Estadão, é também reconhecida entre as melhores instituições de ensino da América do Sul. Com mais de 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pela UPM contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeira.

Redação JBA Notícias

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