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Saúde

Paraná está na rota de pessoas que viajam para tratar doenças

O pequeno Guilherme Lucca Wilpert, com menos de um mês de vida, precisou ser operado em Londrina, no Norte do Paraná, para tratar a hidrocefalia, um dia após seu nascimento, em julho deste ano. O bebê veio com a família do interior de Santa Catarina em busca de atendimento especializado. Essa é a trajetória que muitas pessoas vivem no Brasil e até mesmo no exterior, quando decidem sair de onde moram para ter acesso a tratamentos de saúde, tendo como destino o norte do Paraná.

De acordo com o guia especializado Patients Beyond Borders, 20 milhões de pessoas viajam anualmente para outros países com a finalidade de receber atendimento médico. Várias características dos países que recebem os pacientes são listadas pelo guia: investimento do governo e do setor privado em infraestrutura de saúde; compromisso com a acreditação internacional; garantia de qualidade e transparência de resultados; potencial de redução de custos em procedimentos médicos e reputação sustentada de excelência clínica.

A grande maioria dos casos operados pelo neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Canheu, de Londrina, é de fora da cidade. O especialista já operou 167 casos em dois anos, sendo que 76% dos pacientes vieram de outros municípios. Entre eles, cinco são do Paraguai.

Segundo o profissional, o movimento é impulsionado por vários aspectos.

“Londrina tem vantagens com relação a grandes centros. Quando analisamos a região observamos bons hospitais, boa localização e um povo acolhedor. Muitos pais e mães me procuram com o objetivo de ter um diagnóstico para seus filhos. Dentro da área da neurocirurgia pediátrica nos deparamos com patologias raras, ou seja, que são difíceis de serem identificadas. Para chegar a uma conclusão é preciso contar com equipes especializadas e equipamentos que permitam uma investigação mais profunda. Nem todas as cidades, e principalmente as menores, possuem essa estrutura, e isso motiva famílias a viajarem para outras regiões do Brasil em busca de respostas”, explica.

Consultas online

Foi por meio de consultas online que Bianca Webber, do Paraguai, encontrou uma esperança para o filho, diagnosticado com cranioestenose. O neurocirurgião pediátrico identificou logo nas consultas a distância que o caso era cirúrgico.

Após a chegada da família no Brasil, exames confirmaram a necessidade de uma operação, aos cinco meses de vida do pequeno. “A cirurgia de correção da cranioestenose precisa ser feita antes do primeiro ano de idade, e em alguns casos o ideal é em até seis meses. Com a possibilidade de consultas online para pacientes que são de outras regiões, o atendimento se torna mais ágil, sem precisarem vir várias vezes até a clínica, e facilita um diagnóstico mais rápido, como foi esse caso do Paraguai”.

O procedimento foi realizado no Hospital Evangélico de Londrina.

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