fbpx
Geral

Perdas com a enchente superam R$ 95 milhões aos produtores de tabaco gaúchos

Levantamento apurou que 75 municípios produtores de tabaco foram afetados com as intempéries de maio. Plano de recuperação já está em curso e expectativa é de manutenção dos resultados previstos para a próxima safra.

Junho 2024 – A enchente sem precedentes que afetou o Rio Grande do Sul no início de maio e alterou a vida de milhares de pessoas, trouxe prejuízos para quase dois mil produtores de tabaco. É o que aponta o levantamento realizado pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) junto às empresas associadas. Nesta quinta-feira, 06 de junho, o presidente do SindiTabaco se reuniu com a diretoria da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS) e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) para apresentar e analisar os números.

Segundo Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, a pesquisa reflete a realidade da segunda quinzena de maio, quando o momento ainda era de algumas dificuldades de acesso e de comunicação em muitas localidades. “A partir das informações, valoramos os prejuízos de forma aproximada, de modo a dimensionar o montante de perdas”, explica o executivo.

Ao todo, 1.929 propriedades rurais foram atingidas pelas cheias em 75 municípios listados no levantamento. Em termos de produtores afetados se destacam Candelária, onde 214 produtores tiveram prejuízos, seguida de Agudo (136), Barros Cassal (132), Venâncio Aires (116), Arroio do Tigre (101), Gramado Xavier (96), Segredo (89), Boqueirão do Leão (78), Ibarama (71), Passa Sete (69), Sinimbu (67), Fontoura Xavier (63), Lagoão (63), Santa Cruz do Sul (61), Vera Cruz (58) e Paraíso do Sul (50).

Considerando a valoração estimada das perdas, os dez municípios mais prejudicados foram Venâncio Aires (R$ 18,3 milhões), Candelária (R$ 16,52 milhões), Agudo (R$ 6,35 milhões), Ibarama (R$ 5,96 milhões), Santa Cruz do Sul (R$ 4,57 milhões), Vera Cruz (R$ 3,83 milhões), Paraíso do Sul (R$ 3,36 milhões), Sinimbu (R$ 2,98 milhões), Cruzeiro do Sul (R$ 2,47 milhões) e Arroio do Tigre (R$ 2,45 milhões).

O levantamento também demonstrou que 96% dos produtores que foram atingidos pretendem seguir produzindo tabaco. “Precisamos dar condições para que eles possam continuar o trabalho desta próxima safra e, nesse sentido, as empresas associadas já repuseram os insumos necessários para refazer 2.070 canteiros de mudas perdidos, investimento que alcança cerca de R$ 1,6 milhão. Estamos confiantes de que, mesmo diante dessa tragédia, a produção de tabaco nas áreas mais afetadas deverá ficar próxima das estimativas projetadas para a safra 2024/25 que ainda está em fase inicial”, comenta Schünke.

Segundo o executivo, a indústria e a representação dos produtores estão fazendo o possível para minimizar as perdas, mas políticas públicas serão necessárias para atender emergencialmente os produtores, especialmente no acesso a linhas de crédito para a manutenção e construção de residências, estufas e galpões. “Nesse sentido, acreditamos que a representação dos produtores é uma importante aliada para interceder junto aos órgãos governamentais neste momento de reconstrução, especialmente considerando que o produtor de tabaco é diversificado, pois ele também planta alimentos como milho, feijão, soja e arroz”, avalia Schünke.

PRINCIPAIS RESULTADOS DO LEVANTAMENTO

1.929 produtores atingidos

2.070 canteiros perdidos

1.428 hectares perdidos [terra agricultável]

285 toneladas de fertilizantes perdidos

848 toneladas é a estimativa de perda de produção safra 2024/25

 

Unidades de cura (estufas)

222 perdas parciais

129 perdas totais

Galpões

178 perdas parciais

87 perdas totais

Danos nos domicílios

140 com perdas de até 30%

126 com perdas entre 30% e 70%

86 com perda total

Municípios atingidos

Agudo, Anta Gorda, Arroio do Tigre, Arvorezinha, Barra da Fortaleza, Barros Cassal, Bom Retiro do Sul, Boqueirão do Leão, Caiçara, Candelária, Canudos do Vale, Casca, Cerro Branco, Ciríaco, Coqueiro Baixo, Cruzeiro do Sul, Davi Canabarro, Dona Francisca, Doutor Ricardo, Encruzilhada, Estrela Velha, Faxinal do Soturno, Fontoura Xavier, Formoso, General Câmara, Gramado Xavier, Herveiras, Ibarama, Ibiraiaras, Ilópolis, Itaara, Itapuca, Ivorá, Jacuizinho, Jaguari, Lagoa Bonita do Sul, Lagoão, Liberato Salzano, Marques de Souza, Nova Bréscia, Nova Palma, Novo Cabrais, Novo Paraiso, Novo Tiradentes, Palmitinho, Paraíso do Sul, Passa Sete, Passo do Sobrado, Pinhal Grande, Planalto, Pouso Novo, Progresso, Putinga, Relvado, Restinga Seca, Rio Pardo, Salto do Jacuí, Santa Clara do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Lúcia, Santa Maria, São José do Herval, São Pedro do Sul, Segredo, Sério, Sinimbu, Sobradinho, Tunas, Tupanciretã, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires, Vera Cruz, Vespasiano Correa e Volta Grande.

SOBRE O SINDITABACO – Fundado em 1947, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) tem sede em Santa Cruz do Sul (RS), no Vale do Rio Pardo, maior polo de produção e beneficiamento de tabaco do mundo. Ao representar os interesses comuns de 14 empresas associadas, a entidade dá visibilidade à importância social e econômica do setor para centenas de municípios da Região Sul do Brasil e promove uma série de ações em torno de práticas que tornam o tabaco brasileiro um dos mais requisitados do mundo.

TABACO NO BRASIL – Os números demonstram a grande importância do tabaco no cenário do agro sul-brasileiro. Desde 1993, o Brasil permanece na liderança como maior exportador de tabaco do mundo. Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat), o Brasil embarcou 512 mil toneladas de tabaco em 2023, o que gerou divisas de US$ 2,729 bilhões. Ao todo, 107 países compraram o produto, tendo a União Europeia em destaque com 42% do total embarcado, seguida de Extremo Oriente (31%), África/Oriente Médio (11%), América do Norte (8%) e América Latina (8%). Bélgica, China, Estados Unidos e Indonésia continuam no ranking de principais importadores. A participação do tabaco nas exportações foi de 0,80% no Brasil, 4,51% na Região Sul e, no Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor, chegou a 11,19%. Saiba mais em www.sinditabaco.com.br

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo