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Porto de Paranaguá tem dez berços operando com calado maior e atrai navios maiores

Os recentes ganhos operacionais têm permitido ao Porto de Paranaguá receber grandes navios, com melhor aproveitamento da capacidade de carga nos diversos segmentos. Além de terem mais condições e segurança para navegar pelo canal e atracar nos berços paranaenses, as embarcações têm saído mais carregadas.

Esses resultados foram obtidos com as últimas atualizações do calado, que é a profundidade máxima que as embarcações podem ficar submersas na água.

Dos 18 berços do Porto de Paranaguá, dez estão operando com calado maior em 2022. Os berços 205/206 (destinados à carga Geral) passaram de 10,90 para 12 metros. Os berços 209 e 211 (destinados à descarga de granéis sólidos de importação), que tinham calado de 11,30 metros, agora têm 12,50.

Os três berços do Corredor Leste de Exportação – 212, 213 e 214 – foram de 12,50 a 12,80 metros. E, mais recentemente, os berços dedicados às operações de contêineres – 216, 217 e 218 – foram de 12,30 a até 13 metros de calado, seguindo sempre as normas de segurança determinadas pela autoridade portuária.

A ampliação do calado tem impacto direto na capacidade de embarque e reduz os custos operacionais, garantindo maior competitividade dos portos paranaenses no mercado internacional. Em média, cada metro de calado operacional significa cerca de 7 mil toneladas a mais de grãos, ou 300 contêineres extras, por navio.

“Podemos atribuir os ganhos operacionais ao avanço da obra de derrocagem, ao alargamento do canal de acesso pela última obra de dragagem, às adequações do balizamento e sinalizações náuticas e à criação de um novo grupo técnico para orientar essas operações”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Designado pela portaria 094/2022, o grupo reúne a Portos do Paraná, Praticagem e Capitania dos Portos e tem o objetivo de obter ganhos operacionais e cuidar da manutenção dos mesmos.

“E a nossa expectativa é que tenhamos novos ganhos a partir da dragagem dos berços que está prevista para o 1° semestre de 2023 e com o término da derrocagem”, completa Garcia.

OUTRO GANHO – A Cattalini Terminais Marítimos, que é um Terminal de Uso Privativo (TUP) no Porto de Paranaguá, também ampliou o calado em um dos dois berços próprios. O berço externo passou de 12,5 metros para 12,8 metros.

“O incremento tem impacto direto na capacidade de carga dos navios com ganho potencial de movimentação de aproximadamente 2.100 toneladas de granéis líquidos por navio”, declara o diretor-presidente da Cattalini, José Paulo Fernandes.

HOMOLOGAÇÃO – É a autoridade marítima nacional que aprova esses ganhos em calado nos portos. Como explica a Gerência de Engenharia Marítima da Portos do Paraná, o rito é o seguinte: a autoridade portuária submete o pleito à Marinha, que analisa o mérito, podendo pedir auxílio à Praticagem local. Caso o pleito seja acatado, a mesma concede anuência e, a partir dessa, a autoridade portuária emite uma O.S/Portaria fazendo valer as medidas.

NAVIOS – O berço externo do píer privativo da Cattalini tem capacidade operacional para receber navios com capacidade para até 70 mil toneladas de carga e 229 metros de comprimento (loa).

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) já tem recebido navios com 335 metros, mas pode receber de até 368 metros. No último dia 10, o terminal recebeu o maior navio em comprimento de sua história, com 347 metros e capacidade para até 10,8 mil TEUs: o porta-contêineres APL Yangshan.

No final de outubro, segundo a TCP, o porta-contêineres Rio de Janeiro Express, do armador alemão Hapag Lloyd (335 metros), atracou com capacidade de transporte de até 13.312 TEUs (unidade específica equivalente a contêineres de 20 pés).

Os maiores graneleiros recebidos no Porto de Paranaguá medem cerca de 293 metros e estão aptos a carregar mais de 100 mil toneladas de carga. É o caso do navio Maran Astronomer, previsto para atracar e carregar, nesta semana, quase 103 mil toneladas de farelo de soja no berço 214 do Corredor Leste de Exportação.

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