Saúde

PR é um dos destinos das 20 milhões de pessoas que saem de seus países em busca de atendimento médico

Estimativa é de que movimento cresça até 25% ao ano

Fronteiras são rompidas para que pessoas tenham acesso a saúde de qualidade, e muitas vezes, tratamentos e cirurgias mais acessíveis. Segundo o guia especializado Patients Beyond Borders, 20 milhões de pessoas viajam para outros países para receber atendimento médico, ao ano. Entre as principais características dos países que recebem os pacientes, de acordo com o guia, estão: investimento do governo e do setor privado em infraestrutura de saúde; compromisso com a acreditação internacional, garantia de qualidade e transparência de resultados; potencial de redução de custos em procedimentos médicos e reputação sustentada de excelência clínica.

A expectativa, segundo a Patients Beyond Borders, é de que esse movimento cresça entre 15% e 25%. Um reflexo disso pode ser observado no Brasil. O neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Canheu relata que a demanda por atendimento a pacientes paraguaios, por exemplo, em seu consultório em Londrina, no Paraná, é crescente ao longo dos últimos 2 anos, quando ainda não havia atendido nenhum paraguaio, e neste ano já soma 4 cirurgias feitas em pessoas vindas do país vizinho. Tendo também pacientes dos EUA, Inglaterra e Austrália. O atendimento é focado em doenças raras e malformações, como cranioestenoses, hidrocefalia, complicações provocadas pela prematuridade e outras condições que afetam o sistema nervoso principalmente de bebês e crianças.

“Um fator que tem contribuído para o aumento de pacientes de fora do Brasil no meu consultório é a facilidade que as redes sociais proporcionam para difundir informação de qualidade a respeito das doenças. No meu Instagram produzo conteúdos tirando dúvidas e disponibilizo esclarecimentos sobre os procedimentos realizados na clínica. Isso tudo aproxima quem busca por atendimento especializado e, muitas vezes, não encontra na cidade ou país em que mora. A consulta online é uma forma de estabelecer o primeiro contato com o paciente e, em seguida, encaminhar para exames e consultas presenciais, possibilitando o diagnóstico e a facilidade para quem vive longe de um centro especializado, como temos em Londrina”, explica Canheu.

Nos últimos anos o número de médicos no estado paranaense dobrou. São 37.144 segundo o levantamento Demografia Médica 2024. A média de profissionais no estado é de 3,2 para cada mil habitantes, posicionada como maior que a nacional, de 2,81.

Valdenise Rodrigues, de 34 anos, é moradora de Encarnación, no Paraguai, e viveu durante oito anos com dores crônicas em todo o corpo. Após passar por vários médicos de diferentes especialidades e cinco neurologistas, a consultora de imagem foi diagnosticada com siringomielia. Ela veio para o Brasil e realizou uma cirurgia no Hospital Evangélico de Londrina que, em poucos dias, devolveu a ela qualidade de vida.

A siringomielia é caracterizada por uma cavidade cheia de líquido que se forma na medula espinhal, causando dores e perda de sensibilidade. No caso de Valdenise, a dor sentida por muitos anos chegou a afetar o humor e sua relação com familiares e amigos, “chegou a um ponto em que todos diziam que eu estava insuportável, porque eu ficava o tempo todo à flor da pele”, ressalta. A paciente encontrou o neurocirurgião em Londrina por meio da indicação de uma amiga, Bianca Webber, que conheceu o especialista por meio da Internet.

Bianca é outro exemplo, a moradora de uma comunidade rural em Naranjito, no Paraguai, enfrentou uma jornada para conseguir tratamento para o filho, Ícaro Ezequiel Wolfart , de cinco meses. O pequeno nasceu sem espaço suficiente no crânio para o cérebro se desenvolver, condição diagnosticada como trigonocefalia, um tipo de cranioestenose, caracterizada pelo fechamento das suturas cranianas de forma precoce. Após consultas online com o neurocirurgião pediátrico Alexandre Canheu, o pequeno veio com a família para o Brasil, foi examinado e passou por uma cirurgia de correção, que possibilitou que ele pudesse ter espaço suficiente e evitar danos neurológicos.

“A distância não é mais um obstáculo tão grande por conta da internet possibilitar que pacientes e familiares encontrem especialistas pelo google e redes sociais. É comum que, inicialmente, façamos uma consulta online para entendermos o caso, e em seguida partimos para consultas presenciais,a realização de exames e cirurgias. Isso facilita a vida de quem vem de longe e não encontrou o atendimento que precisava no país natal, seja pela ausência de especialistas ou pela preferência do tratamento médico no Brasil”, conclui Canheu.

Redação JBA Notícias

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