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Prefeito entrega trincheira e anuncia conclusão da Linha Verde Norte até do final da gestão

 

Uma nova etapa de obras da Linha Verde, corredor viário que liga Curitiba de Norte a Sul da cidade, foi concluída.

Acompanhado da primeira-dama Margarita Sansone, o prefeito Rafael Greca entregou nesta quinta-feira (31/3), a trincheira que liga a Rua Fúlvio José Alice, no Bairro Alto, à Rua Amazonas de Souza Azevedo, no Bacacheri, construída sob a Linha Verde.

A estrutura viária forma o binário com a Rua Gustavo Rattman/José Zgoda, ampliando a ligação entre os bairros, dando maior fluidez ao tráfego e segurança para pedestres, ciclistas e condutores. (Veja aqui as alterações nos trajetos das linhas de ônibus)

Com essa entrega, 85% do eixo da Linha Verde que serve ao transporte coletivo está concluído.

Durante a abertura da trincheira, o prefeito autorizou a publicação do edital das obras do Lote 4.1 da Linha Verde, trecho de aproximadamente 2,8 km, entre a Estação Solar e Estação Atuba. O edital para seleção da empresa será publicado na semana que vem (veja mais abaixo).

“Nós vamos terminar a Linha Verde até o fim da gestão. É um projeto importante para a cidade e que já está em grande parte concluído e operacional”, disse Greca. “Agradecemos à Agência Francesa de Desenvolvimento, que financiou esta obra, ao Ippuc e à Secretaria de Obras pelo empenho para conclusão de mais esta etapa.”

Greca e os vereadores: apoio da Câmara Municipal viabilizou financiamentos (foto Daniel Castellano)

Lote 3.2

A trincheira e as obras complementares executadas compreendem o Lote 3.2 da Linha Verde Norte, o segundo trecho do grande corredor viário que une a cidade de um extremo ao outro, finalizado e entregue pelo prefeito Rafael Greca, em nove meses.

São 2,8 quilômetros de intervenções que incluem a estrutura de 420 metros que forma a nova trincheira (210 metros cobertos pelo túnel), duas faixas de rolamento em asfalto para o tráfego de veículos, rota de fuga (faixa de emergência para a passagem de pedestres), quatro alças de acesso (duas em cada lado da estrutura) e retornos.

A construção da trincheira inclui também nova iluminação, drenagem, paisagismo e uma passarela metálica para atender aos pedestres. A passarela será implantada em uma nova etapa de obras.

No eixo principal da Linha Verde, sobre a trincheira, também foi executado quase um quilômetro de pavimentação da canaleta central, das duas vias locais, das duas vias marginais, além da implantação de sistema de drenagem, ciclovia, calçadas, acessibilidade e sinalização.

As obras do Lote 3.2 começaram em outubro de 2016, executadas pela empresa Terpasul. Em agosto de 2019, após o abandono da obra, a empresa teve o contrato rescindido.

Em nova licitação, realizada em junho de 2020, sagrou-se campeã a empresa TCE Engenharia Ltda. (Triunfo). As obras foram reiniciadas em agosto de 2020 (abaixo, o histórico).

A Secretaria Municipal de Obras Públicas fiscalizou os trabalhos que foram executados pela TCE Engenharia Ltda. O investimento foi de R$ 38 milhões, sendo 60% financiados com recursos da AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento) e 40% com recursos próprios da Prefeitura.

Vias requalificadas

Ruas do entorno à nova trincheira receberam pavimentação e foram totalmente requalificadas. Entre elas, a Rua Santa Madalena Sofia Bacarat, no Bairro Alto, que recebeu asfalto novo, sistema de drenagem, calçadas e uma área paisagística.

As ruas Aníbal Goularte Maia Filho, Mario do Amaral, Anita Ribas e Dante Angelote, todas no Bairro Alto, também receberam asfalto novo como medida mitigadora e compensatória pela construção do Jockey Plaza Shopping.

A Rua Fulvio José Alice, que muda de nome para Amazonas de Souza Azevedo após a trincheira, recebeu nova pavimentação, calçadas e melhorias nos acessos às residências, entre elas um trecho de via compartilhada.

Trincheira permite agilidade e segurança para entrar e sair do Grande Biarro Alto
( foto Lucília Guimarães-SMCS)

Lote 3.1

Rodrigo Araújo Rodrigues, secretário municipal de Obras Públicas, destacou que a gestão do prefeito Rafael Greca não tem medido esforços para concluir a Linha Verde.

Em julho do ano passado, Greca entregou à cidade 2,46 km de obras do Lote 3.1, desde o Viaduto da Avenida Victor Ferreira do Amaral ao Rio Bacacheri, incluindo as Estações Fagundes Varela e Vila Olímpica.

“Desde 2017 temos vencido questões jurídicas e burocráticas para avançar na execução dos lotes da Linha Verde, um grande passivo que herdamos com inúmeros entraves, mas que estamos resolvendo. A entrega desta etapa concluída é prova disso”, disse Rodrigues.

Laetitia Dufay, diretora representante regional Brasil Cone sul da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), financiadora da obra do lote 3.2, destaca a importância da obra.

“É com satisfação que recebemos a notícia da abertura da Trincheira Fúlvio Alice. Esta etapa final das obras viárias na região contribui ao amplo projeto de transporte coletivo financiado pela AFD, que deverá trazer benefícios a cerca de 35 mil usuários diários do corredor de ônibus do sistema viário da Linha Verde Norte”, diz Laetitia.

A abertura do novo binário criado a partir da conclusão da Trincheira Fulvio Alice provocou alterações no itinerário de sete linhas de ônibus – cinco urbanas e duas metropolitanas -, que transportam cerca de seis mil pessoas e fazem 239 viagens por dia útil.

Linha Verde, 85% operacional

A Linha Verde é um eixo viário com 22 quilômetros de extensão linear, dos quais 17 quilômetros servem ao transporte coletivo – 85% deles já em operação.

Na área de abrangência da Linha Verde vivem cerca de 300 mil pessoas em 22 bairros, sendo que o eixo serve de integração viária de Norte a Sul de Curitiba e também para a Região Metropolitana.

Com a maioria dos lotes de obras dos diferentes trechos já concluídos, a Linha Verde recebe um fluxo médio de 63 mil veículos por dia, além de servir ao transporte público de 55 mil passageiros/dia, por meio de duas linhas de BRT já em operação e outras 15 linhas de ônibus regulares.

Histórico do Lote 3.2

As obras do Lote 3.2 começaram em outubro de 2016, com previsão de serem concluídas em setembro de 2017, conforme pactuado inicialmente em contrato com a Terpasul, empresa vencedora do processo licitatório.

A empresa havia sido vencedora também das licitações para execução dos lotes 3.1 e 4.1.

Por conta de a construtora Terpasul não ter executado o trabalho previsto e após terem sido aplicadas 144 notificações por parte da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), a Prefeitura de Curitiba rescindiu o contrato devido inconformidades na execução das obras.

Durante os mais de dois anos de obras no Lote 3.2, a Secretaria Municipal de Obras Públicas emitiu 26 notificações contra a construtora.

Os avisos legais foram motivados pela não execução de frentes de trabalho liberadas, atrasos no cronograma de execução e, por fim, pelo total abandono dos serviços, inclusive marcado pela ausência de funcionários e retirada de materiais e equipamentos do local.

Apenas 74,98% da obra havia sido concluída no lado da Rua Fúlvio José Alice.

Seis aditivos de prazo haviam sido concedidos à empresa e mesmo com o prazo ampliado em cerca de 700 dias, os trabalhos não foram concluídos, razão pela qual o contrato foi rompido em agosto de 2019.

Após a rescisão contratual, foi realizado um levantamento técnico e criterioso do saldo remanescente da obra e, em seguida, apresentado ao agente financiador da intervenção urbana.

Vencida essa fase, lançou-se a licitação para contratar a empresa que terminaria o serviço e, como a TCE Engenharia Ltda. apresentou as melhores condições, passou a executar a obra.

Lote 4.1

O Lote 4.1, cujo edital para conclusão das obras será lançado na semana que vem, compreende o trecho entre a Estação Solar e Estação Atuba, numa extensão aproximada de 2,84 km.

Para sua conclusão, a atual gestão precisou resolver sérios problemas de execução dos contratos, a exemplo do que ocorreu também no lote 3.1.

Primeiro rescindiu o contrato com a empresa Terpasul, em agosto de 2019. Vencedora da licitação original, a empresa foi notificada 31 vezes por não cumprimento do cronograma neste lote específico.

Conforme determina a legislação, a obra foi reiniciada em dezembro de 2019, passando a ser executada pelo consórcio Estação Solar, formado à época pela TCE Engenharia Ltda. e a Construtora Triunfo S.A., segundo colocado no processo licitatório.

O prazo para término dos serviços era de 720 dias. Houve, porém, novos problemas de execução do cronograma. Com menos de 20% dos serviços executados e após mais de 95 notificações e ou intimações ao consórcio, o contrato foi rescindido em dezembro de 2021.

Agora, o novo edital de licitação permitirá que o lote seja efetivamente concluído.

Redação JBA Notícias

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