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Prejudicar as compras parceladas no cartão de crédito é prejudicar lojistas, consumidores e a economia

Os grandes bancos já tentaram, no passado, acabar com as compras parceladas, também conhecidas como Parcelado sem Juros (PSJ).

Com a reação de comerciantes (principalmente os menores) e de consumidores, o assunto foi abandonado – mas ressurge de tempos em tempos. E para não falar em acabar com o PSJ, a estratégia agora é mais inteligente: a ideia é encarecer e limitar o PSJ, cobrando mais taxas quanto mais parcelado for o pagamento e diminuindo a quantidade de parcelas disponíveis para o consumidor.

Na prática, significa reduzir e com o tempo acabar com o PSJ.

Como representante de empresas que atendem os pequenos lojistas e consumidores, a Associação Brasileira de Internet (Abranet) manifesta sua veemente contrariedade ao projeto de encarecer o pagamento parcelado sem juros, que na prática vai desaquecer ainda mais a economia. A entidade defende a livre concorrência e repudia a tentativa de extinção, taxação ou alteração da forma de pagamento.

A Abranet considera que, além de fazer parte da cultura de consumo, o parcelamento sem juros é fruto da livre concorrência, e vê com preocupação a movimentação dos bancos, divulgada pela imprensa nacional, de criar regras para encarecer e dificultar o parcelamento sem juros no cartão de crédito.

“Milhões de brasileiros que fazem compras parceladas serão prejudicados. E muitos lojistas dependem de vender parcelado para manterem seus negócios. Metade de todas as vendas em cartão de crédito em 2022 foram parceladas. Foram R$ 1 trilhão em compras parceladas, e isto equivale a 10% do PIB brasileiro. Ao contrário dos argumentos de quem defende o fim do parcelado sem juros, ele viabiliza a estabilidade financeira do cidadão em suas compras diárias de produtos ou serviços, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento econômico sustentável”, explica Carol Conway, presidente da Abranet. Segundo dados do Datafolha, 75% da população fez uso do crédito parcelado sem juros em 2022.

A Associação afirma que limitar o número de parcelas ou criar taxas para desestimular o parcelamento afeta diretamente a população, comércio e serviços da base da pirâmide, de menor renda. Dados divulgados do Banco Central indicam que, em 2022, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) foi movimentado por essa forma de pagamento, totalizando 1 trilhão de reais. O varejo perderia cerca de 190 bilhões de reais em vendas sem o crédito parcelado, aponta estudo da LCA Consultores.

“O objetivo dos grandes bancos é limitar o parcelado sem juros para substituí-lo pelo parcelado com juros. O parcelado sem juros é uma conquista do consumidor, uma ferramenta que apoia o consumo e hoje é essencial para o desenvolvimento do comércio, competição e da economia”, finaliza Conway.

Redação JBA Notícias

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