Queda do Gonçalves Dias reforça pedido de CPMI sobre 8 de janeiro

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foto fátima meira - estadão

O ministro general Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional, pediu demissão após divulgação de imagens no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro: o general está tranquilo no meio de supostos invasores e vândalos, situação que contrasta com as versões até agora reveladas.

Após reunião com o presidente Lula, pediu demissão.

O substituto interino será Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, que foi interventor em Brasília após o afastamento do governador Ibaneis.

Jornalistas e políticos da oposição consideram as imagens um comprovante de omissão: o general não acionou batalhão da guarda do palácio presidencial, algo interpretado como interesse nas confusões.

As imagens mostram o ministro caminhando sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.

Após alguns minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores.

As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.

Em seguida, surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.

O Governo federal divulgou nota oficial sobre o episódio

Veja a nota na íntegra:

“A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.

As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.

No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões.

Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.

O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.

E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”.

CPMI deve ser instalada no Congresso

Antes da confirmação do pedido de demissão, aliados do presidente Lula já avaliavam que a permanência de Gonçalves Dias no cargo iria fragilizar muito a posição do governo federal, que até esta quarta adotava uma postura de tentar evitar a instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro. As informações são da analista de política da CNN Renata Agostini.

Para a base do governo, a revelação das imagens tornou a instauração de uma CPMI praticamente inevitável. Mesmo que pareça clara a responsabilidade pessoal de Gonçalves Dias em estar presente du

Dias era tido como um militar próximo do presidente, por ter atuado em sua segurança pessoal durante os primeiros mandatos, de 2003 a 2009, e também durante a campanha de Lula para as eleições de 2022.

O general se torna o primeiro ministro do governo de Lula a deixar o cargo.

A divulgação das imagens antecipou depoimentos do general para a Polícia Federal e tornou “indefensável” a luta do governo federal para evitar a CPMI do Dia 8 de Janeiro.

Luis_Batista_Fotografia__Banner JBA

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