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Empreendedorismo

Produtos com Indicação Geográfica viram atração em tradicional feirinha de Curitiba

Frequentadora assídua da tradicional feirinha do Alto da Glória, uma das mais tradicionais da capital paranaense, Carla Romanoski se surpreendeu, na manhã deste sábado (10), com barraquinhas cheias de novidade – produtos com Indicação Geográfica, de várias partes do Brasil.

A Feira dos Produtores Origens Brasileiras integrou a programação do V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – Origens Brasileiras, que começou na quarta-feira (07), em Curitiba.

“Eu tinha ouvido falar em produtos com Indicação Geográfica. Estava em busca do queijo da Serra da Canastra. Mas, fiquei sabendo que, infelizmente, acabou. Então, vou comprar mel e outros queijos com procedência”, contou Carla.

Além do queijo da Serra da Canastra, de Minas Gerais, outras 29 marcas fizeram a exposição dos produtos com IG.

Uma oportunidade não apenas de vender os produtos, mas também de fazer negócios com outras empresas, pensando no futuro.

“Ficamos surpresos. Porque quem experimentou o nosso mel, quis comprar e levar para casa. Além disso, conseguimos efetivar parcerias com comerciantes locais, que querem vender o produto”, afirmou Paula Perizzolo, do Mel de Melato de Bracatinga. A IG, do Planalto Sul Brasileiro, abrange uma área de 134 municípios, sendo 107 de Santa Catarina, 12 do Paraná e 15 do Rio Grande do Sul.

O Mel de Melato de Bracatinga foi uma das IGs presentes. Fotos: Inove.

Paula explica que a diferença deste mel, como o próprio nome sugere, é que as abelhas produzem o mel da seiva da bracatinga, árvore encontrada na fauna brasileira, nos três estados do Sul.

“Na casca da bracatinga, tem insetos chamados cochonilhas, que excretam o melato. Depois, as abelhas coletam este melato e transformam em mel de melato da bracatinga, um produto que, além de muito gostoso, faz bem para os dentes”, completou.

A coordenadora de Agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, celebrou o resultado do evento como um todo, que atraiu a atenção para a temática e também abriu novas experiências para compartilhamento e comercialização.

“Curitiba recebeu o Brasil de braços abertos e tivemos três dias de muito trabalho, trocas entre produtores, instituições, associações e representantes da esfera pública, que vão marcar um salto na condução das questões relativas as indicações geográficas e marcas coletivas”, avaliou Maria Isabel.

Do Piauí para o Paraná

Os mais de três mil quilômetros entre Teresina (PI) e Curitiba feitos por produtores da cajuína, bebida tradicional no estado do Nordeste, foram produtivos na opinião de Firmino Pires, produtor e presidente da União das Associações e Cooperativas e Produtores de Cajuína do Piauí (Procajuína).

“Foi a primeira vez que estivemos no Sul e a aceitação do produto foi sensacional, tanto que já na feira alinhamos uma reunião para ter um representante e começar a venda da cajuína em Curitiba”, comemora.

Na opinião do presidente da Procajuína, participação foi produtiva para divulgação da bebida. Foto: Inove.

A produção da bebida é feita em várias regiões do Piauí e hoje a Procajuína conta com 14 produtores regularizados. Produzida do pseudofruto do caju, é fonte de vitamina C, além de conter vitamina B, sais minerais e propriedades antioxidantes. Além de ter o registro de IG, cajuína do Piauí é Patrimônio Cultural Brasileiro e até inspirou música de Caetano Veloso. São quatro milhões de garrafas de cajuína produzidas por ano, segundo o presidente da Procajuína.

Embutido com tradição

A IG do Socol de Venda Nova do Imigrante, do Espírito Santo, participou da feira. Oriundo da Itália, o produto vem do ossocollo, um embutido italiano feito a partir da carne do pescoço do porco. Depois, foi modificado para o gosto brasileiro e, hoje, também é feito do lombo do porco, uma carne menos gordurosa. Segundo o produtor e vice-presidente da Associação dos Produtores de Socol de Venda Nova do Imigrante (Assocol), Leandro Carnielli, os espaços de comercialização são necessários para ampliar o conhecimento do público.

“Ações como esta ampliam o conhecimento e trazem atenção de um público maior. Esses eventos são importantes e devem seguir por todo o Brasil. Assim, vamos conseguir atender os pequenos produtores que estão no campo. Além disso, temos o prazer de explicar e tirar todas as dúvidas dos consumidores”, explica Carnielli.

De acordo com a associação, são sete produtores responsáveis por todo o socol feito em cerca de 50 quilômetros no município de Venda Nova do Imigrante.

Leandro Carnielli comercializou o socol no evento, em Curitiba. Foto: Inove.

Essa inovação é permanente e está sendo guiada, andando ao lado da ciência, tecnologia e marketing digital. Nós precisamos dessa promoção e aproximação para levar esse produto especial para novos espaços. Hoje, nota-se que todos os filhos estão trabalhando na propriedade. Eles enxergam isso como uma oportunidade e um caminho para a carreira profissional. Antes do reconhecimento, a venda era realizada por 65 reais o quilo, hoje a gente vende a 125 reais”, completa o produtor.

Presença até na adversidade

De Santa Catarina, também veio Kátia Vargas, que trabalha com as bananas da Região de Corupá, mais um produto brasileiro com Indicação Geográfica. Ela participou do encontro desde o primeiro dia, representando os produtores de Santa Catarina que não puderam participar do evento por conta do deslizamento de terra ocorrido na BR-376 há dias, que bloqueou o trânsito em uma das principais rotas entre Paraná e Santa Catarina.

“O evento foi uma troca de experiências maravilhosa. E esta feirinha veio para fechar o nosso encontro com chave de ouro”, comemorou Kátia.

Aula Show

Vários chefs utilizaram produtos com IG e aulas ao vivo para os visitantes. Foto: Inove.

Quem passou pela feira também teve a oportunidade de aprender a fazer alguns pratos com produtos com o selo de IG. Chefs de Curitiba deram uma aula show, ensinando na hora a cozinhar delícias com alimentos com a certificação, com foco nas festas natalinas.

Realização

O V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – Origens Brasileiras é promovido pelo Sebrae, INPI, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Organização Mundial da Propriedade Industrial (Ompi) e a Associação Brasileira das Indicações Geográficas (Abrig), e conta com o apoio do Ministério da Economia, da Prefeitura de Curitiba, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, da Embaixada da França e do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).

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