Cidadania

Rede de apoio estreita relação entre ciência e maternidade

Uma das grandes exigências da ciência é a dedicação integral dos seus profissionais.

E são vários os exemplos de especialistas que abdicam de momentos de lazer, em família ou até mesmo de relacionamentos para seguir com seus projetos profissionais.

No caso das mulheres cientistas, o desafio é ainda maior. Numa sociedade ainda extremamente machista, normalmente recai sobre elas a responsabilidade de criação dos filhos, o que, sem dúvida, pode impactar na carreira.

Mas é preciso ser assim?

Fernanda Staniscuaski é idealizadora do Parent In Science, que ajuda as mães cientistas (Arquivo Pessoal)

A gaúcha Fernanda Staniscuaski, doutora em Biologia Molecular e Biotecnologia, tem certeza que o assunto tem que ser amplamente discutido.

Mãe de três filhos, a cientista enfrentou uma série de dificuldades para exercer a maternidade e, ao mesmo tempo, se dedicar ao trabalho.

Diante do desafio, criou o “Parent in Science”, uma rede que discute o impacto da maternidade e da paternidade na pesquisa científica.

Uma das iniciativas do movimento é o “Maternidade no Lattes”, que defende a inclusão da licença-maternidade no currículo.

“Para o movimento, é importante reconhecer, formalmente, a maternidade como parte da trajetória profissional das mulheres, com o objetivo de sinalizar o momento de pausa na carreira das cientistas e justificar as lacunas que existem na produção e nos currículos em função do momento de ser mãe”, pontua Fernanda.

Além disso, a bióloga ressalta que é uma maneira de tirar a maternidade da invisibilidade e de um determinismo biológico e, com isso, provocar mudanças sobre como ela é vista dentro da academia.

Fora do mundo acadêmico, o olhar para a maternidade também começa a se modificar. Gerente de marketing para a América Latina da Eppendorf do Brasil e mãe de uma menina de seis anos, Adriana Freire Machado diz que se sente na obrigação de criar um ambiente mais acolhedor para as mães.

“Quando minha filha nasceu fiquei preocupada em não conseguir ter a mesma produtividade que antes e a empresa não entender. Mas noto que há em muitos locais transformações, como ações mais humanizadas e voltadas para autocuidado e cuidado com a família”, diz.

Adriana destaca ainda que a liderança da empresa já é 50% feminina, algo recente, que ocorreu nos últimos quatro anos. E os resultados são positivos.

“Hoje, além de ter adquirido grandes virtudes com a maternidade, entre elas melhor administração do tempo, ainda me sinto segura em poder atender as demandas de mãe e mulher”.

 

Adriana apoia as iniciativas da Fernanda do Parent in Science e diz que, independentemente da área, todos precisam atuar juntos. “O importante é que empresas, universidades e a sociedade se movam para mudar esse cenário para promover igualdade de direitos para todos”, completa.

Redação JBA Notícias

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