Rua Ludovico Geronasso no Boa Vista; cratera exige trabalho emergencial
Equipes da Prefeitura de Curitiba intensificaram esforços para restabelecer danos provocados na infraestrutura da cidade após um fim de semana de chuvas volumosas, seguidas de um intenso volume pluviométrico ao longo do mês – o outubro mais chuvoso dos últimos 26 anos na capital paranaense, com o recorde de 559,8 mm.
De prontidão nos bairros das dez administrações da cidade, equipes integradas estão em campo, trabalhando para mapear e reestabelecer danos causados pelas fortes precipitações.
Ações emergenciais estão em andamento priorizando a segurança e o bem-estar dos cidadãos.
“Nossa equipe está atuando incansavelmente para avaliar a extensão dos estragos causados pelas recentes chuvas e planejar as ações necessárias para a recomposição das vias e sistemas de drenagem afetados. Com esforços coordenados e uma abordagem estratégica, vamos restaurar a infraestrutura de forma rápida e eficiente”, diz o prefeito Rafael Greca.
Boa Vista
Entre os pontos com atenção especial nesta segunda-feira (30/10) está a Rua Lodovico Geronazzo, no Boa Vista, que recebe obras emergenciais.
Localizada em área de fundo de vale, a rua já estava sob intervenção desde a última semana para correção de uma erosão que abriu um buraco de aproximadamente 7 metros de profundidade.
Com a pressão da água da chuva os tubos foram deslocados, romperam e encharcaram o solo que cedeu e danificou o pavimento.
A rua precisou ser interditada e os trabalhos para correção do local haviam sido iniciados. Com os novos episódios de chuva no fim de semana a erosão aumentou e ampliou o buraco na via.
Os trabalhos que estão em andamento são para implantação de um novo poço de visita com tubulação armada e maior capacidade para ampliar o sistema de drenagem local.
Tingui
Outra obra emergencial acontece no bairro Tingui, na Rua Mbá de Ferrante. Também em decorrência do solo excessivamente encharcado, parte dos tubos que formam o sistema de drenagem da via se deslocaram ocasionando a queda parcial do maciço que garantia a estabilidade do talude da via. Fissuras no asfalto levaram ao deslize de parte de uma das faixas de passagem.
Alto Boqueirão
No Alto Boqueirão, os trabalhos em andamento são para recuperar a galeria celular da Rua Eduardo Pinto da Rocha, junto ao Córrego Osternack, e evitar o deslizamento de parte da ciclovia do local.
Paralelamente acontecem os serviços para limpeza de queda de galhos e de árvores nos bairros e o apoio realizado pela Fundação de Ação Social (FAS) às famílias atingidas pelo temporal, que após o atendimento emergencial no fim de semana agora recebem atenção nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
Mudanças climáticas
A Prefeitura de Curitiba atua em várias frentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o que ajudou a reduzir os prejuízos na infraestrutura da cidade.
Segundo o Centro Municipal de Gerenciamento de Riscos de Desastres, a precipitação acumulada atingiu 119,4 mm em apenas dois dias. Os números impressionam ainda mais considerando a média histórica de chuvas para o mês de outubro, estabelecida em 144 mm, de acordo com informações do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). Neste ano, o volume mais quadruplicou, atingindo 559,8 mm.
Além do elevado e concentrado volume pluviométrico, a geografia da cidade é um desafio. Grande parte da infraestrutura de Curitiba foi construída sobre uma antiga rede de rios e córregos, canalizada décadas atrás. Com o confinamento dessas vias de água em tubulações, o escoamento é comprometido, o que resulta em transbordamentos e iinundação de áreas urbanas.
Outro agravante é a ocupação irregular de áreas vulneráveis por parte de algumas comunidades.
A presença de habitações em regiões de risco dificulta as medidas de prevenção e resposta a desastres naturais, o que aumenta a vulnerabilidade dessas comunidades em períodos de chuvas intensas.
Em resposta a esses desafios, equipes municipais têm trabalhado arduamente para minimizar os problemas e prevenir possíveis incidentes. Um exemplo desse trabalho é o Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba (PGRC).
Com obras em andamento, o Bairro Novo da Caximba será o primeiro bairro inteligente do Brasil e o maior projeto socioambiental da história recente de Curitiba.
Mais de 90% das moradias da primeira etapa do projeto estão em construção, recebendo algum tipo de serviço, seja da fase de fundação, execução dos baldrames, alvenaria ou laje.
Curitiba Contra Cheias
O programa Curitiba Contra Cheias desempenhou um papel crucial, com a implementação de medidas preventivas, como a limpeza e desassoreamento de rios, além da manutenção contínua dos sistemas de macrodrenagem e a execução de obras estratégicas.
O investimento de R$ 258,7 milhões nos últimos sete anos em obras de drenagem (24 já executadas e outras cinco em andamento) além de mais de 11.600 ações empreendidas (execução de 40.946 metros de galerias de águas pluviais e a limpeza de 363.455 metros de rios e córregos na cidade) permitiu que na maioria das regiões afetadas a água escoasse rapidamente, demonstrando a eficiência do sistema de drenagem e ressaltando a importância dos investimentos realizados pela administração municipal.
Entre as iniciativas fundamentais para limitar danos mais graves e assegurar a segurança dos cidadãos estão os programas desenvolvidos pelo município para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como o 100 mil árvores e o Amigo dos Rios, além das campanhas de sustentabilidade e conscientização, como a volta da Família Folhas e o Curitiba Mais Energia.