A secretaria da Saúde, Márcia Huçulak, teve que responder a um pedido frequente dos vereadores da cidade nas últimas sessões plenárias: ela descartou a vacinação contra covid-19 nas escolas municipais pela necessidade dos pais acompanharem a imunização e pela logística do transporte das vacinas, que precisam de refrigeração constante.
“A gente discute a vacinação nas escolas, mas ela não facilita”, disse a gestora do SUS aos vereadores.
“A gente preza muito em Curitiba [pela integridade da vacinação]. A gente preza pela rede de frio [para a manutenção da qualidade das vacinas] e esses são dias quentes. Não é só aplicar [o imunizante], tem que aplicar uma vacina eficaz e eficiente”, justificou Huçulak.
A secretária da Saúde falou duramente contra o movimento antivacina e afirmou, sem mencionar nomes, que “temos que lamentar a fala de lideranças nacionais, pondo em dúvida a vacina”.
Hoje, 56% das crianças de 5 a 9 anos de idade tomaram a primeira dose da vacina em Curitiba, ante 74% dos jovens de 10 a 14 anos e 81% dos com 15 a 19 anos de idade.
A equipe da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participou, por videoconferência, da audiência pública para prestação de contas à Comissão de Saúde, Bem Estar Social e Lazer da CMC.
Por lei, a cada quatro meses a SMS precisa apresentar à cidade os indicadores da gestão do SUS (Sistema Único de Saúde).
A audiência foi coordenada por Noemia Rocha (MDB) e Marcelo Fachinello (PSC), presidente e vice, respectivamente, do colegiado, que é formado também por João da 5 Irmãos (PSL), Oscalino do Povo (PP) e Pastor Marciano Alves (Republicanos).
Na primeira parte da audiência pública, a equipe da SMS apresentou os indicadores e falou do lançamento do Plano de Saúde 2022-2025, com diretrizes para a saúde pública na cidade.
Na parte final, Márcia Huçulak e equipe responderam a questionamentos de 12 dos 38 parlamentares, além de uma pergunta da população, feita pelas redes sociais.
Foi durante essa interação, por exemplo, que a secretária afirmou ter denunciado ao Conselho Regional de Medicina dois profissionais que estavam desincentivando a vacinação de crianças na capital do Paraná.
Dois questionamentos apareceram mais, por terem sido pontos levantados por mais de um parlamentar.
Primeiro, o aumento no indicador da mortalidade materna em 2021 “que subiu 185%”, alertou a Professora Josete (PT), e a maior quantidade de trabalhadores contratados pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (Feaes) em detrimento do chamamento de concursados.
“Estamos sem banco de concurso, o último foi realizado em 2015. Para não prejudicar a população, nós usamos a fundação estatal, que tem sido um apoio muito importante. A Feaes é da SMS, ela é da administração pública”, rebateu Huçulak.
Sobre o aumento da mortalidade materna, o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Augusto Souto de Oliveira, pontuou que, dos 17 óbitos registrados, 9 foram em decorrência da covid-19.
“Não quero simplificar”, ele disse aos vereadores, “mas a avalanche da covid-19 atingiu todos os segmentos, inclusive as gestantes”.
Oliveira disse que mesmo tendo registrado letalidade de 7,8%, Curitiba ficou abaixo da média do Paraná, que foi de 11%, e bem abaixo de outros estados, como Roraima, onde é de 55%.
Flávia Celene Quadros, superintendente de gestão da SMS, abordou outro aspecto da questão, ao garantir que “não houve peregrinação em busca de maternidade, como foi falado”.
Ela se refere a uma hipótese trazida pela vereadora Maria Leticia (PV), que o fechamento da Maternidade do Bairro Novo e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral teriam prejudicado a atenção às gestantes.
“Em 2020, as duas unidades já estavam fechadas”, informou, dizendo que os atendimentos foram deslocados para o Hospital de Clínicas da UFPR e para o Hospital Evangélico Mackenzie.
“Os óbitos foram decorrentes da pandemia e não do local de parto”, completou.
Movimento antivacina
Na apresentação dos indicadores do terceiro quadrimestre (alguns deles com panorama de 2021) Huçulak reforçou alerta ao movimento antivacina e à cobertura vacinal das crianças não só contra a covid-19, mas também de outras doenças.
“A gente já vinha observando, antes da pandemia, e a gente já comentou nesta Câmara várias vezes, o movimento antivacina. E eu chego à conclusão de que a geração de pais hoje, que têm bebês e crianças que necessitam fazer as vacinas, não viveu e não sofreu com as doenças que nós, uma geração anterior, vimos. […] crianças morrerem por meningite, por sarampo”, avaliou.
“Essa geração não teve essa experiência. Essa geração não viu, e talvez por isso renegue a ciência”, avaliou.
“A gente tem um movimento antivacina muito forte, que vem crescendo”, disse Huçulak.
“Depois da pandemia da covid poderemos ter outras”, ela lembrou da epidemia de sarampo, em 2019.
A secretária ainda defendeu a atuação da SMS durante a pandemia na busca dos pais faltosos, “chamando, ligando, mandando WhatsApp, mensagem”, e opinou que “a grande campanha que a gente precisa fazer é reverter essa questão do grupo antivacinas”.
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