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Empreendedorismo

Selic mantida em 13,75%: o que pode mudar no Brasil?

A segunda reunião de 2023 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decretou nesta quarta-feira (22) a manutenção da taxa básica de juros do Brasil em 13,75%. Após a quebra de dois bancos americanos e problemas no Credit Suisse, nos últimos dias o mercado financeiro apresentou rumores de que a autoridade monetária indicasse cortes mais cedo do que o previsto para os juros no Brasil, cenário que será revelado após a divulgação da ata da reunião.

Apesar da pressão do governo pela redução dos juros, na reunião de fevereiro já estava encaminhada a manutenção da Selic em 13,75% por mais alguns meses. Atualmente, o Brasil tem a maior taxa básica de juros real do mundo – percentual dos juros menos a inflação.

Para Luciano Feres, economista e CFO da Somus Capital, a decisão da manutenção da taxa de juros se refere a uma demonstração de responsabilidade fiscal do Banco Central: “O BC não foi influenciado pelos interesses do governo em baixar a taxa a qualquer preço, além disso a decisão demonstra um conhecimento com os mercados globais, já que os principais mercados estão em alta, por causa da inflação”, diz.

Luciano ainda explica que o Brasil, por ser um país emergente, conta com alto risco, e por isso mantém uma taxa condizente com a realidade para atrair investidores internacionais. Além disso, o cenário de juros e a inflação continuam elevados, então a decisão do Banco Central foi correta e demonstra uma independência apesar das críticas do Governo Federal.

O que está no balanço de riscos 

Na última reunião, em fevereiro de 2023, foi citado o balanço dos riscos possíveis de quedas adicionais nos preços de commodities em moeda local, de desaceleração da economia global maior do que o previsto e de manutenção da desoneração tributária sobre combustíveis em 2023.

Além disso, com a expectativa para apresentação do novo arcabouço fiscal, apresentado esta semana pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um novo cenário pode ser anunciado, o que preocupa investidores, especialistas e analistas.

“Nos próximos dias, podemos ver uma forte influência na redução de juros, o que preocupa investidores, pois não é apenas reduzir os juros, é importante verificar o cenário de inflação, os mercados globais e o impacto que, como já visto em 2013, no governo de Dilma Rousseff,  é danoso. A preocupação, atualmente, é quanto tempo a independência do Banco Central será respeitada,” comenta Luciano Feres.

 

Previsão da inflação para 2023 

Para 2023, a meta de inflação do BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária reconheceu a possibilidade de estouro da meta neste ano. No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5% em 2023. O próximo relatório será divulgado na quinta-feira (30).

Sobre a Somus Capital
A empresa é especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos, tendo sob custódia mais de R$1,3 bilhões. Luciano Feres, CFO da empresa, é economista e especialista em mercados financeiros, tendo sido eleito duas vezes consecutivas (2020 – 2021) um dos Top 10 melhores assessores de investimentos do Brasil, segundo a XP Investimentos.

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