Empreendedorismo

Senai Paraná consolida parcerias para alavancar Jornada da Produtividade

Durante o evento, foi lançada a chamada para credenciamento de fornecedores de tecnologias e firmado parceria com agentes de crédito

A produtividade na indústria de transformação segue enfrentando desafios significativos. Dados da CNI mostram que, entre 2019 e 2021, houve uma retração no índice geral, culminando em uma queda de 2,8% em 2022 em comparação ao ano anterior. A realidade tecnológica do setor também preocupa: 31% das indústrias ainda não utilizam tecnologias digitais, enquanto 38% operam com máquinas e equipamentos no limite de vida útil recomendado pelos fabricantes, segundo dados de 2023.

Em meio a esse cenário, a Fiep, por meio do Senai Paraná deu um passo importante para transformar o programa Jornada da Produtividade em um divisor de águas. Hoje, durante evento realizado no Campus da Indústria, parceria estratégica foi firmada com bancos e instituições de crédito. A iniciativa visa ampliar o acesso das indústrias, especialmente micro, pequenas e médias, a soluções inovadoras e financiamentos mais competitivos, prometendo redefinir os rumos do desempenho industrial no estado.

Além disso, foi lançado uma chamada para credenciamento de fornecedores e integradores de tecnologias, cujo proposito é criar um banco de fornecedores habilitados a fornecer soluções (hardwares, softwares, máquinas e equipamentos) na modalidade de “empreitada global” em projetos de automação e robotização, autogeração de energia, digitalização, integração da cadeia e indústria inteligente.

Edson Vasconcelos, presidente do Sistema Fiep, destacou a relevância da iniciativa. Segundo ele, o projeto reflete a necessidade de soluções adaptadas ao contexto da indústria brasileira, com foco na superação de desafios históricos. “O aumento da produtividade, sem pressionar os custos, é um passo fundamental para o crescimento sustentável do país. Elaboramos essa iniciativa com atenção aos detalhes, aprendendo com os desafios enfrentados em projetos anteriores e adaptando nossa abordagem às necessidades reais da indústria paranaense”.

Segundo Vasconcelos, um dos pilares do programa é preparar os empresários para o acesso ao crédito. “Muitos ainda enfrentam dificuldades, como falta de estrutura contábil ou receio cultural de alavancar seus negócios com financiamento. Sensibilizá-los e capacitá-los para lidar com crédito de forma responsável é uma de nossas missões, pois sabemos que produtividade e sustentabilidade caminham juntas”, afirmou.

Sobre a parceria fechada com bancos de crédito, Vasconcelos reforçou o compromisso da Fiep em oferecer soluções práticas e eficazes. “Queremos mostrar que aumentar a produtividade pode trazer ganhos tangíveis ao empresário, melhorando sua competitividade e reduzindo dependências externas. O Paraná, por meio da Fiep, está determinado a criar um ambiente mais favorável para os negócios, provando ao Brasil que é possível avançar com inovação e governança sólida”.

Apoio ao crédito como pilar estratégico

Entre os parceiros financeiros, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) se destacou pelo convênio operacional firmado para a Jornada, que elimina tarifas de cadastro e renovação, além de reduzir custos de fiscalização. Tiago Tosato, representante do BRDE, ressaltou a importância do crédito sustentável e orientado. “Essa estrutura gera custos mais competitivos, possibilitando financiamento de longo prazo. É um modelo que fortalece as pequenas empresas, tornando-as mais competitivas”, explicou.

A Garanticoop, representada por seu presidente Edson Luiz Carollo, também se integrou à iniciativa com o compromisso de oferecer garantias reais para micro e pequenos empresários. Segundo Carollo, a redução de custos financeiros pode chegar a 32%, permitindo que os recursos sejam redirecionados para inovação e melhorias internas.

Colaboração entre setores

Além das instituições financeiras, o Sebrae e outros agentes do setor industrial desempenham papel-chave na Jornada da Produtividade. Suelen Suzuki, coordenadora estadual de indústria do Sebrae, destacou a importância do esforço conjunto. “O Sebrae participa ativamente desde o início deste ano no programa. Essa colaboração reforça a eficácia das soluções implementadas e gera frutos para o fortalecimento das pequenas indústrias no Paraná”, afirmou.

Já Evaldo Kosters, coordenador do Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Indústria, destacou a importância da fase atual do projeto. “Todos os fatores necessários para o sucesso da Jornada da Produtividade estão sendo levados em consideração. Estamos construindo a base, fazendo os levantamentos, organizando o chão de fábrica e os processos de manufatura e industriais. Agora, avançamos para a segunda fase, focada em projetos de inovação e atualização tecnológica. Nesse processo, a parceria com os fornecedores de equipamentos é fundamental, assim como a colaboração com os integradores de processos. Isso é imprescindível para que as indústrias possam adquirir e fazer bom uso das tecnologias e equipamentos em sua produção”.

Além disso, Kosters afirmou que para viabilizar os investimentos é fundamental a participação dos agentes de crédito. “A assinatura dos convênios hoje, que facilitam o acesso ao crédito, é um passo importante. Mais do que isso, buscamos qualificar esse crédito para que a indústria tenha acesso a uma linha financeira mais adequada às suas necessidades, garantindo que os agentes financeiros também tenham um retorno mais consistente. O foco é assegurar que o investimento seja bem planejado, fundamentado e de alta qualidade, para que, assim, o retorno seja positivo”, afirmou.

Já Vinícius Rocha, diretor presidente da Fomento Paraná, disse que estar ao lado da Fiep nesse momento é uma oportunidade de divulgar e demonstrar aos empresários que existem opções atrativas, incluindo linhas de crédito com juros zero, graças ao subsídio do governo estadual em algumas modalidades. “Essa condição especial é fundamental, pois permite que as empresas obtenham crédito mais acessível, com reflexos diretos na produtividade e competitividade. Ao acessar financiamento com melhores condições, as indústrias conseguem reduzir custos, tornando seus produtos mais acessíveis tanto para o mercado interno quanto para exportação. Esse benefício atinge o consumidor final, que encontra preços mais competitivos, criando um ciclo positivo para toda a cadeia produtiva”, concluiu.

Redação JBA Notícias

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