Startup de robótica quer transformar o Brasil em um grande mercado produtor, democratizando o uso de robôs na sociedade
"Se queremos causar uma mudança grande, temos que encarar as adversidades e mostrar para o mundo que o Brasil pode ser um grande produtor de robôs", disse o CEO e fundador da Acta Robotics Marcus Lima.
Especializada no desenvolvimento de robôs autônomos para diferentes funções na sociedade, a Acta Robotics é uma startup que tem como objetivo democratizar o uso de robôs por todo o Brasil, acabando de vez com o paradigma de que as máquinas só podem ser utilizadas em áreas e serviços industriais de grande porte.
Apesar de já haver o uso de robôs em pequenas tarefas domésticas, como limpeza de chão e, pontualmente, em negócios de grande porte, como indústrias automobilísticas, a dinâmica entre homem e máquina ainda é limitada para grande parcela da população.
Devido a fatores de ausência de suporte técnico, alto custo de importação e pouca presença de negócios especializados na área, Marcus Lima enxergou uma oportunidade de mercado e decidiu aplicar todo o seu conhecimento de robótica, adquirido por mais de uma década, e fundou a Acta Robotics.
“Está cada vez mais difícil para as empresas encontrarem mão de obra para tarefas que eu chamo de RPP – repetitivas, pesadas e perigosas. O nosso objetivo não é tirar o trabalho das pessoas, mas sim potencializar a cooperação entre humanos e robôs para que as máquinas façam os trabalhos mais pesados, enquanto os humanos possam se dedicar em atividades mais intelectuais e criativas”, explica Marcus Lima.
O produto da startup, o Kappabot, é um robô que consegue exercer diferentes funções, desde transporte de itens e equipamentos, interação com o público, até higienização de ambientes, tudo isto utilizando uma mesma base robótica “universal” — sempre aliado a um ser humano para dar comandos, colocar materiais ou monitorar as atividades do robô.Tal versatilidade só é possível devido a um sistema de acoplamento de acessórios que permite ao usuário alternar as ações realizadas pelo robô a qualquer momento e em pequenos passos.
“No futuro, robôs deverão desempenhar diferentes funções nas empresas e a capacidade de se reconfigurar deve ser algo importante e crucial”, aponta o CEO.
Neste sentido, a missão da Acta é expandir e intensificar essa relação, tornando os robôs cada vez mais acessíveis para todos. Para isto, a empresa visa fomentar e fortalecer o cenário tecnológico brasileiro, através da geração de novos empregos, capacitação de novos profissionais e da valorização da tecnologia do país, que, de acordo com o próprio Marcus, é “de ponta”.
Durante a primeira edição do TechStart Summit, realizada em 16 novembro de 2022, a startup contou com o envolvimento de quatro voluntários da ONG Base Social, que auxilia na formação técnica de jovens entre 16-24 anos, de baixa renda. No dia do evento, os voluntários auxiliaram a equipe da Acta em ações que contavam com a participação do robô.
A parceria entre as duas organizações acabou resultando na contratação de um dos jovens para o time da startup e uma colaboração para ensinar os jovens da Base Social sobre o universo da robótica.
Desde a sua concepção, um dos propósitos e valores da Acta Robotics é na formação de profissionais qualificados para o mercado, dando oportunidade para pessoas que têm interesse em trabalhar na área, mas que não possuem experiência prévia. Parte da equipe da organização é composta por pessoas que não tinham conhecimento no setor, mas com o devido treinamento, foram desenvolvendo habilidades e competências necessárias para atuar.
“Para realizar essa grande transformação na sociedade, acreditamos que o principal fator é a acessibilidade da tecnologia e do conhecimento. Adicionalmente, estamos trabalhando com institutos de tecnologia, ONGs e universidades para capacitar profissionais nesta área, impulsionando o desenvolvimento da robótica no Brasil”, esclarece.
Embora a startup esteja operando em todas as regiões do Brasil, com escritórios em Manaus e Campinas, existe planos de expandir as operações para mercados como Europa e América do Norte. Com potenciais clientes nas regiões e com boa aderência ao produto, o CEO acredita que ainda há oportunidades de crescimento para aproveitar nos outros países.
“Qualquer pessoa poderá comprar nossos robôs e poderá robotizar o seu processo, seja ele qual for, de maneira simples, rápida e acessível. Queremos fazer com que todos tenham experiência com eles. Acreditamos que a marca de robótica de maior reconhecimento será aquela que as pessoas veem no seu dia a dia e não apenas aquela que fica distante em grandes indústrias e centros logísticos”, complementa.
A trajetória da Acta Robotics também contou com a participação da Venture Hub. Em 2022, a startup participou do programa de aceleração e inovação aberta TechStart Logística, na época.
Durante uma live realizada pela Venture Hub para apresentar o programa TechStart Supply Chain, Marcus contou como foi a sua experiência na jornada, salientando que a decisão de participar da jornada “foi crucial para o desenvolvimento do negócio”.